Novo Método Comprova "Classe Mundial" de Câmera Brasileira do Satélite CBERS
Caro leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (12/07) no site
oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que novo
método de correção atmosférica “CMPAC” (Coupled Moderate Products for
Atmospheric Correction) comprova a qualidade da câmera MUX desenvolvida no
Brasil para ser usada no Satélite CBERS-4.
Duda Falcão
NOTÍCIA
Novo Método Comprova "Classe Mundial" de
Câmera Brasileira do Satélite CBERS
Câmera Brasileira do Satélite CBERS
Por INPE
Publicado: Jul 12, 2018
São José dos Campos-SP, 12 de julho de 2018
Desde o início da operação do CBERS-4, o Brasil pode
contar com imagens de satélite com processamento considerado de “classe
mundial”, que podem ser imediatamente utilizadas sem a necessidade de registro
com mapas. A geração de imagens ortorretificadas (georreferenciadas e
corrigidas para a topografia) colabora para aumentar o uso das imagens do
programa de satélites sino-brasileiros CBERS.
Em 2018, a parceria com a China completa 30 anos e o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), responsável no Brasil
pelo Programa CBERS,
aperfeiçoa cada vez mais a qualidade das imagens, que são distribuídas
gratuitamente pela internet.
“O INPE está implantando métodos inovadores de correção
atmosférica para oferecer ao usuário imagens de refletância da superfície
terrestre e não apenas as bandas originais, que incluem o efeito da atmosfera”,
informa João Vianei Soares, coordenador do Segmento de Aplicações do Programa
CBERS.
As imagens da câmera MUX do CBERS-4, lançado em 2014, são
da mesma qualidade das imagens da câmera OLI do Landsat-8, referência mundial
no monitoramento da Terra por satélite.
“A câmera MUX do CBERS foi projetada e desenvolvida no
Brasil. É comprovadamente um sensor de classe mundial que pode ser usado em
conjunto com o que há de melhor na sua classe de resolução e ciclo de revisita.
O uso integrado da MUX com a câmera OLI permite capturar o desenvolvimento de
culturas agrícolas anuais. Este tipo de aplicação não é possível com satélites
de ciclos longos de revisita, como os satélites de alta resolução, que possuem
faixa de imageamento muito estreitas”, explica Soares.
Qualidade
Inicialmente testado para a câmera MUX, o algoritmo de
correção atmosférica CMPAC (Coupled Moderate Products for Atmospheric
Correction) será expandido a outros sensores do satélite sino-brasileiro. O
CMPAC foi desenvolvido por Vitor Martins, que concluiu mestrado em
Sensoriamento Remoto no INPE e atualmente realiza doutorado nos Estados Unidos,
em colaboração com os pesquisadores do Laboratório de
Instrumentação de Sistemas Aquáticos (LabISA/INPE).
O novo método se baseia na coincidência entre passagens
do CBERS, do MODIS (sensor a bordo dos satélites Terra e Aqua) e VIIRS
(S-NPP). O MODIS-Terra, principal sensor utilizado no algoritmo, tem
ciclo de revisita de 1 a 2 dias e o intervalo entre suas passagens e a do CBERS
é de poucos minutos. Isto permite a aplicação dos produtos de moderada resolução
desses sensores na caracterização dos constituintes atmosféricos (ozônio, vapor
d´água e aerossóis) que interferem na propagação da radiação. Estes parâmetros
alimentam os modelos de correção atmosférica e possibilitam a aplicação nas
imagens MUX do satélite CBERS-4.
Para validar o método, foram comparadas imagens de
refletância da câmera MUX com as do sensor OLI, a bordo do Landsat-8,
considerado a referência de qualidade para análises quantitativas.
Segundo Martins, as análises estatísticas foram
realizadas para as bandas espectrais comuns que mostraram um coeficiente de
correlação superior a 0,9 com desvios relativos máximos da ordem de 10% para as
bandas verde, vermelho e infravermelho (comumente usadas em estudos de
vegetação).
Em breve, a metodologia será publicada em periódico
científico sob o título “Continental-scale surface reflectance product from
CBERS-4 MUX data: Assessment of atmospheric correction method using coincident
Landsat observations”.
Abaixo, na Figura 1, a comparação de imagens de
refletância da MUX e da OLI em 9 de agosto de 2015 e seus respectivos
histogramas de distribuição relativa. O resultado comprova a qualidade da MUX
para análises quantitativas e mostra, ainda, que a câmera brasileira pode ser
usada conjuntamente com o sensor OLI para alvos da superfície terrestre que
demandam correção atmosférica na conversão das imagens originais para imagens
de refletância.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
Comentário: Pois é, enfim...
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