Pesquisadores Criticam Fusão e Falam em Aumento da Mobilização Para Volta do MCTI
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (09/06) no site da
“Agência Gestão CT&I” destacando que pesquisadores criticam fusão e falam
em aumento da mobilização para volta do MCTI.
Duda Falcão
NEWS
– NEWSFLASH
Pesquisadores Criticam Fusão e Falam em
Aumento da
Mobilização Para Volta do MCTI
Por Leandro Duarte
Agência Gestão CT&I
Qui, 09 de Junho de 2016 - 10:46
FOTO: MCTIC
Em encontro com diversos atores da comunidade científica e tecnológica,
Kassab ouve muitas críticas sobre a fusão do MCTI com o MC.
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Faltou diálogo na decisão de fusão entre os ministérios
da Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações. Este é o diagnóstico
da comunidade científica que, pela primeira vez, se reuniu em peso com o
titular da nova pasta, Gilberto Kassab. O encontro ocorreu nesta quarta-feira
(8), em São Paulo (SP).
Nas defesas
que o ministro têm feito em relação à criação do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), ele afirma que união das pastas
foi em prol da eficiência do setor público e da vontade popular pela redução da
máquina pública. Kassab também enfatiza que a chegada das comunicações da peso
político à ciência, tecnologia e inovação (CT&I) e que as agendas não vão
colidir.
A comunidade científica, no entanto, pensa diferente. Em
diversos momentos durante o encontro, Kassab ouviu manifestações à criação do
MCTIC. Além das várias interpelações do público presente, foram lidas 15
representações de entidades que criticavam o processo. Em suma, entende-se que
as missões das pastas são diferentes, ainda que os tópicos de CT&I sejam
transversais.
O objetivo da comunidade científica é tentar fazer o
governo Temer mudar de ideia, assim como ocorreu com a fusão dos ministérios da
Educação e Cultura. Na avaliação de Gilberto Kassab, dificilmente haverá tomada
de decisão semelhante. O ministro Kassab explica que a sinergia entre
Comunicações e a CT&I é muito grande, diferentemente do MEC e MinC. “O
mundo das comunicações depende da tecnologia. O antigo MCTI ganha com o peso político
das comunicações e suas demandas. O tempo vai mostrar que essa fusão foi muito
positiva para todos”, afirmou.
Um dos depoimentos mais enfáticos contra a união das
pastas foi o do professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Ildeu de Castro Moreira. O acadêmico, que já passou pelo MCTI, e ajudou a criar
a Semana Nacional de C&T, disse não compreender as razões que levaram o
presidente da República interino, Michel Temer, a tomar esta decisão. “A
população brasileira não foi ouvida. No ano passado, uma
pesquisa publicada pelo MCTI, mostra que os recursos para CT&I têm
que aumentar. Por isso não tenho certeza se a população brasileira está de
acordo com a fusão destes ministérios”, disse Ildeu ao atacar a afirmação de
que a reforma ministerial atende os anseios da sociedade.
Ildeu também discorda sobre um possível empoderamento do ministério.
O professor lembra que a pasta articulava diretamente com o ministério da
Fazenda, na presença do presidente da República. “Fui do MCTI por vários anos e
sei o que significa a diferença de diálogo com o governo central. Avalio que a
fusão seja uma fragilização política da ciência e tecnologia”, lamentou.
O acadêmico, que também é vice-presidente da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), argumenta que o fato de a
CT&I terem sinergia com as comunicações não seria uma razão para unir os
ministérios. “O MCTI é transversal. Esse argumento de que ele tem uma interface
com a comunicação é óbvio. Isso não significa que eles tenham práticas,
objetivos iguais que justifiquem uma fusão”, disse.
Mobilização
A união dos cientistas contra a fusão dos ministérios
avançou para além da área física do evento. Além de chegarem manifestos por
meio eletrônico, houve também declarações de ícones do setor. É o caso de Artur
Ávila, primeiro brasileiro a ganhar a medalha Fields, que é considerado o
Prêmio Nobel da Matemática. O pesquisador gravou um vídeo em que criticou a
fusão dos ministérios.
