Estudante Mato-grossense Que Vai Para NASA Relembra Sua História de Superação
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada dia (17/06) no site da Secretaria
de Estado de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso (SEDUC-MT) destacando que
estudante mato-grossense que vai para NASA relembra sua história de superação.
Duda Falcão
Notícia
Estudante Que Vai Para NASA
Relembra Sua História de Superação
Aline Coelho
Assessoria SEDUC-MT
17/06/2016
Chamada de louca, esquisita e alienígena, por pessoas que
não compreendiam a sua paixão por astronomia e astronáutica, Maria Gisllainny
Bezerra da Silva de 18 anos poderia apenas desistir dos seus sonhos. Porém, a
jovem escolheu perseverar e, com o apoio da professora de matemática Silvana
Stoinsky, conseguiu mudar o ponto de vista dos colegas da Escola Estadual 13 de
maio, em Tangará da Serra, sobre a ciência aeroespacial e os contagiou com a
sua curiosidade sobre o céu e o universo.
A caminhada de Maria começou em Serra Talhada, no sertão
de Pernambuco, onde nasceu, passou por Tangará da Serra e agora segue para a NASA,
a agência espacial americana, que ela irá conhecer em setembro. Sua história
foi contada em uma palestra que Maria apresentou na tarde dessa quinta-feira
(16.06) para mais de cem servidores da Secretaria de Estado de Educação, Esporte
e Lazer (SEDUC).
A jovem já palestrou em escolas e eventos relacionados a
ciência e tecnologia, mas para no máximo 70 pessoas. “Dessa vez pediram para eu
falar mais sobre mim, a minha professora, a trajetória até aqui. Quando cheguei
e vi o tamanho do auditório pensei ‘uau!’. A minha expectativa é instigar,
incentivar os professores a trabalhar com os alunos, como a professora Silvana
fez comigo, ela me proporcionou o apoio que me faltava”, pontua a estudante.
Seu pai é operador de máquinas e mergulhador de uma
hidrelétrica e a mãe é dona de casa. Muitas vezes, eles não entendiam seu
interesse pelo assunto. Já a sua irmã de 15 anos acabou sendo colaboradora
involuntária de suas invenções.
Os colegas de escola estranhavam sua ânsia por
conhecimento, o que provocou isolamento social e influenciou negativamente sua
saúde. Tudo mudou quando ela começou o Ensino Médio e conheceu a professora
Silvana na escola 13 de Maio. “Eu queria apresentar aos meus colegas aquilo que
só eu conseguia ver e ela me ajudou em 2012, fizemos uma noite de observação do
céu, depois disso, um amigo do meu pai construiu uma luneta e me orientou em
algumas pesquisas”.
Em 2014, Maria fez uma palestra para estudantes e
professores, e no final do ano realizou uma oficina sobre astronomia, junto com
a professora. Em 2015, conseguiu reunir um grupo para observar o eclipse lunar.
Para a jovem, é possível inserir a astronáutica e a
astronomia em todas as disciplinas lecionadas nas escolas. Ela cita a história
dos acontecimentos da ciência aeroespacial e as funções matemáticas utilizadas
no desenvolvimento da ciência. “Certo dia alguém me perguntou no Facebook o que
as pessoas fazem no espaço. Porque ir lá? As pessoas nem estariam nas redes
sociais se não fossem os avanços tecnológicos proporcionados pela ciência. Por
isso precisamos incluir esses conhecimentos nas aulas”, defendeu.
Um dos seus primeiros objetivos já foi alcançado:
conhecer seu ídolo, o tenente coronel da Força Aérea Brasileira (FAB) Marcos
Pontes, o primeiro brasileiro a ir ao espaço. “Ele é uma inspiração para os
jovens brasileiros. O meu sonho era conhecê-lo e dizer obrigada por tudo”. O
encontro ocorreu durante a 12ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e
Inovação, realizada em 2015 em Cuiabá, pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Inovação, em parceria com a SEDUC.
