INPE Amplia Monitoramento da Amazônia Com Dados da Nova geração de Satélites Ambientais
Caro leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (24/07) no site oficial
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o instituto amplia Monitoramento da Amazônia com dados da nova geração de satélites ambientais.
Duda Falcão
NOTÍCIA
INPE Amplia Monitoramento da Amazônia Com
Dados da Nova
geração de Satélites Ambientais
Por INPE
Publicado: Jul 24, 2018
São José dos Campos-SP, 24 de julho de 2018
Os satélites são ferramentas importantes para estudar as
mudanças que ocorrem nos ecossistemas terrestres e oceânicos. Através de
tecnologias espaciais é possível responder questões sobre as mudanças
climáticas, bem como observar as alterações que ocorrem na cobertura vegetal
dos biomas e monitorar os recursos naturais de forma geral. O Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) possui infraestrutura para recepção,
armazenamento e processamento de imagens de satélites, em seu Centro de Dados
de Sensoriamento Remoto (CDSR).
As atividades de recepção de imagens iniciaram na década
de 1970, com ERTS-1, o primeiro satélite da série Landsat, desenvolvido pela
Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica dos Estados Unidos (NASA). Os
dados de satélites meteorológicos e de Observação da Terra, como Landsat-7 e
Landsat-8, Resourcesat-2 e o CBERS-4 têm sido usados no desenvolvimento de
projetos do INPE para o monitoramento do desmatamento e degradação da Amazônia.
“O Centro de Dados de Sensoriamento Remoto do INPE é
referência na disseminação de dados e imagens de satélites no mundo. Sua
infraestrutura atende a comunidade de usuários de imagens, que são usadas em
diversas aplicações de sensoriamento remoto. Esse é um exemplo claro de uso
pacífico do espaço”, diz a pesquisadora Josiane Mafra, da
Divisão Geral de Imagens, ligada à Coordenação de Observação da Terra do INPE.
Realizar melhorias nos sistemas de recepção,
armazenamento, processamento e distribuição de imagens de satélites, ampliando
e aprimorando o monitoramento ambiental por satélites que o INPE realiza, foi
um dos objetivos do Projeto
Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia (MSA), financiado
pelo Fundo Amazônia e executado pelo INPE em parceria com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Promover melhorias nos serviços que o INPE realiza é
tarefa essencial para a utilização de dados de novos satélites nas ações de
prevenção e controle do desmatamento e incêndios florestais na Amazônia
brasileira. Informações fornecidas pelos satélites CBERS-4, LANDSAT-8,
RESOURCESAT-2 e UK-DMC-2, bem como pelos satélites meteorológicos NPP, NOAA,
METOP-B, GOES e METEOSAT, ampliaram consideravelmente a quantidade e qualidade
das imagens disponíveis aos usuários.
O INPE possui hoje três estações desse tipo, duas em
Cuiabá (MT) e uma em Cachoeira Paulista (SP). A Estação de Recepção e
Gravação (ERG) de dados de satélites de Cuiabá conta com dois sistemas
completos de antenas de Banda X, uma com 10m de diâmetro e outra com 11m. Ambas
formam um sistema único e flexível, com diferentes equipamentos receptores,
cuja configuração é realizada através de um computador central que funciona
como console único de operação. A ERG de Cuiabá conta também com mais dois
sistemas menores capazes de receber a família de satélites meteorológicos. Já a
ERG de Cachoeira Paulista possui uma antena de Banda X com 5,4m de diâmetro e
uma segunda antena com 2,8m de diâmetro, que são responsáveis pela recepção dos
satélites de sensoriamento remoto e também meteorológicos.
Constantes melhorias e aperfeiçoamentos são implementados
na infraestrutura de armazenamento e processamento do INPE, tais como aquisição
de discos e servidores de alto desempenho, aquisição de peças e equipamentos de
sistema de recepção e aquisição de peças para manutenção elétrica e de ar
condicionado do Centro de Dados. Anualmente o CDSR/INPE cresce em torno de 50
Tb de dados, os quais mantêm disponíveis através do seu catálogo de imagens.