Ávila afirmou que o fortalecimento da pesquisa no Brasil
depende da continuidade e ampliação das ações do MCTI. Ele lembrou ainda que,
nos últimos anos, o Brasil tem investido em uma política de Estado por meio de
um “ministério criado para esse fim”.
“Fundir este ministério com outro, que tem atribuições
muito distintas, quebra essa continuidade, e mais ainda, significa a não
percepção de que a ciência e tecnologia são fundamentais para o desenvolvimento
do País. Não se trata apenas de investimento de recursos, mas de um
planejamento estratégico que pode ajudar o País a sair da crise e a inventar
alternativas para o desenvolvimento do Brasil”, disse o matemático ao pedir
apoio à mobilização pela volta do MCTI.
As manifestações em torno da reversão da decisão de unir
a pasta de CT&I com a de Comunicações vão continuar. Segundo a presidente
da SBPC, Helena Nader, a classe continuará protestando, o que não significa
parar de dialogar com o novo ministério. “Posso não gostar, mas eu tenho que
dialogar. O mais importante é fazer a ciência no Brasil andar. Vamos continuar
nos posicionando pela luta para que a CT&I seja uma política de Estado e
não uma posição de governo.”
A comunidade científica e tecnológica aos poucos aumentam
apressão pela volta do MCTI. Nesta terça-feira (7), servidores do
antigo ministério promoveram um abraço coletivo no prédio da pasta em Brasília.
Funcionários e alunos do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e do
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) também
manifestaram-se contra a criação do MCTIC. A regional da SBPC também
criou um movimento para estimular que os pesquisadores troquem as fotos do
perfil nas redes sociais e no currículo Lattes por uma imagem com a #ficaMCTI
ou #voltaMCTI.
Morde e Assopra
Mesmo avaliando que seja positivo a criação do MCTIC,
Kassab reconhece que é necessário ampliar o diálogo entre governo e a
comunidade científica. Ele garante que os pesquisadores serão ouvidos no
processo de restruturação da pasta, que já tem todos os secretários nomeado,
mas ainda está definindo quem cuida de quê.
Uma boa notícia para o setor foi a garantia da manutenção
da Secretaria de Política de Informática (SEPIN). No fim de maio, a Associação
Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI) e a
Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI)
elaboraram um manifesto contra uma possível extinção da secretaria.
A SEPIN, contudo, terá uma atuação híbrida já que
acumulará também funções do antigo Ministério das Comunicações. Ela será
comandada por Maximiliano Martinhão, que até recentemente era responsável pelas
Telecomunicações no MC.
Fonte: Site da Agência Gestão CT&I -
http://www.agenciacti.com.br
Comentário: Este leitor é um momento histórico, pela
primeira vez ‘aparentemente’ a Comunidade de C&T Brasileira esta se mobilizando para fazer algo conjuntamente em torno de uma
bandeira que se acredita ser a melhor para o setor. Diante disto, quero me
dirigir a você cientista que optou por esta carreira, não por conveniência, mas
sim por aptidão e pelo desejo de realmente fazer algo pela ciência brasileira e
pela nossa sociedade. Lembre-se de mais nada que, a politica no Brasil é a do “toma
lá, da cá”, esses vagabundos não farão nada se não obtiverem algo em troca,
cuidado, na realidade o problema é muito mais amplo do que uma simples fusão de
ministérios e a luta que vocês deveriam estar realmente engajados era na luta
pelas ELEIÇÕES GERAIS JÁ, temos de tirar toda essa cambada do poder, mandar
para cadeia os coniventes e expulsar do país todos os que são criminosos políticos
e suas famílias diretas. A participação da Comunidade de C&T bem como de
outras áreas da sociedade é de fundamental importância para realizamos em médio
e longo prazo a mudança cultural que esse país precisa.
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