O "I CAB" Foi Realizado Com Sucesso e Carta Com 24 Sugestões Foi Entregue ao Ministro Marcos Pontes
Olá leitor!
Segundo fui informado, o I Congresso Aeroespacial Brasileiro
(I CAB) que foi realizado com sucesso de 01 à 03/11 em Foz do Iguaçu-PR, deixou
uma boa impressão nos participantes, e contou com a presença do novo ministro
da C&T, o astronauta Marcos Pontes.
Vale dizer leitor que durante o evento, numa união até
então jamais vista na Comunidade Espacial, mais de cem congressistas assinaram a
“Carta de Foz do Iguaçu” (documento este com 24 sugestões para o Governo Bolsonaro
adotar, visando com isso o desenvolvimento do setor e do Programa Espacial
Brasileiro-PEB) que foi entregue ao Ministro Marcos Pontes para ser entregue ao
Presidente Bolsonaro.
Porém leitor vale aqui registrar que, infelizmente, nadando
contra maré, onze pesquisadores que participaram do evento simplesmente se recusaram a
assinar este histórico documento alegando motivos estapafúrdios que me recuso a
comentar, afinal essa gente não merece minha atenção. Em breve o Blog publicará
um artigo sobre o que ocorreu neste histórico evento.
O Blog BRAZILIAN SPACE parabeniza a organização do “I CAB”
pelo sucesso deste evento histórico, e pedimos desculpas pelo o nosso não comparecimento
(o que me deixou tremendamente frustrado) devido a um acidente de BIKE que
sofri na semana da eleição, o que me impossibilitou de viajar e rever grandes amigos. Porém prometo desde já que, se minha sorte melhorar e eu sobreviver até
lá, rsrsrsrsrs, estarei no próximo Congresso, este que deve ocorrer em 2019 em
Santa Maria-RS.
Finalizando leitor, em nome da transparência e da nova
maneira de se fazer politica que deve pautar o Governo Bolsonaro (pelo menos
assim esperamos) veja abaixo na íntegra a “Carta de Foz do Iguaçu”.
Duda Falcão
CARTA DE FOZ DO
IGUAÇU
Após anos de anseio da comunidade aeroespacial
brasileira, realizou-se o I CONGRESSO AEROESPACIAL BRASILEIRO, em Foz do
Iguaçu-PR, de 1 a 3 de Novembro de 2018, com o objetivo de estabelecer
“Diálogos entre Academia, Indústria e Política Pública em prol de um Programa
Espacial Brasileiro (PEB) sustentável e impactante”. Durante o evento os
participantes buscaram avaliar, objetivamente, os caminhos tomados e os
resultados obtidos até então pelo PEB, bem como apresentaram propostas
realistas, racionais e pragmáticas, voltadas para: a governança e a gestão do
setor espacial; os programas de missões satelitais; os programas de acesso ao
espaço; os programas e operação de infraestrutura de solo e de centros de
lançamento; na pesquisa, integração e inovação na indústria, nos institutos de
pesquisa e na academia; no estímulo da produção industrial e no mercado de
soluções para o setor espacial; na
formação, na atualização permanente, na valorização e na retenção de talentos e
de mão de obra especializada para o setor.
Diante disso, os temas elencados foram debatidos e as
propostas apresentadas foram compiladas no presente documento, na esperança que
as aspirações nacionais se concretizem e promovam a mudança necessária para um
ciclo virtuoso de desenvolvimento para atender aos anseios do estado brasileiro,
para estimular a indústria e o mercado do setor aeroespacial, para promover a
pesquisa acadêmica, e, principalmente, para gerar resultados para a sociedade.
Após a realização de amplos debates, os congressistas, ao
final do encontro, deliberaram por aprovar a presente carta que apresenta
diretrizes, recomendações e sugestões, cujos termos referenciais para as
respectivas áreas temáticas são os seguintes:
I - Estratégia Nacional, Políticas, Programas, Governança
e Gestão
1. Reafirmar o caráter pacífico brasileiro,
historicamente reconhecido em todo mundo, nas atividades, nacionais ou em
parcerias internacionais, de exploração espacial, de acesso ao espaço e outras
afins.
2. Sugerir a inclusão do domínio, da atualização e da
manutenção ininterruptas da capacidade de exploração, de operação e de atuação
no espaço e no acesso ao espaço, no rol dos objetivos nacionais permanentes,
provendo o arcabouço legal, a estrutura de governança e de gestão e os recursos
necessários à sua consecução.
3. Reconhecer a necessidade do uso de equipamentos e
sistemas espaciais para manutenção da segurança pública e da autodefesa
territorial, marítima e aérea nacional, em consonância com a mundialmente
reconhecida tradição não beligerante de nosso país, de modo a salvaguardar as
nossas fronteiras e o nosso território contra ações terroristas, criminosas ou
outros tipos de agressões contrárias à nossa índole pacificadora.
