INPE Projeta Processo de Transição Florestal na Amazônia Brasileira
Caro leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (16/07) no site oficial
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o instituto projeta processo de transição florestal na Amazônia brasileira.
Duda Falcão
NOTÍCIA
INPE Projeta Processo de Transição
Florestal na
Amazônia Brasileira
Por INPE
Publicado: Jul 16, 2018
São José dos Campos-SP, 16 de julho de 2018
Um dos grandes desafios científicos do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE) é representar o sistema terrestre, abrangendo não
somente as dimensões físicas e biológicas, mas também as dimensões
humanas. Entre as várias ações realizadas no Centro de Ciência do Sistema
Terrestre (CCST) do INPE, existem diversos esforços colaborativos nas
áreas de desenvolvimento de arcabouços computacionais de modelagem que buscam
representar os diferentes componentes do sistema terrestre, assim como
parametrização de modelos existentes.
A modelagem computacional é usada para apoiar a análise
das causas e consequências de problemas científicos com base no estudo de
fenômenos, desenvolvimento de modelos matemáticos para descrição e elaboração
de códigos computacionais que servem para obter esses resultados.
Entre as sete componentes do Projeto Monitoramento
Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia (MSA), financiado pelo Fundo Amazônia
e executado pelo INPE em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), está a “Disponibilização de ferramentas de
modelagem de mudanças de uso da terra”, um trabalho que aprimorou e converteu
ferramentas de modelagem dos processos de mudanças de uso e cobertura da terra
e de estimativa de emissões de gases de efeito estufa já desenvolvidas pelo
INPE para fins de pesquisa, em produtos finais gratuitos e de código aberto.
A disponibilização dessas ferramentas na internet como
software livre possibilitará a sua ampla utilização pela sociedade. A atividade
foi coordenada pelos pesquisadores do CCST/INPE, Celso von Randow e Ana Paula Aguiar.
Essas ferramentas permitem estudar os processos de
mudança de uso e cobertura da terra e as emissões de gases de efeito estufa
associadas a tais mudanças, quantificando a relação entre o processo estudado e
os fatores socioeconômicos e biofísicos que o determinam.
O software LuccME – Arcabouço de Modelagem de Uso da Terra Espacialmente
Explícita, desenvolvido pelo INPE anteriormente ao Projeto MSA, foi
melhorado e ganhou uma nova versão mais estável e de fácil utilização, com
interface gráfica intuitiva, novos componentes e ampla documentação.
De acordo com a pesquisadora Talita Oliveira Assis, analista que contribuiu com o
desenvolvimento do sistema, com o LuccMe é possível construir modelos de
desmatamento, expansão da agricultura, desertificação, degradação florestal,
crescimento urbano e outros processos de mudanças de uso e cobertura da terra
em diferentes escalas e áreas de estudo.
“O usuário conta com um conjunto de componentes que podem
ser combinados de acordo com sua necessidade para calcular as áreas de maior
potencial de ocorrência de cada uso e realizar projeções utilizando dados
históricos e diferentes fatores que possibilitem explicar cada um dos usos
estudados, como, por exemplo, o desmatamento. A diversidade de componentes
existentes no LuccME permite ao usuário trabalhar com a abordagem que melhor se
ajusta ao objeto de estudo, escala e aos dados disponíveis, sendo possível
escolher, por exemplo, entre trabalhar com regressão espacial, linear ou com
uma abordagem baseada em amostragem”, revela Talita.
A inovação deste trabalho vai além do desenvolvimento de
uma plataforma que pode ser utilizada para projetar mudanças de uso da terra,
mas está no fato desta mesma ferramenta poder ser utilizada para qualquer tipo
de regressão espacial entre variáveis, sendo adaptável a diferentes escalas,
para diferentes classes de uso da terra.
Além do LuccME, desenvolveu-se também uma versão mais
completa e estável do INPE-EM
(INPE Emission Model), um modelo computacional para calcular emissões de
gases de efeito estufa associadas às mudanças no uso e cobertura da terra. Sua
principal característica é a flexibilidade na representação dos processos de
emissão, possibilitando um refinamento das estimativas de acordo com os dados
de biomassa e desmatamento disponíveis.
A versão inicial do modelo consistia da adaptação de um
modelo “bookkeeping” relativamente simples, como os usados para calcular
efeitos de mudanças de uso da terra no balanço de carbono terrestre pelo Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), para um ambiente
espacialmente explícito, representando o processo de desmatamento por corte
raso em áreas de floresta e a subsequente dinâmica da vegetação secundária
nessas áreas desmatadas. Diversas melhorias foram incorporadas no escopo do
Projeto MSA.
“Novos parâmetros foram introduzidos para tornar o
INPE-EM mais adequado para representar as diferentes práticas de corte e queima
da vegetação em diferentes biomas, os compartimentos de carbono referentes à
matéria orgânica morta foram explicitamente incorporados e as estimativas de
emissões de gases CH4, N2O, CO e NOx também passaram a ser calculadas. Além
disso, foi desenvolvida uma primeira versão do componente de cálculo de
emissões por degradação florestal”, explica Celso von Randow.
O INPE-EM pode ler os mapas de uso da terra de qualquer
base de dados de mudança de uso da terra e calcular quanto de gases de efeito
estufa foi emitido ao se desmatar determinada área. O software pode ler também
os dados gerados no LuccME, possibilitando o cálculo de emissões de gases
de efeito estufa relativas a diferentes cenários de mudanças de uso da terra.
Entender melhor tais processos e ser capaz de avaliar possíveis trajetórias
futuras é fundamental para buscar a melhor prática de uso para a sociedade e
também para indicar um caminho mais acertado nas negociações ambientais,
auxiliando políticas públicas de manejo do território.
O Projeto
Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia (MSA) teve
início em 2014 para apoiar o desenvolvimento de estudos sobre usos e cobertura da
terra no bioma Amazônia, bem como a ampliação e o aprimoramento do
monitoramento ambiental por satélites realizado pelo INPE. Foi executado pelo
Instituto através de sua instituição de apoio, a Fundação de Ciência,
Aplicações e Tecnologias Espaciais (Funcate) e o BNDES, com recursos do Fundo
Amazônia. Nos dias 13 e 14 de agosto, no INPE em São José dos Campos ocorre o
seminário de encerramento do projeto, onde serão apresentados e discutidos os
resultados obtidos durante sua execução.
Leia também:
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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