INPE Aprimora Sistema de Monitoramento de Queimadas na Amazônia
Caro leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (03/07) no site
oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o instituto
aprimora "Sistema de Monitoramento de Queimadas na Amazônia".
Duda Falcão
NOTÍCIA
INPE Aprimora Sistema de
Monitoramento de Queimadas na
Amazônia
Por INPE
Publicado: Jul 03, 2018
São José dos Campos-SP, 03 de julho de 2018
Historicamente o mês de julho abre a temporada de
queimadas na Amazônia. O período de poucas chuvas e vegetação mais seca
propicia o uso e a propagação do fogo. Só no primeiro semestre de 2018, já
foram registradas mais de 15 mil detecções de queima de vegetação no país, dos
quais, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 41% no bioma
Amazônia. Os números são alarmantes, ainda mais considerando que queimadas na
região amazônica geralmente não são acidentais e sim provocadas pela ação do
homem, que usa do fogo para desmatar grandes áreas, iniciar cultivos e renovar
pastagens, entre outras atividades.
Só neste ano, até meados de junho, o Brasil é considerado
o terceiro país da América do Sul com o maior número de queimadas e incêndios
florestais. Com a persistência do ar seco e a diminuição dos volumes de chuva,
o número de incêndios e queimadas de origem antrópica aumenta
consideravelmente. O Estado de Roraima, por exemplo, no extremo norte
brasileiro e no coração da Amazônia apresentou o maior número de registros no
primeiro trimestre dois mil focos, ou um terço do total do país, como
aponta o INPE.
"Até o final de 2018, os registros aumentarão
significativamente, atingindo algumas centenas de milhares de focos - e isso
considerando apenas os dados de um único satélite, o AQUA, tido como
"referência"", diz o pesquisador do INPE e coordenador do Programa Queimadas -
Monitoramento por Satélites, Alberto Setzer. Os incêndios trazem graves danos à saúde
humana, provocam grandes prejuízos à floresta, a fauna e a flora são
imensamente afetadas e o fogo causa emissões de gases que agravam o aquecimento
global.
O Programa Queimadas surgiu oficialmente em 1998,
ampliando o monitoramento da Amazônia brasileira que o INPE começou a realizar
em 1988, porém com olhar atento apenas ao desflorestamento da região. Com o
programa se passou a identificar também ações de queima na floresta, bem como
incêndios em qualquer parte do país. Com a melhoria das tecnologias, satélites
mais precisos e acesso a dados em tempo real, o programa vem sendo
constantemente aprimorado.
De acordo com Setzer, na década de 1980 as informações
eram difundidas por meio do telex, com a internet hoje se tem o acesso a dados
em tempo real. O Programa Queimadas trouxe consigo a possibilidade de por em
evidência a relação entre as queimadas e as mudanças climáticas. Com ele se
mostrou a dimensão das queimadas, do desmatamento no Brasil já décadas atrás,
com impactos extremamente relevantes dos pontos de vista ambiental, climático e
científico.
O monitoramento de queimadas através de imagens de
satélites é indispensável em um país como o Brasil, com dimensões continentais
e muitas regiões remotas, sem meios intensivos de acompanhamento. O Programa
Queimadas atualiza informações a cada três horas, diariamente. No total, são
processadas cerca de 250 imagens por dia, produzidas por dez satélites
distintos. O programa consolida todas as informações em um relatório diário
automático, com tabelas e gráficos que permitem o uso inteligente das
informações para trabalhos de combate aos incêndios, especialmente por grupos
de brigadas de bombeiros e por secretarias de meio ambiente.
No contexto do Projeto Monitoramento
Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia (MSA), financiado pelo Fundo
Amazônia e executado pelo INPE em parceria com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Instituto proporcionou o aperfeiçoamento
do seu monitoramento de focos de queimadas e incêndios florestais na Amazônia,
Cerrado e países vizinhos, com a inclusão de novos satélites no sistema e da
reconfiguração da maioria das dezenas de seus produtos. O trabalho de
"Aprimoramento do monitoramento de focos de queimadas e incêndios
florestais", também foi coordenado pelo pesquisador Alberto Setzer.
"O refinamento desse monitoramento de queimadas na
Amazônia foi feito com a inclusão de novos satélites no sistema (NOAA-20,
MetOp-B e NPP). Para tanto foram adquiridas e instaladas quatro novas estações
para rastreio, recepção e processamento dos sinais e dados um par de antenas em Cuiabá
(MT) e outro par em Cachoeira Paulista (SP)", destaca Setzer. A aquisição e instalação dessas
antenas equivalem à maior parte de investimentos deste subprojeto.
Segundo Setzer, como parte da execução do trabalho, o
website do Programa Queimadas foi inteiramente atualizado para melhor oferecer
toda e qualquer informação desde focos de calor, incluindo área queimada e
risco de fogo. Foi reestruturado também para atender demandas específicas de
usuários, como o CIMAN Virtual, sistema de monitoramento e apoio ao Centro
Integrado Multiagências, de Coordenação Operacional e Federal em Brasília e que
integra dados derivados de satélites com informações, fotos e detalhes das
equipes que estão em campo combatendo o fogo, em tempo real.
Do mesmo modo, o Programa Queimadas também atende o
Sistema de Informações Ambientais Integrado a Saúde (SISAM), do
Ministério da Saúde, uma ferramenta de análise de dados ambientais cujo escopo
principal é compor um sistema de informação que auxilie no programa de saúde,
combinando monitoramento de focos de queimadas, estimativas das emissões de
queimadas, emissões urbanas e industriais e uma base de dados
meteorológicos.
O
Projeto Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia (MSA), teve
início em 2014 e ocorreu para apoiar o desenvolvimento de estudos sobre usos e
cobertura da terra no bioma Amazônia, bem como a ampliação e o aprimoramento do
monitoramento ambiental por satélites realizado pelo INPE. Foi executado pelo
Instituto através de sua instituição de apoio, a Fundação de Ciência,
Aplicações e Tecnologias Espaciais (Funcate) e o BNDES, com recursos do Fundo
Amazônia. Nos dias 13 e 14 de agosto, no INPE em São José dos Campos ocorre o
seminário de encerramento do projeto, onde serão apresentados e discutidos os
resultados obtidos durante sua execução.
Leia também:
A aquisição e instalação de antenas equivalem à maior parte
de investimentos de projeto do INPE para o aprimoramento
de seu sistema
de monitoramento de queimadas.
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Com a instalação de novas antenas, Programa Queimadas
recebe dados de novos satélites e aprimora o monitoramento
de queimadas na
Amazônia.
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Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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