Detectores LIGO Identificam Segundo Evento de Ondas Gravitacionais. Pesquisadores do INPE Integram Projeto.
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (15/06) no site do
Instituto Nacional de pesquisas Espaciais (INPE), destacando que com a
participação de pesquisadores do instituto detectores do Observatório
Interferométrico de Ondas Gravitacionais (Laser Interferometer
Gravitational-wave Observatory – LIGO) identificam segundo evento de Ondas Gravitacionais.
Duda Falcão
Detectores LIGO Identificam Segundo Evento
de Ondas Gravitacionais. Pesquisadores
do INPE Integram Projeto
Quarta-feira, 15 de Junho de 2016
Em 26 de dezembro, às 01:38:53 no horário de Brasília (03:38:53
UTC), ondas gravitacionais — ondulações no tecido do espaço — foram detectadas
pela segunda vez por ambos os detectores gêmeos do Observatório
Interferométrico de Ondas Gravitacionais LIGO (do inglês Laser Interferometer
Gravitational-wave Observatory), localizados em Livingston, Louisiana, e
Hanford, Washington, nos Estados Unidos. O anúncio da segunda detecção
aconteceu nesta quarta-feira (15/6).
Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), em São José dos Campos (SP), integram o projeto internacional que
inaugurou uma nova etapa para a ciência por meio da observação de ondas
gravitacionais de buracos negros em colisão. A primeira
detecção foi anunciada em fevereiro.
Os observatórios LIGO são financiados pela Fundação
Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NSF, na sigla em inglês) e foram
concebidos, construídos e são operados pelos institutos de Tecnologia da
Califórnia (Caltech) e de Massachusetts (MIT). A descoberta, aceita para
publicação no jornal cientifico Physical Review Letters, foi feita pela
Colaboração Científica LIGO (a qual inclui a Colaboração GEO600 e o Consórcio
Australiano de Astronomia Interferométrica Gravitacional) e, também, pela
Colaboração Virgo utilizando dados dos dois detectores LIGO.
Ondas gravitacionais carregam informações sobre suas
origens e sobre a natureza da gravidade que não podem ser obtidas de outra
forma. Físicos concluíram que estas ondas gravitacionais foram produzidas
durante os momentos finais da fusão de dois buracos negros — de 14 e 8 vezes a
massa do Sol — para produzir um único e massivo buraco negro com 21 vezes a
massa do Sol.
“Estes buracos negros eram bem menores que aqueles da
primeira detecção", disse Gabriela Gonzalez, porta-voz da Colaboração
Científica LIGO e professora de física e astronomia na Universidade Estadual da
Louisiana. “Por causa das suas massas menores comparadas às da primeira
detecção, eles passaram mais tempo — cerca de um segundo— na banda de maior
sensibilidade dos detectores. É um começo promissor para mapear as populações
de buracos negros no nosso universo."
Durante a fusão, a qual ocorreu há aproximadamente 1.4
bilhões de anos atrás, aproximadamente o equivalente à massa do Sol foi
convertida em ondas gravitacionais. O sinal detectado vem das últimas 27
órbitas antes da fusão. Baseado no tempo de chegada dos sinais — com o detector
de Livingston medindo as ondas 1.1 milissegundos antes do detector de Hanford —
a posição da fonte no céu pode ser determinada aproximadamente.
“Em um futuro próximo, Virgo, o interferômetro europeu,
vai se juntar à uma crescente rede de detectores de ondas gravitacionais, os
quais observam juntos com telescópios instalados no solo que acompanham os
sinais”, diz Fulvio Ricci, porta-voz da Colaboração Virgo. “Os três
interferômetros juntos vão permitir uma localização dos sinais no céu muito
melhor.”
A primeira detecção de ondas gravitacionais, anunciada em
11 de fevereiro, foi um marco da física: ela confirmou uma importante previsão
da teoria da relatividade geral de 1915 de Albert Einstein e marcou o início do
novo campo da astronomia de ondas gravitacionais.
Para os cientistas, a segunda descoberta colocou de fato
o 'O' (de Observatório) na sigla LIGO. Com as detecções de dois eventos em
quatro meses da primeira corrida observacional, pode-se começar a fazer
previsões sobre a frequência em que serão “ouvidas” as ondas gravitacionais no
futuro. Deste modo, o LIGO traz uma nova maneira de observar alguns dos mais
“escuros”, porém mais energéticos eventos no nosso universo.
“Estamos começando a ter um vislumbre do tipo de
informação astrofísica nova que pode vir somente de detectores de ondas
gravitacionais”, diz David Shoemaker, do MIT, que liderou o programa de
construção do detector LIGO Avançado.
Ambas as descobertas foram possíveis pelas capacidades
melhoradas do LIGO Avançado, uma atualização importante que aumentou a
sensibilidade dos instrumentos comparados aos da primeira geração de detectores
LIGO, permitindo um grande aumento no volume do universo sondado.
Contribuição do Brasil
Existem dois grupos no Brasil, ambos no estado de São
Paulo, que participam oficialmente da LSC. O primeiro deles está na Divisão de
Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e conta com
seis membros, e o outro no Instituto de Pesquisa Fundamental da América do Sul,
filiado ao Centro Internacional de Física Teórica (ICTP), da UNESP, na cidade
de São Paulo.
O grupo do INPE, dirigido por Odylio Aguiar e César
Costa, trabalha no aperfeiçoamento da instrumentação de isolamento vibracional
do LIGO, na sua futura operação com espelhos resfriados e na caracterização dos
detectores, buscando determinar as suas fontes de ruído e a minimização dos
seus efeitos nos dados coletados, permitindo que sinais de ondas gravitacionais
fortes sejam mais facilmente localizados nos dados.
Já o grupo da UNESP, dirigido por Riccardo Sturani, trabalha
na modelagem e análise dos dados de sinais de sistemas estelares binários
coalescentes, como os dois eventos detectados até agora. A modelagem é
particularmente importante porque as ondas gravitacionais interagem fracamente
com a matéria, tornando necessário, além de detectores de alto desempenho,
técnicas de análises eficazes e uma modelagem teórica precisa dos sinais.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
Comentário: Simplesmente fantástico.
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