Celso Amorim: “A Ciência e Tecnologia é o Que Faz o País Crescer”
Olá leitor!
Segue abaixo uma entrevista com o Ex-ministro Celso
Amorim publicado na edição de Julho do ”Jornal do SindCT“.
Duda Falcão
SOBERANIA NACIONAL
Financiamentos
do BNDES Abrem o Mercado Para Serviços
Celso Amorim: “A Ciência e Tecnologia
é o Que Faz o País
Crescer”
A C&T é uma área importante para a economia
brasileira, para o
crescimento do país e para nossa projeção mundial
Por Fernanda Soares
Jornal do SindCT
Edição nº 69
Julho de 2018
Foto: Fernanda Soares
O ex-ministro Celso Amorim, com o presidente do SindCT,
Ivanil E. Barbosa, durante entrevista para o Jornal do SindCT.
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O diplomata e ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa,
Celso Amorim, visitou São José dos Campos e participou do debate A Venda da Embraer
e a Soberania Nacional, em junho. O debate, organizado por representantes
políticos locais, recebeu também o ex-ministro do Trabalho e Emprego e da Previdência Social e
ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, além da representante dos
trabalhadores da Embraer e sindicalista, Marina Sassi.
O SindCT aproveitou a oportunidade para denunciar ao
diplomata Amorim o déficit de pessoal em todas instituições de Ciência e
Tecnologia no país e a situação difícil pela qual passam os institutos,
principalmente após o congelamento dos gastos públicos (EC-95).
O Jornal SindCT também foi recebido por Amorim, para uma entrevista
exclusiva.
SindCT - Quais as semelhanças entre os casos CSN,
Petrobras e Embraer, que foram criadas como instrumentos para garantir a soberania
nacional, mas que se transformaram em commodities do mercado financeiro?
Amorim - Essas empresas foram criadas, não com o objetivo
de visar lucro, mas de fomentar o desenvolvimento nacional. No caso da CSN [Companhia
Siderúrgica Nacional] e da Petrobras, obviamente, porque são empresas que
fornecem insumos para toda a indústria, como o petróleo e o aço. Foram governos
nacionalistas que as criaram. A Embraer é uma empresa ligada à tecnologia avançada, mas
criada também para desenvolver a capacidade brasileira na área tecnológica e só
o estado se interessou por sua criação.
SindCT - A C&T vem sofrendo diversos
contingenciamentos. Esse tipo de situação compromete a soberania do nosso país?
Amorim - Recurso orçamentário nunca foi fácil, mas esse
congelamento, por 20 anos, realizado por emenda constitucional (EC-95), é
inconcebível. Nessa situação orçamentária são atendidas as demandas
emergenciais, mas a C&T, que necessita de uma visão de país a longo prazo,
é afetada de maneira muito negativa. AC&T é o que faz o país crescer. É
claro que a indústria é muito importante, mas a tecnologia que está embutida na
indústria é a responsável pelas vantagens comparativas que o país tem. A
C&T é uma área importante para a economia brasileira, para o crescimento do
país e para nossa projeção mundial.
SindCT - Qual a lógica dos empréstimos do BNDES a países estrangeiros?
Amorim - Os empréstimos são feitos para fomentar as
empresas brasileiras. As ações realizadas na África, por exemplo, além de
contribuir para o desenvolvimento das empresas brasileiras, geraram a aproximação
entre os países, mas sempre visando ajudar nossas empresas, a mão de obra
brasileira, a geração de empregos no Brasil. Fui representante do Brasil no
antigo GATT, que deu origem à Organização Mundial do Comércio. Lá se negociava
o final da chamada Rodada Uruguai. Ali, um dos grandes objetivos dos países
desenvolvidos era abrir mercado para serviços; é justamente isso que fazem os
financiamentos do BNDES.
SindCT - O senhor foi assessor de relações internacionais
do ministro Renato Archer, nos anos 80. Qual era a visão do governo sobre o
programa espacial e como o senhor atuou nas negociações do Projeto CBERS?
