Parceria entre AEB e UFMG proverá desenvolvimento de satélite e qualificação de mão de obra para o setor espacial

Olá, leitor!


Segue abaixo a notícia "Parceria entre AEB e UFMG proverá desenvolvimento de satélite e qualificação de mão de obra para o setor espacial", publicada no site da AEB, no dia 09/11/2020.


Acreditamos que toda ampliação da pesquisa e do desenvolvimento do setor espacial é bem vinda, mas o que nos preocupa é a discricionariedade das parcerias. 

Há muito tempo, existia dentro da Agência Espacial Brasileira (AEB) uma discussão sobre a elaboração de editais para adoção de missões, nos quais a AEB definiria missões do seu interesse e as universidades, empresas, etc. apresentariam projetos para o desenvolvimento desses sistemas, subsistemas, etc. 

Na verdade, o Termo de Execução Descentralizada (TED), que é um tipo de convênio simplificado entre entes federais, deveria ser realizado com a AEB definindo um projeto ou pesquisa do seu interesse, que, através desse tipo de transferência voluntária de recursos, repassaria a execução do projeto / pesquisa para um outro ente federal que seja capaz de executá-lo, transferindo assim os recurso orçamentários reservados pela Agência para tal projeto / pesquisa para o ente executor.

Agora, utilizando o instrumento do TED, na versão às avessas, as instituições levam projetos dos seus interesses para a AEB que, a princípio, continua sem definir o que quer e o que precisa fazer, ajudando a pessoas ou grupos de interesses dos seus gestores e não necessariamente, aqueles que atendam a demandas mais abrangentes nacionais definidas pela Agência.

Sem um certame público, a disputa fica entre quem é mais amiguinho de quem e quem quer mais agradar a quem.

De maneira alguma estamos aqui questionando a relevância do projeto da UFMG ou a capacidade dos quadros da Universidade, longe disso, o que questionamos é que essas parcerias surgem / são anunciadas do nada e ninguém fica sabendo, somente depois que o recurso foi transferido.

Quantas outras universidades gostariam ou precisam de recursos para desenvolver projetos? Quantos gostariam de saudavelmente disputar uma chamada da AEB para um projeto de interesse do PEB?

A AEB poderia lançar um edital anual para projetos de cubesats universitários, como fez para o foguetemodelismo / foguete educacional, com regras claras e públicas, demonstrando assim que sabe o que quer.

Ou mesmo, ainda que não saiba o que quer mais especificamente (detalhadamente) fazer, a AEB poderia elaborar e lançar um Edital de Demandas Expontâneas, no qual a Agência poderia atender a um rol de projetos / temas de seu interesse, os quais seriam submetidos pelas universidades para fins de seleção.

Seria algo mais público, impessoal e moral...


Boa leitura!


Rui Botelho

(Brazilian Space)

Parceria entre AEB e UFMG proverá desenvolvimento de satélite e qualificação de mão de obra para o setor espacial

Coordenação de Comunicação Social - CCS
09 de Novembro de 2020 às 14h22
 
Fonte: www.gov.br/aeb
 
A Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), estabeleceu parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para o desenvolvimento, fabricação e testes do nanossatélite PdQSat-1, da categoria de CubeSats, em caráter experimental e de baixo custo. A assinatura do Termo de Execução Descentralizada (TED) ocorreu no final do mês de outubro e também proporcionará a qualificação de mão de obra para o setor espacial.
 
Os recursos foram descentralizados de acordo com as ações do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), organizadas no âmbito do Sistema Nacional para o Desenvolvimento de Atividades Espaciais (SINDAE), no qual a AEB é órgão central e a UFMG órgão setorial.
 
A parceria terá, ainda, a missão de testar, em voo, uma bateria de Lítio-Enxofre, de origem inglesa, tendo em vista o processo de instalação de uma fábrica desse tipo de material no estado de Minas Gerais. Desta forma, pretende-se não apenas testar uma tecnologia de ponta em um sistema espacial, como também caracterizar uma solução de alto teor tecnológico para posterior fabricação.
 
O trabalho a ser desenvolvido pela UFMG abrangerá várias frentes. Sob o ponto de vista acadêmico, será usado o “Aprendizado Baseado em Projetos”, ou PBL (Problem-Based Learning), metodologia de ensino por meio da qual o estudante deixa de ser apenas o receptor das informações transmitidas pelo instrutor. Neste caso, o aprendizado é ativo e fornece conhecimentos e habilidades durante a resolução de problemas utilizando o estudo autônomo.
 
O desenvolvimento do PdQSat-1 na Escola de Engenharia da UFMG apresenta uma possibilidade de aprendizado hands-on para os alunos. Integra também professores de diferentes cursos, e possibilita a aprendizagem intensa com o trabalho em grupo.
 
A cooperação entre a AEB/MCTI e a UFMG também proverá oportunidade de desenvolver mão de obra especializada, e levará para o estado de Minas Gerais o setor da astronáutica, que em muitos países já tem tradição de desenvolvimento conjunto com o setor aeronáutico, já estabelecido em MG.

Sobre o CubeSat

É um tipo de satélite miniaturizado usado para pesquisas espaciais e comunicações radioamadoras. Os CubeSats possuem volume de 1 litro e massa de até 1,33 kg, e, em seu formato padrão de 10×10×10 cm, é conhecido como "uma unidade" ou "CubeSat 1U". Com o seu tamanho relativamente pequeno, os CubeSats podem ser construídos e lançados por um custo estimado de 65.000 a 80.000 dólares.

Sobre a AEB

A Agência Espacial Brasileira é uma autarquia vinculada ao MCTI, responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

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