Japão começa a testar rover que vai estudar a superfície da lua marciana Fobos

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Segue abaixo a notícia "Japão começa a testar rover que vai estudar a superfície da lua marciana Fobos", publicada no site Canaltech, no dia 24/11/2020.


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Japão começa a testar rover que vai estudar a superfície da lua marciana Fobos

Por Danielle Cassita
24 de Novembro de 2020 às 13h40
 
Desde o ano passado, a agência espacial japonesa JAXA trabalha na missão Martian Moons eXploration (MMX), que terá o objetivo de visitar a lua marciana Fobos, a maior das duas que orbitam o Planeta Vermelho, para buscar respostas sobre os mistérios da formação delas. Para isso, a missão vai contar com um orbitador e um rover — que já está passando por testes para que a equipe o pouso, um momento bastante desafiador da missão. 

O rover — que ainda não tem nome — segue em desenvolvimento por uma equipe francesa e alemã. Para descer até a superfície de Fobos, o rover provavelmente vai encarar uma queda livre de 40 a 100 metros, e o procedimento está sendo testado pela equipe da missão nas instalações do Landing and Mobility Test Facility, do Centro Aeroespacial Alemão (DLR).
 
Além disso, o rover também terá que enfrentar condições ambientais extremas, já que as temperaturas em Fobos vão dos -150 °C a 50 °C ao longo do dia. Para resistir a tudo isso, o interior do veículo terá que manter temperatura constante para garantir a integridade dos dados coletados. “Por isso, testes de como o rover vai se comportar em diferentes temperaturas serão feitos em 2021, com um modelo térmico”, comenta Markus Grebenstein, gerente de projeto do rover MMX. 

Preparação para o teste de queda livre (Imagem: Reprodução/DLR)

Assim, um modelo de desenvolvimento preliminar foi criado para os engenheiros determinarem como projetar o rover para resistir ao impacto, imitando as condições gravitacionais de Fobos. "Nas condições do laboratório, nós soltamos o modelo preliminar do rover MMX de uma altura de cinco centímetros em uma superfície mutável, de ângulos variados", explica Michael Lange, gerente de testes do DLR Institute of Composite Structures and Adaptive Systems. Esse modelo preliminar de testes já se parece com a versão final do rover MMX: o modelo conta com duas rodas montadas, duas apenas para os testes e um sistema mecânico de segurança para o lançamento e pouso. Assim, o modelo está sendo utilizado para detectar e identificar possíveis problemas na estrutura do projeto, além de fornecer o máximo de detalhes possíveis.
 
Um dos desafios destes testes é que, como o rover vai descer em queda livre, a orientação em que ele vai cair é um mistério — isso sem mencionar a possibilidade de impacto com rochas. “A localização exata do pouso na superfície de Fobos é questão de chance, e estamos usando essas análises para nos prepararmos para os possíveis cenários variados”, diz Michael Wrasmann, do DLR Institute of Space Systems. Além das análises, também estão sendo feitas modelagens computacionais, e este trabalho irá ajudar a formar o projeto final do rover, que deverá ter menos de 60 cm de comprimento.
 
A missão MMX deverá ser lançada em 2024 e entrará na órbita de Marte no ano seguinte. Os principais alvos da missão são as luas Fobos e Deimos, que serão estudadas para entendermos melhor suas origens. É esperado que o rover da MMX pouse em Fobos no final de 2026 ou início de 2027. O veículo vai passar cerca de 100 dias analisando as propriedades da superfície de Fobos detalhadamente — e poderá registrar imagens em 8K do que avistar por lá —, além de descobrir informações essenciais para o entendimento da formação das luas marcianas.
 
Fonte: Space.com, DLR

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