NanosatC-Br1 Obtém Primeiros Dados Brasileiros do Campo Magnético da Terra a Partir do Espaço
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota publicada hoje (19/11) no site do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que o NanosatC-Br1 obteve os Primeiros Dados
Brasileiros do Campo Magnético da Terra a partir do espaço.
Duda Falcão
NanosatC-Br1 Obtém Primeiros Dados
Brasileiros
do Campo Magnético
da Terra a Partir do Espaço
Quarta-feira, 19 de Novembro de 2014
Dados obtidos pelo primeiro satélite científico brasileiro, o cubesat
NanosatC-Br1, confirmam informações teóricas sobre o campo magnético da Terra.
Lançado há cinco meses, o pequeno satélite desenvolvido em parceria pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM) leva a bordo um magnetômetro cujas informações geradas
comprovam a presença da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) e registram
valores da intensidade do campo magnético condizentes aos obtidos pelos modelos
da Associação Internacional de
Geomagnetismo e Aeronomia (IAGA).
“Com o NanosatC-Br1 pudemos confirmar a previsão dos valores teóricos
da intensidade do Campo Magnético Total da Terra, conforme previsto pelo modelo
International Geomagnetic Reference Field (IGRF) da IAGA e União Internacional
de Geodésia e Geofísica (IUGG)”, comemora Nelson Jorge Schuch, pesquisador do
Centro Regional Sul (CRS) do INPE, localizado em Santa Maria (RS), e
coordenador do Programa NANOSATC-BR. “Tratam-se dos primeiros dados gerados por
um satélite científico brasileiro”, completa Otávio Durão, pesquisador do INPE
que coordena atividades do projeto em São José dos Campos (SP).
Uma pré-análise científica das observações coletadas pelo magnetômetro
XEN-1210, em operação a bordo do NanosatC-Br1, mostra uma ótima correlação dos
dados em comparação com valores teóricos previstos para a intensidade do campo
geomagnético para a mesma altitude com a modelagem teórica do IGRF-IAGA/IUGG. A
análise dos dados é coordenada pelo pesquisador Marlos Rosembach, do CRS/INPE.
A figura abaixo apresenta um mapa da intensidade total do Campo
Geomagnético para altitude de 614 km para a América do Sul, região de domínio
da Anomalia Magnética da América do Sul (AMAS), mostrando que a variação
espacial da intensidade total do Campo Geomagnético varia entre 24.000nT na
borda e 17.000 nT no centro na AMAS.
A Estação Terrena de Rastreio e Controle de Nanosatélites do CRS/INPE
está indicada na figura pela estrela preta, próxima ao centro da AMAS. A linha
vermelha na figura indica a órbita aproximada do NanosatC-Br1no dia 17 de
agosto, no período de 10h57 a 11h07. Neste intervalo o nanosatélite científico
se desloca do polo Sul em direção ao Norte geográfico. No lado direito da linha
vermelha são apresentados os valores do Campo Geomagnético Total, em
nanoteslas, calculados a partir do registro das observações coletadas das três
componentes x, y e z do Campo Geomagnético feito pelo NanosatC-Br1, a 614 km de
altitude.
“Comparando esses valores com aqueles previstos pelo modelo, pode-se
perceber que o magnetômetro além de registrar e confirmar a presença da AMAS
sobre o Brasil, registra valores da intensidade do Campo Geomagnético bastante
condizentes, salvo as diferenças que ocorrem devido às aproximações utilizadas
pela modelagem do IGRF”, diz o pesquisador do CRS/INPE.
Em breve um artigo sobre os dados obtidos pelo NanosatC-Br1 será
encaminhado para aprovação e publicação, em periódico científico internacional,
com uma análise mais profunda das observações científicas e suas conclusões,
considerando as mais de 1.500 órbitas de dados disponíveis.
Para a equipe do projeto do NanosatC-Br1, os resultados obtidos
comprovam a validade do uso de experimentos em cubesats para a investigação de
fenômenos eletrodinâmicos sobre a América do Sul.
Capacitação
Lançado de uma base russa em 19 de junho, o NanosatC-Br1 -
primeiro cubesat brasileiro - transmite dados para estações localizadas em
Santa Maria e São José dos Campos. Leva a bordo instrumentos para o estudo de
distúrbios na magnetosfera, principalmente na região da Anomalia Magnética do
Atlântico Sul, e do setor brasileiro do Eletrojato Equatorial Ionosférico.
Realizado pelo instituto em parceria com a universidade, a capacitação
de recursos humanos para a área espacial também é objetivo do projeto do
cubesat. O desenvolvimento do NanosatC-Br1 permitiu que estudantes tivessem
a supervisão de especialistas do INPE e atuassem diretamente em todas as fases
para construir e colocar um satélite em órbita - desde a especificação e
desenvolvimento do cubesat, até a montagem, integração, testes, lançamento,
operação e recepção dos seus dados.
Mais informações: www.inpe.br/crs/nanosat
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Comentário: Veja você leitor como são as coisas. Tinha
acabado de postar a nota sobre os Cubesats e saído de casa para ir ao supermercado para comprar algo
para comer, quando retornei e encontrei em minha caixa de e-mail as mensagens
do jovem Brehme de Mesquita e do Dr. Otávio Durão (aos quais agradeço publicamente) sobre
esta grande conquista do NanosatC-Br1. Parabéns a equipe coordenada pelo Drs.
Nelson Schuch e Otávio Durão.
Parabéns a toda equipe envolvida no projeto do NanosatC-Br1 e aos coordenadores Dr. Nelson Schuch e Dr. Otávio Durão.
ResponderExcluirMtu emocionante ver esses dados.
ResponderExcluirComo eu postei num outro artigo: "engana-se quem pensa que os CubeSats servem apenas para aprendizado e projetos de aquisição de dados pouco importantes".
ResponderExcluirReparem com atenção, que os instrumentos dessa pequena joia tecnológica, está confirmando previsões feitas por institutos de grande importância a nível mundial.
A tudo isso, precisa ser dado o devido crédito, e que sirva de exemplo para que outras iniciativas do gênero surjam por aqui, preferencialmente independente do "governo" da vez.
Fiquem atentos, e PENSEM à respeito !!!