4. Recomendar ao ente governamental sobre a necessidade
de se preservar, de fato e de direito, a condução predominantemente civil do
Programa Espacial Brasileiro, de suas políticas e ações, assim como ocorre com
o Ministério da Defesa e as Forças Armadas, de modo a afiançar e reforçar
internacionalmente o nosso caráter pacificador, evitando situações de crises de
confiabilidade e medidas protetivas internacionais, como embargos e ou
restrições técnicas e comerciais, oriundas de desconfianças ou má-interpretação
dos nossos objetivos e atividades.
5. Sugerir que, dado o caráter estratégico nacional já
elencado, a condução civil do Programa Espacial Brasileiro seja vinculada à
estrutura da Presidência da República ou ligada diretamente ao Gabinete do
Ministério da Ciência e Tecnologia, de modo a permitir um nível de interlocução
transversal em todo o governo, inclusive para favorecer a unicidade de
subordinação e sincronicidade de ações com os conselhos ministeriais, da
segurança e defesa nacional e outros entes correlatos e afins, tais como
aqueles vinculados à segurança institucional, à segurança pública e a defesa
nacional.
6. Destacar a necessidade de alinhamento, harmonização e
sincronização da Estratégia Nacional para o Setor Espacial, da Política
Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais e do Programa Espacial
Brasileiro com a Estratégia Nacional de Defesa e com o Sistema Nacional de
Segurança Pública.
7. Sugerir que o ente responsável pela condução do
Programa Estratégico de Sistemas Espaciais - PESE seja tecnicamente vinculado ao Gabinete de
Segurança Institucional - GSI, de modo a subsidiá-lo no que se refere aos
sistemas e aplicações de autodefesa, de segurança institucional e de segurança
pública nacionais, visando permitir, o máximo possível, o seu alinhamento e a
racionalização de recursos, incluso os orçamentários, com os sistemas e
aplicações civis de propósito geral ou governamental.
8. Recomendar a necessidade de reformulação e atualização
do arcabouço legal nacional para permitir a harmonização entre a Estratégia
Nacional do Setor Espacial, a Política Nacional de Desenvolvimento das
Atividades Espaciais - PNDAE, o Sistema Nacional de Desenvolvimento de
Atividades Espaciais - SINDAE, o Programa Nacional de Atividades Espaciais –
PNAE, a Estratégia Nacional de Defesa - END e o Programa Estratégico de
Sistemas Espaciais - PESE , o Sistema Nacional de Segurança Institucional e o
Sistema Nacional de Segurança Pública,
bem como a reestruturação dos seus entes, subsistemas e programas.
9. Recomendar a avaliação e seleção criteriosa de
presidente, diretores, gestores e de técnicos para todos os cargos,
preferencialmente os de carreira na área espacial, com a exigência de
comprovação de notória competência técnica no setor e/ou de gestão pública na
área espacial.
II - Programas de Sistemas Satelitais,
Infraestrutura de Solo e Aplicações
10. Recomendar que os programas de sistemas satelitais
sejam atualizados com as novas tendências do mercado internacional, mais
eficientes e focados em atender as demandas nacionais de forma realista,
racional e criteriosa, de modo a manter e ampliar o uso de tais tecnologias,
diminuindo os riscos de descontinuidade de tais serviços e suas aplicações,
através do equacionamento do quadrinômio: desenvolvimento e domínio tecnológico
nacional; necessidades nacionais; despesas; e retorno para a sociedade.
11. Alertar para a necessidade urgente de harmonização
entre o PEB e o PESE e revisão dos atuais projetos nacionais, inclusive com a
antecipação da revisão do PNAE 2012 – 2021 para o ano de 2019, de modo a
permitir que o Plano Plurianual 2020 – 2023 já reflita tais melhorias em termos
de políticas públicas, programas e orçamento, evitando que haja um hiato de 4
anos para que os rumos do país no segmento espacial, inclusive pela falta de
dotação decorrente da imposição da execução orçamentária prevista em lei.
12. Sugerir a utilização mais intensiva de veículos
aéreos não tripulados e plataformas de grandes altitudes, tanto de modo
complementar quanto substitutivo aos dispositivos satelitais, quando factível,
em missões de sensoriamento remoto, vigilância, coleta de dados, dentre outras,
tendo em vista que o tempo de desenvolvimento, os riscos e os investimentos
inerentes a tais dispositivos são menores que os dos satélites, considerando a
criticidade, a aplicabilidade, a eficácia e a eficiência de tal emprego.
III - Programas de Sistemas e de Infraestrutura de Acesso
ao Espaço
13. Reforçar a importância e a urgência da aprovação do
acordo de salvaguardas de modo a permitir ao País ter acesso a tecnologias
restritas até então e também poder dispor comercialmente de sua infraestrutura
de acesso ao espaço, como o Centro de Lançamento de Alcântara, para lançamentos
comerciais de maior porte, e o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno,
para voos de veículos suborbitais modificados para lançamento de cubesats ou para lançamentos de
experimentos suborbitais padrões.
