Estudo Aponta Que Biodiversidade da Amazônia Depende do Combate à Degradação Florestal
Olá leitor!
Segue abaixo a nota oficial postada hoje (01/07) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que Estudo aponta
que Biodiversidade da Amazônia depende do combate à Degradação Florestal.
Duda Falcão
Estudo Aponta Que Biodiversidade da Amazônia
Depende do
Combate à Degradação Florestal
Sexta-feira, 01 de Julho de 2016
Um esforço inédito de cientistas de 18 instituições
internacionais, entre elas o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
foi capaz de comparar a diminuição de espécies causada por degradação florestal
com aquelas resultantes da perda de habitat pelo desmatamento.
O trabalho inovador, que acaba de
ser publicado na revista Nature, prestigiado periódico
científico internacional, concluiu que a conservação de espécies das florestas
tropicais exige que o controle da exploração madeireira ilegal, de incêndios
florestais e da fragmentação de áreas remanescentes deve ser considerado nos
planos de mitigação.
O estudo Anthropogenic disturbance can be as important
as deforestation in driving tropical biodiversity loss (Perturbação
antropogênica pode ser tão importante quanto o desmatamento na condução de
perda de biodiversidade tropical) mediu o impacto geral das perturbações
florestais mais comuns – o que inclui exploração madeireira, incêndios e
fragmentação de florestas remanescentes – em 1.538 espécies de árvores, 460 de
aves e 156 de besouros encontrados na Amazônia paraense.
O resultado desafia a atual concepção das estratégias de
conservação, na qual prevalece o foco no combate ao desflorestamento. Os
cientistas demonstraram que, para a floresta tropical, os efeitos das
perturbações causadas por atividades humanas resultam em perda de
biodiversidade tão ostensiva quanto à causada pelo desmatamento.
"O Brasil conseguiu reduzir seu desmatamento em
cerca de 80% como resultado de seu Plano de Prevenção e Controle do
Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Contudo, demonstramos neste estudo que
precisamos, urgentemente, de um planejamento governamental orquestrado para
quantificar a extensão e impactos da degradação florestal se quisermos
resguardar nossa biodiversidade, estoques de carbono, e serviços
ecossistêmicos", afirma Luiz Aragão,
pesquisador da Divisão de Sensoriamento Remoto do INPE e um dos autores do
estudo.
Segundo o estudo, espécies sob o risco máximo de extinção
foram as mais atingidas pelas perturbações causadas por atividade humana.
Quando analisado em conjunto, o efeito das atividades humanas que resultam em
degradação no Pará é equivalente a uma perda adicional de mais de 139.000 km2
de floresta primária, correspondendo a todo o desmatamento no estado desde
1988, ano em que o INPE começou a monitorar por satélites o corte raso na
Amazônia.
Enquanto a redução do desmatamento é acertadamente o
principal foco da maioria das estratégias de conservação em nações tropicais, a
condição das florestas remanescentes não costuma ser avaliada ou mesmo
controlada por políticas públicas. Ainda que donos de terras na Amazônia
brasileira sejam obrigados a manter 80% da cobertura primária em suas
propriedades, a nova pesquisa demonstra que, em paisagens nas quais a lei é
cumprida, a metade do valor potencial de conservação já pode ter sido perdida.
"Estes resultados devem servir de alerta para a
comunidade global", diz Jos Barlow, o principal autor do estudo. "O
Brasil demonstrou uma liderança sem precedentes no combate ao desmatamento na
última década. O mesmo nível de liderança é necessário agora para proteger a
saúde das florestas restantes nos trópicos. Do contrário, décadas de esforço de
conservação terão sido em vão".
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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