Questões Éticas Que Devemos Considerar Quando Pensamos na Exploração Espacial
Olá leitor!
Segue um interessante artigo postado dia (16/07) no site “Canaltech” destacando as Questões Éticas
que devemos considerar quando pensamos na Exploração Espacial.
Duda Falcão
Home - Ciência - Espaço
Questões Éticas Que Devemos Considerar
Quando Pensamos na
Exploração Espacial
Por Patrícia Gnipper
Canaltech
16 de Julho de 2018 às 23h25
Ao planejar uma missão para explorar algum cantinho do
espaço, há muito o que se considerar além de garantir o bom funcionamento dos
equipamentos de naves, satélites e sondas. No cinema, por exemplo, vemos
histórias repletas de imprevistos que podem impactar não somente o andamento da
missão, como também a própria sobrevivência dos astronautas.
Exemplos recentes deste tipo de situação são os
filmes Gravidade, de 2013, e Perdido em Marte, de 2015.
No primeiro, a Dra. Ryan Stone precisa encontrar, sozinha, seu caminho de volta
à Terra, após seus colegas terem sido mortos pela destruição de sua nave,
causada por estilhaços voando mais rapidamente do que uma bala. Já no segundo
filme, uma tempestade descomunal de poeira em Marte exige que a equipe
rapidamente abandone o planeta, deixando para trás Mark Watney, que, por sua
vez, precisa aprender a cultivar alimentos no inóspito terreno marciano
enquanto aguarda o resgate.
E, voltando à vida real, ainda que tais situações de Hollywood
não tenham acontecido na prática (ao menos por enquanto), é fato que muita
coisa pode dar errado durante uma missão espacial, e, portanto, algumas
questões éticas também devem ser consideradas. Vamos a elas:
1) Questões Relacionadas à Ética Ambiental
Por muito tempo em nossa história de exploração espacial,
esta questão ficou de lado nas mesas de planejamento. Começando pela ideia de
que, quando e se encontrarmos vida alienígena por aí, provavelmente este tipo
de vida será microbiano.
Então, como esses tipos de vida serão encarados por nós,
humanos da Terra? Afinal, os humanos têm o hábito de se enxergarem no topo da
cadeia alimentar, superiores aos demais tipos de vida da Terra, mas será que o
mesmo deve acontecer ao se considerar vida microbiana extraterrestre? Seremos
capazes de estudar os micróbios alienígenas sem causar danos à espécie, do alto
de nossa prepotência humana?
Aí surge outra questão: estaremos nós prejudicando o
ambiente de planetas ao visitá-los? E tomaremos cuidados diferentes ao
considerar a visita a um planeta inóspito em comparação com um onde
possivelmente exista vida? Afinal, se a própria NASA pode
ter alterado a composição química de Marte nos anos 1970 (ao conduzir
um experimento que exigiu o aquecimento de amostras do solo e possivelmente,
com tal processo, matando as moléculas orgânicas da amostra), quem garante que
não repetiremos este suposto erro em outras explorações?
Foto: NASA
Robô Curiosity, explorando o terreno marciano.
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Ok, Marte em princípio não abriga nenhum tipo de vida,
mas e se esse tipo de situação acontecer em Encélado, por exemplo, lua de
Saturno onde acredita-se que exista vida microbiana em seu oceano subterrâneo?
Temos o dever de proteger o meio-ambiente de outros mundos? E como poderemos
nos responsabilizar por eventuais contaminações que causarmos?
Isso nos leva a outra questão: a exploração de
asteroides. Esses objetos abrigam uma riqueza mineral absurda e, por isso,
empresas privadas já vêm colocando seus ambiciosos olhos na exploração
comercial de asteroides, a fim de trazer para a Terra as preciosidades
coletadas por lá. Ok, mas exploraremos seus recursos de maneira responsável? Ou
simplesmente retiraremos seus recursos naturais à exaustão até que o asteroide
seja completamente destruído? Estaremos nós, portanto, levando a cultura de
esgotar os recursos naturais da Terra para outros mundos, de maneira
irresponsável?
2) A Proteção da Terra Enquanto Isso
A exploração espacial acaba também levantando questões
relacionadas à nossa relação com o planeta Terra: quando a ciência enfim for
capaz de terraformar planetas inóspitos como Marte, por exemplo, levando para
lá uma equipe de colonizadores para explorar (e transformar) o planeta, como
ficará nossa relação com o planeta de onde viemos? A mesma pergunta vale para
quando nós chegarmos, fisicamente, a exoplanetas habitáveis: continuaremos
preocupados em proteger a Terra, ou simplesmente abandonaremos nosso planeta,
concentrando nossos esforços nesses novos mundos repletos de novas
possibilidades?
Essas reflexões foram propostas por Benjamin Sachs, que
faz parte de um grupo de pesquisadores da Universidade de St. Andrews, no Reino
Unido. O grupo justamente tem se reunido para elaborar questionamentos do tipo,
bem como sugerir soluções para que os cenários mais pessimistas da exploração
espacial não se concretizem, causando consequências negativas tanto para o
planeta Terra, quanto para os outros mundos que receberão a presença humana em
um futuro não muito distante.
Fonte: Site Canaltech - https://canaltech.com.br
Comentário: Concordo em gênero, numero e grau com o que
foi apresentado neste artigo.
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