IV - Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Integrada na Indústria,
nos Institutos de Pesquisa e na Academia
14. Reiterar a necessidade de criação e aporte de
recursos em fundos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico específicos para o
setor espacial para serem geridos pelos órgãos de fomento, de modo a assegurar
tais atividades, principalmente, nos níveis de maturidade tecnológicas
inferiores ao TRL 3, para as universidades, e TRL 6, para os institutos de
pesquisa e startups do setor, com as devidas cobranças de resultados efetivos.
15. Reforçar a importância de se utilizar de instrumentos
como parcerias público privadas (PPP), fundos de investimento privados, e
outros que estejam inseridos na lei de inovação, de modo a permitir o
impulsionamento do desenvolvimento tecnológico para os níveis de maturidade
tecnológica TRL 7, 8 e 9.
V - Indústria e Mercado Aeroespacial Nacional e Internacional
16. Recomendar que sejam asseguradas condições favoráveis
a empreendimentos estrangeiros sem restrições, considerando que o crescimento
exponencial das atividades espaciais, exemplificado pela crescente participação
do setor privado e o desenvolvimento de novas vertentes, criou uma janela de
oportunidade única para quem estiver pronto para aproveitá-la, o que, caso
contrário, implicaria na perda de se criar um cluster espacial internacionalmente competitivo.
17. Enfatizar a necessidade da criação de condições
competitivas para empresas e startups
nacionais com a desburocratização, a desoneração tributária e fundos de
investimentos formados com capital dos Bancos Nacionais em parceria com
investidores privados, de modo a propiciar a incubação destas até um nível de
maturidade mais robusto.
18. Recomendar a elaboração e promulgação de legislação
que crie condições para que empresas interessadas em atividades de explotação
de recursos espaciais se instalem no Brasil, a exemplo do que fez Luxemburgo
recentemente, inclusive prevendo instrumentos para parcerias estratégicas
internacionais nesse tema.
19. Reconhecer o papel das atividades espaciais na
promoção do desenvolvimento sustentável, em sintonia com o que foi deliberado
pela UNISPACE+50 (4ª Conferência das Nações Unidas sobre a Exploração e Uso
Pacífico do Espaço Exterior, realizada em julho de 2018) e a resolução dela
derivada, endossada pela 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, ocorrida no
final de setembro de 2018.
VI - Formação, Atualização, Valorização e Retenção
de Talentos e de Mão de Obra Especializada
20. Recomendar fortemente a reativação do Centro Regional
de Educação em Ciência e Tecnologia Espacial da América Latina e Caribe
(CRECTEALC), instituição vinculada às Nações Unidas (ONU), cuja chefia é
alternada entre o Brasil e o México, a qual deveria já estar sob o comando
nacional desde janeiro de 2017, de modo a permitir que o Brasil possa formar
mão de obra nacional e internacional, utilizando as universidades e institutos
de pesquisa do setor espacial como campi
internacional, similarmente ao que fazem brilhantemente a Índia (com o seu
equivalente para a Ásia) e a China (com o centro para Ásia e Pacífico), além
dos demais centros do oriente médio e os dois centros da África (Marrocos, para
língua francesa, e Nigéria, para língua inglesa).
21. Reiterar a necessidade reivindicada há anos pela
comunidade de entusiastas do PEB de que a atividade de espaçomodelista seja
regulamentada junto ao Exército e a Força Aérea, em todo território nacional,
de modo a se prover a segurança jurídica e parâmetros legais de sua atuação,
inclusive, determinando áreas e condições específicas para o exercício dos
lançamentos, e aquisição / fabrico controlado de propelentes, analogamente ao
que foi feito recentemente com a regulamentação das atividades com drones no Brasil.
22. Sugerir a criação de um programa de bolsas e ou
estágios em instituições públicas ou privadas do setor espacial, para
estudantes ou recém graduados, de modo a estreitar o conhecimento teórico com a
prática de mercado.
23. Reforçar a necessidade de recomposição da força de
trabalho dos institutos de pesquisa do SINDAE, considerando que mais de 60% dos
quadros estão próximos da aposentadoria, fato este que evidencia um alto risco
de perda do capital informacional acumulado por esses colaboradores com o seu
afastamento das suas atividades, bem como a de possibilidade de interrupção de
pesquisas e de projetos em andamento.
24. Recomendar a institucionalização da Medalha do Mérito
Espacial do Brasil como instrumento de
reconhecimento, valorização e premiação, próprio e específico para o setor
espacial, de servidores (militares e civis) ou pessoas e instituições de
expressão, brasileiros ou estrangeiros, que tenham prestados relevantes
serviços ao PEB, sugerindo ainda que os 21 heróis do acidente ocorrido em
Alcântara em 22 de agosto de 2003 sejam, por intermédio das suas famílias, os
primeiro agraciados com tal comenda.
Foz do Iguaçu, Paraná, 03 de novembro de 2018.
Deixa eu adivinhar, não assinaram porque são da turma do #Elenão? Ou possuem algum rancor pelo Marcos Pontes?
ResponderExcluirOlá Chuck Norris!
ExcluirEm parte sim amigo, mas também por serem egocentristas, e por conta disso são pessoas que só pensam no Micro e nunca no Macro.
Abs
Duda Falcão
(Blog Bazilian Space)