Nave japonesa com amostras de asteroide está quase na Terra
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Segue abaixo a notícia "Nave japonesa com amostras de asteroide está quase na Terra", publicada no site Socientifica, no dia 23/11/2020.
Saudações e boa leitura!
Brazilian Space
Nave japonesa com amostras de asteroide está quase na Terra
Por Felipe Miranda
23 de Novembro de 2020
Concepção artística da Hayabusa-2. (DLR German Aerospace Center).
O mundo se animou com a espaçonave OSIRIS-REX, da NASA, que coletou, em outubro, amostras do asteroide Bennu e retornará à Terra em alguns anos. No entanto, ela não foi a primeira. Os ânimos em relação à sonda são, em parte, pela influência dos Estados Unidos pelo mundo e dos prestígio da NASA. Mas o Japão coletou amostras de asteroide antes.
Em 2003, o Japão lançou a espaçonave Hayabusa 1, com a ousada missão de coletar amostras de um asteroide e trazê-las para a Terra. No entanto, um erro na espaçonave impediu o sucesso da missão. Ela não conseguiu coletar as amostras. Então, em 2014, os japoneses lançaram a Hayabusa 2 (dois anos antes da OSIRIS-REX), para coletar amostras do asteroide Ruygu, Deu certo. A nave alcançou o asteroide em 27 de junho de 2018.
Desde então, Hayabusa 2 retorna para a Terra – uma rápida viagem de 5 bilhões de quilômetros. Os cientistas já se preparam para receber a nave em 6 de dezembro de 2020 no deserto de Woomera, na Austrália após cumprir uma missão de seis anos no espaço e uma amostra de 100 miligramas (ou 0,001 gramas) de amostra do asteroide. É um valor bastante pequeno, mas suficiente para os estudos.
Hayabusa-2 e a aterrissagem da cápsula
A imagem a seguir demonstra um pouco de como ocorrerá a reentrada do material. Não é a sonda inteira que retornará para a Terra. Na verdade, há uma cápsula específica, fabricada especialmente para suportar a reentrada da forma mais eficiente possível. Dessa forma, o material se mantém seguro e a aterrissagem ocorrerá bem.
O retorno da sonda. (JAXA).
No dia 18 de novembro, após duas semanas de quarentena completa para garantir que ninguém se contaminasse com a covid-19, eles chegaram ao campo de testes de Woomera. Assim, eles preparam tudo para um pouso seguro. A cápsula cairá de paraquedas em um raio de 100 a 150 km da base dos operadores. A partir daí, a cápsula enviará um sinal de rádio e uma equipe, então, a resgatará.
Após ejetar a cápsula, eles aproveitarão a nave para outras missões. Nela, há muitos equipamentos úteis para a coleta de dados, e a tornar lixo espacial é um grande desperdício. Portanto, Hayabusa continuará a explorar o sistema solar, coletando dados científicos por muitos anos ainda, enquanto aguentar a trabalhar.
Você deve estar pensando na moto Hayabusa – veloz e com suas curvas suaves, a moto japonesa é admirada pelo mundo todo. No entanto, Hayabusa significa ‘falcão peregrino’, em Japonês. Trata-se de um bom nome para a sonda, dada a missão de viajar até o asteroide, coletar as amostras e voltar para a Terra em um intervalo bastante curto de tempo – 6 anos é muito rápido para uma missão espacial.
Importância das amostras do asteroide
Asteroide Ryugu. (ISAS / JAXA / Hayabusa-2 Team).
Mas qual a importância de coletar alguns grãozinhos de rocha espacial?
Bom, na verdade ocorre algo bem parecido com a missão OSIRIX-REX, a qual já abordamos em diversos textos nos últimos anos. Basicamente, asteroides mudam pouco com o tempo. Um planeta é muito mais complexo. A Terra, por exemplo, possui atividades geológicas, atividades meteorológicas, atividades orgânicas e até mesmo a atividade humana. Tudo isso impacta, de certa forma, diversas características da Terra.
No entanto, um asteroide é pequeno demais para ser tão complexo. Dessa forma, sua composição se mantém quase intacta. Portanto, já que tanto o Bennu quanto Ryugu possuem uma composição muito parecida com a da Terra primordial, estudá-los é entender um pouco do surgimento e estágios iniciais do desenvolvimento da Terra.
Esses estudos permitirão até mesmo analisar um pouco do surgimento da vida na Terra, já que esses asteroides carregam matéria orgânica formada por processos não aliados à vida, mas que possibilitariam, em um corpo mais complexo, como a Terra, o surgimento e desenvolvimento da vida.
Fonte: Science Alert e The Sydney Morning Herald.
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