Estudantes Brasileiros Se Especializam em Tecnologias Espaciais na China
Olá leitor!
Trabalhar com aplicações em tecnologias espaciais e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, após adquirir experiência no exterior, é o sonho de três jovens, dois engenheiros e um físico, que desde o segundo semestre de 2017 cursam mestrado na área espacial, na Beihang University of Aeronautics and Astronautics (BUAA), em Pequim, na China.
Segue abaixo uma nota postada dia (29/06) no site da Agência
Espacial Brasileira (AEB), destacando que Estudantes Brasileiros se
especializam em tecnologias espaciais na China.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Estudantes Brasileiros Se Especializam
em Tecnologias Espaciais na China
Coordenação de Comunicação Social – CCS
Publicado em: 29/06/2018 - 18h22
Última modificação: 29/06/2018 - 18h35
Fotos: Arquivos pessoais
Da esquerda para a direita: Cristiano Strieder, Daniel Xien, Luan Henrique Oliveira. |
Trabalhar com aplicações em tecnologias espaciais e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, após adquirir experiência no exterior, é o sonho de três jovens, dois engenheiros e um físico, que desde o segundo semestre de 2017 cursam mestrado na área espacial, na Beihang University of Aeronautics and Astronautics (BUAA), em Pequim, na China.
Os engenheiros Luan Henrique Oliveira, 25 anos, de Montes
Claros (MG), Daniel Xien, 24 anos, de São Paulo e o físico Cristiano Strieder,
34 anos, de Caibaté (RS), fazem parte da terceira turma de estudantes
selecionados pela Agência Espacial Brasileira (AEB) para o Master Program on
Space Technology Applications (MASTA) do Centro Regional para Ciência Espacial
e Educação Tecnológica na Ásia e no Pacífico (RCSSTEAP – China).
Todos eles desenvolvem pesquisas nas áreas de Tecnologias
em Microssatélites (Micro-Sat Tech) e Sensoriamento Remoto e Sistemas de
Geo-Informação (RS&GIS). A expectativa é que o curso seja concluído no
segundo semestre de 2019.
Luan fez Engenharia Aeroespacial, na Universidade de
Brasília (UnB) e foi estagiário da AEB, instituição onde trabalhou na
elaboração de atividades educativas atualmente desenvolvidas no CVT-Espacial,
em Parnamirim (RN). O engenheiro estuda Tecnologias em Microssatélites e
acredita que o conhecimento adquirido na área de foguetes, durante a graduação,
foi fundamental para a escolha de sua área de estudo e pesquisa.
“Na graduação adquiri experiência trabalhando com
propulsão de foguetes e participei de vários campeonatos nacionais e mundial.
Entendo que estudar tecnologias para satélites é um desafio, mas tenho certeza
que vou sair muito bem, pois pretendo trabalhar no setor espacial no futuro”,
afirmou o mestrando.
Dinâmica do Curso
Ao falar da organização e do sistema de disciplina da
Beihang University, Luan explicou que as aulas são estruturadas em disciplinas
condensadas, ou seja, há matérias que podem ser dadas em uma semana e outras,
dependendo do semestre, podem ser concluídas em até três meses. “Com relação ao
corpo docente é predominante chinês, mas algumas disciplinas são ministradas
por professores de outros países.
Cristiano graduou-se em Física pela Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM/RS) e fez pós-graduação em Computação no Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), hoje está fazendo
mestrado em Sensoriamento Remoto. Ele disse ter ficado impressionado com a
carga horária. “A dinâmica das aulas na Universidade de Beihang é bem diferente
da do nosso país. Aqui temos aulas todos os dias, com período integral, até
mesmo aos sábados. Quando iniciamos o mestrado, fizemos uma disciplina
obrigatória o mandarim, idioma oficial da China”, explicou Cristiano.
Estudantes com o professor Sergio Camacho, que ministrou a disciplina International Cooperation in the Paeceful Uses of Outer Space, aplicada no início do mestrado. |
Auxílio Financeiro
Strieder ressaltou que o mestrado na universidade chinesa
é uma oportunidade de dar continuidade ao trabalho que já desenvolvia no INPE,
auxiliando nas soluções de questões científicas da área espacial. Além da bolsa
de mestrado, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (CAPES) financiou
a ida dos candidatos selecionados. Eles também recebem moradia gratuita na
própria universidade e um auxílio estudantil mensal.
Segundo o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho,
a capacitação de estudantes brasileiros na China é possível graças a uma
extensa e forte parceria entre os dois países, que em julho de 2018 completará
30 anos. Para José Raimundo, os chineses reconhecem a importância e potencial
estratégico do Brasil no mundo, por isso não hesitam em investir na preparação
de profissionais brasileiros.
Para o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento
da AEB, Carlos Gurgel, a oportunidade de jovens brasileiros estudarem em uma
excelente universidade, de um dos países com um dos programas espaciais mais
desenvolvidos do mundo traz muitos benefícios ao Brasil. “Durante o mestrado os
estudantes absorvem o modo de trabalhar dos chineses, se integram com as
principais tecnologias e inovações do setor, além de facilitar relações
institucionais e comerciais, tanto com a China como com outros países que
investem no setor espacial”, destacou.
Viver na China não foi novidade para Daniel, formado em
engenharia Geológica pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL/RS), o
estudante é filho de chineses e morou no país durante toda sua infância. Apesar
das mudanças, Daniel afirmou que a readaptação na China foi fácil, pois além de
conhecer bem a região e ter fluência em mandarim, ele considera o país como sua
segunda casa.
Daniel também faz mestrado em Sensoriamento Remoto, e
reconhece que é uma excelente oportunidade para trabalhar tanto no Brasil como
na China, pois pressupõe que os dois países continuarão fortalecendo suas
parcerias e no futuro precisarão de mais profissionais capacitados para atuar
no setor espacial.
Por conhecer bem o país que está vivendo, Daniel foi o
anfitrião dos dois colegas que não tinham nenhuma familiaridade com a cultura
chinesa. Sua intermediação com os colegas e a universidade foi fundamental para
a boa adaptação dos colegas no país.
Turma 2018
No início do mês de julho, a Comissão de Seleção da AEB
divulgará o resultado final do processo seletivo para o MASTA e Doctoral
Program on Space Technology Applications (DOCSTA) 2018. Na próxima reportagem
vocês vão conhecer a história e expectativas dos estudantes da quarta turma de
mestrando na China.
Colegas da Beihang University, em momento de descontração. |
Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)
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