Amorim - Renato Archer foi o grande percursor da visão de
que Ciência e Tecnologia são importantes para o desenvolvimento do país. Talvez
o grande feito dessa época seja o acordo com a China para construção e
lançamento de satélites. Na época, com o diretor do INPE, Marco Antonio Raupp,
e Renato Archer visitamos a China e demos início a essa cooperação espacial.
Estive envolvido, mas não quero atribuir a mim nada especial, pois éramos um grupo.
Foi a [união da] ambição do Renato com o conhecimento técnico do Raupp e a capacidade
técnica, que existia no INPE, que permitiu esse acordo. Eu me dediquei a levar
isso adiante. Quando fui Ministro das Relações Exteriores e Israel Vargas era
Ministro da C&T, ele frequentemente me pedia: “Celso, peça a Itamar os
recursos para manter nosso CBERS funcionando”. Me sinto muito ligado a esse
projeto e durante muito tempo eu dizia que esse era o maior projeto de
cooperação entre dois países em desenvolvimento.
SindCT - Como o senhor vê a possibilidade de o Brasil
entregar a Base de Alcântara aos USA?
Amorim - O governo atual, desculpe dizer, sem
legitimidade, não podia negociá-la. Isso tem que ser negociado, se é que deve
ser, num momento de total transparência, em que todos os interessados
participem Podemos ter acordos também com a Rússia, com a China, que não façam as
mesmas exigências. As pessoas querem viabilizar Alcântara, mas isso deve ser
feito de uma maneira que não seja negativa para a soberania nacional.
SindCT - Quando o senhor foi Ministro da Defesa e,
depois, das Relações Exteriores, se envolveu com as tratativas do projeto Alcântara
Cyclone Space?
Amorim - A questão da Ucrânia foi muito complexa. Talvez
exigisse um tratamento que não pôde ser feito Ninguém previa a mudança política
que a Ucrânia passou, que complicou a execução do projeto. Além disso, os recursos
necessários se revelaram maiores. Mas eu não quero fazer nenhuma crítica, são
coisas que acontecem. O fatal foram as mudanças que ocorreram na Ucrânia. Grande
parte dos cientistas são do lado russo e não sei como ficou a situação deles.
Foi inevitável chegar a esse ponto.
SindCT - A imprensa divulgou que o senhor pode ser vice
de Lula, ou de Ciro Gomes, ou ainda candidato a presidente...
Amorim - Eu estava muito cotado para ser governador do
Rio de Janeiro e disse que, por razões pessoais, não podia concorrer. As mesmas
razões me impedem de concorrer a algo maior.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 69ª - Julho de 2018 –
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Comentário: Na verdade leitor esse Debate de nome pomposo
representou um encontro de petistas para falar mal do governo vigente valendo-se
dos temas contemporâneos, esquecendo convenientemente de que foram eles mesmos os responsáveis pelo governo do TEMER que está aí, afinal eles foram aliados, e outra, não
houve golpe algum, apenas se cumpriu o que estava escrito na constituição. Outra
coisa leitor, este Sr. Celso Amorim é um tremendo babaca, ou então é um populista de
merda irresponsável. Economia é coisa seria Sr. Celso Amorim, mesmo em ações
políticas. Como que uma empresa pública não foi feita para dar lucro? Que espécie
de visão estupida é essa? Toda empresa tem que visar lucro seu babaca irresponsável,
principalmente a pública, para assim ter capacidade de investimento no mesmo desenvolvimento
citado pelo senhor e assim depender cada vez menos do governo seu energúmeno de
carreira. Poderia aqui até citar as outras asneiras e esquecimentos convenientes deste senhor nesta
entrevista, mas prefiro que você leitor exercite sua capacidade de observação. Entretanto leitor, esta entrevista traz algo de valor, ou seja, a informação de que por um tempo estaremos livre de ver novamente esse babaca atuando na política.
Duda eu ia comentar mas vc foi direto ao ponto. Interessante como os responsáveis pela situação em que o país se encontra teem a desfaçatez de criticar os outros como culpados por aquilos que eles próprios fizeram. Um por um, fora todos. O congresso inteiro tem que ser trocado
ResponderExcluirOlá Sr. Heisenberg!
ResponderExcluirVerdade, kkkkkkkkkk.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)