Clarão chama atenção na Bahia; especialista diz que foi peça de foguete chinês

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Segue abaixo a notícia "Clarão chama atenção na Bahia; especialista diz que foi peça de foguete chinês", publicada no site Correio, no dia 23/11/2020.


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Brazilian Space

 Clarão chama atenção na Bahia; especialista diz que foi peça de foguete chinês

Hipótese mais provável é que fenômeno é o efeito dos módulos de propulsão de foguete lançado pela China 

 
Por Monique Lôbo 
23 de Novembro de 2020 às 20h26

(Fonte: www.correio24horas.com.br)

O céu ganhou um elemento estranho, no início da noite desta segunda-feira (23), em cidades baianas. É que um clarão, semelhante a um meteoro, foi avistado por moradores de municípios como Macajuba, Ipirá, Olindina, Piraí do Norte, Itapatinga e em Salvador. “Era por volta das 18h30, eu tava em um posto de gasolina e apareceu um clarão diferente. No início a gente pensou que fosse um helicóptero, só que foi ficando mais forte”, contou Danilo Oliveira, 25 anos, morador de Macajuba, centro-norte do estado. 



Segundo Danilo, o clarão tinha um formato de peteca com a luz mais forte na parte que representava uma calda. “O pessoal aqui ficou surpreso”, acrescentou. Surpresos também ficaram os jovens que disputavam um baba em Ipirá, no norte do estado. “Eu ouvi falar que alguns jovens que estavam na quadra poliesportiva ficaram assustados e foram para casa, pois não sabiam do que se tratava”, revelou Iago Souza, 22 anos, que reside na cidade. Tiago Oliveira, 22 anos, que mora no mesmo município, contou que todo mundo começou a olhar para o céu e especular a origem do fenômeno. “Alguns acharam que era um balão, outros meteoro. Teve gente que achou que era uma estrela caindo”, disse.
 
Na capital, o fotógrafo Almiro Lopes, morador de Plataforma, tentou registrar a luz em fotografias. “Estava bem longe, dava pra ver a luz. Eu fiquei besta, porque você só via luz. Eu mostrei aos caras, ai eles falaram: é drone. Que drone? Drone pisca. Aí depois foi ficando esverdeado e sumiu”, narrou.

Registro feito por celular no bairro de Plataforma, em Salvador 
(Foto: Almiro Lopes/Reprodução)

Nem drone, nem meteoro, nem estrela. De acordo com Nicolas Oliveira, astrofísico e doutorando do Observatório Nacional, o clarão, muito provavelmente, é o efeito dos módulos de propulsão de um foguete lançado, nesta segunda, pela China. “Eles lançaram, há pouco mais de duas horas um foguete levando a bordo os módulos da missão lunar Chang-e 5. A missão tem como objetivo coletar amostras da superfície da Lua para análise”, explicou. E acrescentou: “o que foi visto, muito provavelmente, é o efeito dos módulos de propulsão do foguete. Para sair da atmosfera da Terra, a rota de sua trajetória estava prevista para passar acima da América do Sul”. 

A trajetória prevista da missão está acima da América do Sul 
(Ilustração: Reprodução/Agência Espacial Europeia)

Mas, apesar do susto, o fenômeno não oferece risco. Segundo Nicolas, a possibilidade destes módulos causarem um acidente é remota. “Existe uma probabilidade, porém tão pequena que chega a ser desprezível. Os estágios de foguetes modernos comumente se desintegram na atmosfera ao se desacoplarem, outros possuem trajetória de queda calculada para os oceanos. Foguetes da SpaceX possuem estágios que pousam após o lançamento e podem ser reutilizados em outros lançamentos”, revelou.

Foguete chinês

A China lançou uma sonda à Lua para coletar rochas no satélite natural da Terra. Essa é a primeira operação deste tipo em mais de 40 anos, informou a agência estatal Xinhua.O foguete, batizado de Longa Marcha 5, impulsionou a espaçonave às 4h30 desta segunda, no horário local (17h30 de Brasília). O lançamento aconteceu no centro espacial Wenchang, na ilha tropical de Hainan. A missão Chang'e 5 ganhou esse nome em homenagem a uma deusa da lua na mitologia chinesa.
 
Essa é a segunda etapa do programa espacial da China que, no início de 2019, conseguiu pousar uma espaçonave no outro lado da lua, uma novidade mundial. A sonda desta missão foi projetada para coletar poeira e rochas lunares, escavando o solo a uma profundidade de dois metros e, em seguida, enviando-as de volta à Terra.
 
A chegada da sonda à Lua deve acontecer no final de novembro. Já a entrega das amostras à Terra está programada para ocorrer em meados de dezembro.

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