SPRING
Além da infraestrutura de recepção e processamento dos
dados de satélites, o Projeto MSA também incluiu o aperfeiçoamento e ampliação
das funcionalidades do Sistema
de Processamento de Informações Georeferencidas (SPRING), utilizado para
aprimorar a qualidade dos dados usados no monitoramento do desflorestamento. O
SPRING é um software livre para tratamento de imagens e informação geográfica,
em contínuo desenvolvimento pelo INPE desde a década de 1990 e hoje conta com
mais de 241.000 usuários cadastrados no Brasil e no exterior.
“O SPRING é um Sistema de Informação Geográfica (SIG) no
estado-da-arte com funções de processamento de imagens, análise espacial,
modelagem numérica de terreno e consulta a bancos de dados espaciais. É um
mecanismo eficiente de difusão do conhecimento desenvolvido pelo INPE e seus
parceiros. Dentre as diversas melhorias presentes na versão atual, destacamos a
utilização da biblioteca Terralib 5.2 e atualização de bibliotecas
externas, tais como, Libtiff, Libfreetypes, Libshapefile, entre
outros”, conta o pesquisador Carlos Felgueiras,
da Divisão de Processamento de Imagens do INPE.
Segundo Felgueiras, das ações desenvolvidas no decorrer
do Projeto MSA para o aperfeiçoamento e ampliação das funcionalidades do
SPRING, “destacam-se ainda a inclusão de novos segmentadores e classificadores
de imagens de sensoriamento remoto; a atualização dos filtros de restauração
para os sensores das imagens dos satélites CBERS-4 e LandSat-8; a leitura e
armazenamento de formatos de imagens BigTiff e informações em
arquivos no formato CSV; expansão da função de recorte para vários polígonos, e
inclusão do gerenciador de banco de dados SqlServer”.
DETER-C
Durante o Projeto MSA, o INPE também desenvolveu um novo
sistema para monitoramento contínuo do desmatamento e degradação florestal na
Amazônia, usando a combinação de dados de diferentes satélites da classe
LANDSAT, que possui resolução espacial de 30 metros, como por exemplo, o
CBERS-4 MUX (20 m), RESOURCESAT-2 LISS3 (23 m), DMC-2 (22 m) e mais
recentemente SENTINEL-2A MSI (10 m). O DETER-C é um aprimoramento do Sistema
Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), que o INPE colocou em
prática em 2004 como forma de contribuição ao Plano de Ação para Prevenção e
Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), do Ministério do Meio
Ambiente (MMA).
O sistema DETER apresenta resolução moderada de 250
metros e capacidade de detecção de novos polígonos de desmatamentos com no
mínimo 25 hectares. Em 2014, foi lançado o DETER–B, que utiliza dados de
imagens na resolução aproximada de 60 metros (Satélites RESOURCESAT-2 – AWiFS;
CBERS-4 – WFI), permitindo assim a detecção de polígonos de desmatamento com
área mínima de três hectares.
“Desde o início do monitoramento da Amazônia pelo INPE, o
padrão de desmatamento mudou bastante. Se antes o desmatamento estava
concentrado na abertura de grandes áreas contíguas, atualmente observamos que
muitas áreas pequenas compõem grande parcela da degradação. Isso tornou
essencial o aprimoramento do sistema de monitoramento, sobretudo com aumento
das resoluções espacial e temporal dos sensores”, explica Dalton Valeriano,
pesquisador da Divisão de Sensoriamento Remoto do INPE e coordenador do
Programa Amazônia.
O DETER-C tem a capacidade de detecção de polígonos de
desmatamentos de um hectare ou maior e com capacidade de mapeamento para
eventos maiores que três hectares. Além disso, com esta resolução espacial, o
sistema é capaz de discriminar com exatidão, além do desmatamento, áreas
afetadas por exploração de madeira por corte seletivo que muitas vezes precedem
o desmatamento, assim como as áreas degradadas por incêndios florestais, que
frequentemente ocorrem após o ciclo de exploração madeireira.
O Projeto Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia
(MSA) teve início em 2014 para apoiar o desenvolvimento de estudos
sobre usos e cobertura da terra no bioma Amazônia, bem como a ampliação e o
aprimoramento do monitoramento ambiental por satélites realizado pelo INPE. Foi
executado pelo Instituto através de sua instituição de apoio, a Fundação de
Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais (FUNCATE) e o BNDES, com recursos
do Fundo Amazônia. Nos dias 13 e 14 de agosto, no INPE em São José dos Campos
ocorre o seminário de encerramento do projeto, onde serão apresentados e
discutidos os resultados obtidos durante sua execução.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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