Tudo o Que Quer Saber Sobre Asteroides, Mas Não Se Atreve a Perguntar
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo publicado ontem
(01/07) no site do Sputnik News Brasil destacando tudo o que você quer saber
sobre asteroides, mas não se atreve a perguntar.
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Tudo o Que Quer Saber Sobre Asteroides,
Mas Não Se Atreve
a Perguntar
Sputnik News Brasil
01/07/2018 - 08:16
Atualizado em 01/07/2018 - 09:17
© Fotolia / Johan Swanepoel
É possível que em um futuro próximo um asteroide tenha
impacto na Terra e gere uma catástrofe global? Como a humanidade está se
preparando para tal cenário? Será que podemos tirar vantagens desses
"visitantes" inesperados do espaço? No Dia Internacional dos
Asteroides, a Sputnik tenta responder a todas as perguntas interessadas.
Em 30 de junho de 1908, um objeto espacial relativamente
pequeno atingiu uma área florestal da Sibéria, na atual Federação da Rússia.
Teria aproximadamente 50 metros de diâmetro, mas causou uma devastação com
milhares de quilômetros quadrados de extensão, deixando um panorama desolador.
Existem várias hipóteses sobre esse episódio, conhecido
como Meteorito
de Tunguska, mas a mais aceita pela comunidade científica é que ele foi
causado por um cometa ou um asteroide. Felizmente, não tendo caído numa área
densamente povoada, nenhuma morte foi registrada. No entanto, provocou danos
significativos à vida natural da região.
Para comemorar esse episódio, em 2016 a Assembleia Geral
das Nações Unidas nomeou o dia 30 de junho como o Dia Internacional dos
Asteroides. E nesse ano, no âmbito de chegada dessa data, o especialista do
departamento de Astronomia da Universidade da República (Uruguai), Gonzalo
Tancredi, deu uma entrevista à Sputnik Mundo em que revela tudo sobre esses corpos
celestes ambíguos.
"Dependendo do tamanho do asteroide,
as consequências podem ser catastróficas ao nível local, regional ou
global, por isso, é uma questão que tem sido estudada nas últimas décadas,
principalmente a partir de 1980, quando foi concluído que a extinção dos
dinossauros foi o produto da gigantesca colisão de um asteroide [com a
Terra]", declarou o especialista.
Depois de episódios semelhantes, "é reconhecida a
vulnerabilidade da vida na Terra, e em particular da humanidade, em face deste
tipo de catástrofe", disse o astrônomo. Essa realidade causou "uma
preocupação científica e governamental de como nos protegermos de tal
evento", bem como a necessidade de dar "divulgação pública" ao
assunto, continuou.
Estamos em risco iminente de sermos vítimas de um
asteroide?
As consequências da colisão de um asteroide contra a
Terra dependem principalmente de seu tamanho. No início dos anos 90, a
comunidade científica internacional, com o apoio do Congresso dos EUA,
catalogou mais de 90% dos asteroides com mais de um quilômetro de diâmetro no
âmbito de uma operação chamada "Guarda Espacial" (Spaceguard, em
inglês).
"Estima-se que o impacto de um asteroide com o
diâmetro de um quilômetro poderia ter consequências globais. Talvez não
necessariamente uma extinção ao estilo dos dinossauros, pois isso provavelmente
exigiria um asteroide maior, com aproximadamente cinco quilômetros de diâmetro.
Mas sim uma situação catastrófica à escala planetária", explicou.
O objetivo foi alcançado e foram catalogados "na
ordem de 1.000 asteroides de mais de um quilômetro" de diâmetro; e também
cerca de 10 mil corpos espaciais menores. São objetos que, embora não provoquem
um cenário devastador em todo o mundo, podem afetar gravemente regiões ou até
mesmo países inteiros.
Embora o objetivo inicial de catalogar asteroides de
grande tamanho tivesse sido alcançado, "ainda há muito para descobrir"
sobre os menores, assegurou o especialista.
Além do que aconteceu em Tunguska em 1908, existe outro
exemplo conhecido como Meteorito
de Chelyabinsk, que caiu em 15 de fevereiro de 2013. Seu diâmetro era só de
20 metros, mas libertou um poder explosivo equivalente a 500 quilotons de TNT,
isso supera 30 vezes a energia libertada pelas bombas nucleares lançadas sobre
as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945.
"Neste momento podemos dizer que não há nenhum
objeto nesse catálogo que impacte sobre a Terra nas próximas décadas. Também
não sabemos muito sobre o futuro mais longínquo, porque há um certo nível de
imprecisão nas observações que não nos permite fazer uma previsão para além de
algumas décadas", disse Tancredi.
O que poderia ser feito para impedir que um asteroide
impactasse na Terra?
Atualmente, em vez de destruir um objeto hipoteticamente
perigoso para a humanidade, as tecnologias existentes se concentram mais
em "desviá-lo e tirá-lo de sua rota para que ele não afete a Terra".
"As tecnologias ainda exigem testes, análises do
perigo que pode significar o uso de certos tipos de dispositivos, há missões
espaciais projetadas e planejadas para desviar algumas dessas alternativas, mas
ainda se está em fase de pesquisa", disse o astrônomo uruguaio.
É possível tirar vantagem econômica de um asteroide?
Recentemente, em Munique foi realizada uma reunião sobre
objetos próximos à Terra, da qual Tancredi participou. Um dos temas centrais da
discussão foram as possibilidades oferecidas para o uso econômico dos
asteroides. Como ele disse, nesse campo "se abrem duas
oportunidades".
"Uma é a extração de minerais que não são muito
abundantes aqui na Terra, mas que seriam um pouco mais facilmente conseguidos
em asteroides. Trata-se de minerais como terras raras, que são muito usados
para a fabricação de equipamentos eletrônicos", mencionou.
"Outra é extrair água para dois objetivos.
Necessitamos água para qualquer tipo de base espacial que seja construída, seja
na Lua, em um asteroide ou até mesmo em Marte. Em qualquer viagem espacial é
necessário ter água disponível. Mas também pode ser usada como combustível
", acrescentou.
Essas oportunidades, "na fase de projeto, desenvolvimento
e estudo sobre viabilidade econômica", têm surgido principalmente nos
últimos dois anos e despertaram não apenas o interesse das agências espaciais,
mas também de empresas privadas.
Como 'batizar' asteroides?
Existem cerca de 500 mil asteroides conhecidos, mas
somente uma parte muito pequena deles tem uma designação, ou seja, um nome.
Normalmente, eles têm um código que indica quando foi descoberto, mas você pode
colocar um nome além dessa forma de catalogação.
"No caso do Uruguai, temos vários asteroides
com designações ligadas a colegas astrônomos ou também a personalidades da
ciência, que geralmente representam o reconhecimento a figuras científicas,
vivas ou mortas, e também a lugares, por exemplo, há um asteroide chamado
Montevidéu", explicou.
"Trata-se de respeitar culturas diferentes. Embora
talvez um grande número de asteroides seja descoberto por norte-americanos ou
europeus, a ideia é que nesta distribuição de nomes de asteroides devem ser
refletidas todas as culturas da humanidade. Existem asteroides com
designações em todas as línguas reconhecendo lugares e personalidades de
todo o mundo", concluiu.
Fonte: Site Sputniknews - http://br.sputniknews.com/
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