Acordo EMBRAER/BOEING Não Afeta Diretamente a VISIONA, Mas Pode Haver Reflexos
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (05/07) no site
“TELETIME” destacando que o Acordo EMBRAER/BOEING não afeta diretamente a VISIONA,
mas pode haver reflexos.
Duda Falcão
SATÉLITES
Acordo EMBRAER/BOEING Não Afeta
Diretamente a VISIONA,
Mas Pode
Haver Reflexos
Por Samuel Possebon
Quinta-feira, 05 de julho de 2018 - 19h10
A compra da divisão comercial da EMBRAER pela BOEING
anunciada nesta quinta, 5, por US$ 3,8 bilhões, não afetará, pelo menos em um
primeiro momento, a VISIONA, empresa criada em 2011 no contexto do
desenvolvimento do programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação
(SGDC) para absorver tecnologia espacial e integrar o processo de construção do
satélite. A VISIONA é uma joint-venture entre a EMBRAER Defesa e Segurança
(51%) e a TELEBRAS (49%). A EMBRAER Defesa e Segurança não está sendo adquirida
pela BOEING na operação recém-anunciada, e por isso a Visiona ficou fora do
acordo. Além disso, o Acordo de Acionistas entre TELEBRAS e EMBRAER garante às
partes o direito de compra da participação da outra parte em caso de mudança de
controle, entre outras salvaguardas. Ou seja, no limite, o governo brasileiro,
via TELEBRAS, poderia assumir a integralidade do capital da VISIONA. Segundo
apurou este noticiário, até o momento não houve nenhuma discussão mais ampla
sobre qualquer possibilidade de mudança de rumo, estratégia e missão da VISIONA.
Na área militar do governo, que tem contratos com a VISIONA, há uma grande
preocupação com a preservação do controle nacional da empresa, ainda que não
haja nenhum sinal de alerta sobre conversas em outro sentido.
Mas é possível especular sobre possíveis reflexos da
entrada da BOEING na EMBRAER e o futuro da VISIONA. O primeiro é o simples fato
de que a BOEING é uma das maiores empresas fabricantes de satélite do mundo. No
processo de seleção do fornecedor do SGDC, empresas norte-americanas ficaram de
fora porque existe uma severa regulamentação dos EUA sobre a transferência de
tecnologia de uso militar e espacial norte-americana, especialmente
o International Traffic in Arms Regulations (ITAR). Por estas regras,
a transferência tecnológica pleiteada e contratada pelo Brasil no âmbito do
SGDC, sob responsabilidade da VISIONA, seria impossível. Tanto que o fornecedor
escolhido foi a Thales Alenia, cuja tecnologia é 100% europeia. Com o casamento
entre BOEING e EMBRAER, algumas portas poderiam se abrir para empresas
norte-americanas.
Por outro lado, a joint-venture da EMBRAER com a BOEING prevê
parcerias de investimentos conjuntos e busca de novos mercados na área de
defesa e ainda acordos para suporte entre a área comercial e a EMBRAER Defesa e
Segurança. Não se sabe como essas ações conjuntas podem afetar as decisões que
serão tomadas pela EMBRAER na VISIONA. Além disso, os investimentos
estratégicos da EMBRAER devem passar a obedecer uma lógica mais alinhada aos
interesses e projetos em parceria com a BOEING, o que também coloca dúvidas
sobre como a VISIONA pode ficar. A EMBRAER Defesa e Segurança tem uma receita
anual de pouco menos de US$ 1 bilhão, contra US$ 3,3 bilhões da área comercial
(vendida para a BOEING) e US$ 1,5 bilhão da área de aviação executiva. Já a VISIONA
é uma empresa que em 2017 teve uma receita de R$ 25 milhões e um custo
operacional de R$ 19 milhões.
Tudo isso em um momento em que o governo começa a
discutir a possibilidade de contratar o segundo Satélite Geoestacionário de
Defesa e Comunicação. Lembrando que quando o SGDC 1 foi comissionado, houve uma
contratação específica da VISIONA para o projeto. Ou seja, nada garante que a
empresa teria automaticamente a missão de atuar como integradora do SGDC 2. O
que já houve de transferência de tecnologia na experiência do SGDC 1,
entretanto, está hoje sob o guarda-chuva da VISIONA.
Fonte: Site TELETIME - http://www.teletime.com.br/
Comentário: Rsrsrsrs, pois é.
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