Mais Um Passo
Durante o encontro, o astronauta brasileiro falou sobre
uma prova realizada pela NASA. Maria Gisllainny participou do concurso, venceu
e agora terá o direito de conhecer a NASA e ser cientista por um dia. Seu
próximo passo antes do objetivo final: ir ao espaço. A viagem está programada
para setembro.
A jovem explica que pela não adesão do Brasil ao
concurso, não havia garantia de que mesmo com o texto selecionado ela poderia
ir para os Estados Unidos. “Quando cheguei ao Encontro Internacional e conheci
um dos gerentes da NASA, Charles Lloyd, contei o meu sonho e insisti tanto que
consegui o compromisso dele em me receber lá em setembro”.
Coincidentemente, outra estudante de Tangará da Serra,
Nathália de Lima Catanante, de 16 anos também teve o texto selecionado no mesmo
concurso. A estudante do 3º ano conta que o interesse pela astronomia surgiu
com um incentivo indireto do pai, que a levava junto com o irmão mais novo para
admirar as estrelas. O encantamento se tornou curiosidade científica.
Com a evolução acadêmica tornou-se perceptível a
habilidade de Nathália para as disciplinas exatas, sendo física a predileta, o
que a leva a querer ingressar no próximo ano em um curso de engenharia
aeroespacial e ser uma pesquisadora da área.
Dessa forma as meninas tem um plano: Nathália cria as
tecnologias e os foguetes que levarão Maria para o espaço.
Por intermédio da SEDUC, as duas jovens tiveram a
oportunidade de visitar a Estação de Recepção e Gravação de Cuiabá, no
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nessa quinta-feira (16.06).
Maria e Nathália, acompanhadas de educadores, foram
recebidas pelo responsável técnico da Estação, Luiz Eduardo Carneiro. Ele
explicou que a base é a 3ª estação terrena mais antiga do mundo e gerencia
imagens de satélite e recepção de dados com informações como tempo, clima,
queimadas, desmatamento, que envolvem conservação da biodiversidade, desastres
ambientais e monitoramento das florestas, por exemplo.
Luiz Eduardo Carneiro destacou a importância do incentivo
à pesquisa aos jovens, pois desde a época de estudante se interessou pela
pesquisa realizada no INPE e foi incentivado pelos professores.
A fala do técnico é endossada pela professora Elizabeth
Lorenzon. “Eu trabalho no sentido de oportunizar experiências aos estudantes.
Porque a busca de conhecimentos sempre vai existir, mas a escola precisa ir
além, é o lugar onde devem ser trilhados os caminhos, que levam a conquista de
sonhos. Como os da Maria e da Natália”, pontuou.
Além das professoras as jovens foram acompanhadas por técnicos
da SEDUC e o assessor pedagógico de Tangará da Serra Saulo Sariot.
Incentivo
A professora Silvana falou sobre a necessidade de os
professores prestarem atenção nas particularidades de cada estudante. De acordo
com ela, nenhum aluno é igual ao outro e sem essa atenção com a jovem, todo o
conhecimento e interesse de Maria talvez não fossem suficientes para superar as
dificuldades.
O técnico da coordenadoria de Educação Especial, Sérgio
Carlos da Silva, citou que a SEDUC atende estudantes com o perfil de Maria no
Núcleo de Atividades as Altas Habilidades e Superdotação (NAAHS) em Cuiabá.
“Ficamos encantados com você e entendemos que jovens com conhecimento ou ânsia
de apreender acima da média são incompreendidos porque a maioria não tem o
mesmo comprometimento, e acabam por sentir-se alienados”, comentou.
O secretário adjunto de Políticas Educacionais, Gilberto
Fraga de Melo destacou que a palestra de Maria indicou mudanças curriculares e
relacionais nas unidades escolares. “Existem pessoas que leem a escuridão. Você
encontrou uma professora que preferiu fazer a leitura da sua luz, e você veio
até nós fazer a expansão da sua luz. Precisamos fazer com que a nossa educação
atenda os interesses das nossas Marias”, comentou.
Fonte: Site do SEDUC-MT - http://www.seduc.mt.gov.br
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