Meteorito que caiu em MG veio de Vesta, um dos maiores asteroides conhecidos
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Segue abaixo a notícia "Meteorito que caiu em MG veio de Vesta, um dos maiores asteroides conhecidos", publicada no site Canaltech, no dia 05/11/2020.
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Brazilian Space
Meteorito que caiu em MG veio de Vesta, um dos maiores asteroides conhecidos
Por Danielle Cassita
05 de Novembro de 2020 às 13h20
Em maio, moradores de Minas Gerais acordaram assustados com a explosão de um meteoro. De acordo com a BRAMON (Rede Brasileira de Observação de Meteoros), um dos pedaços da rocha que resistiram à queima na atmosfera possivelmente caiu na cidade de Tiros, também em Minas Gerais. Um dos fragmentos foi encontrado por um fazendeiro e, agora, nosso país tem um novo meteorito.
O meteoro pôde ser observado em cidades de Minas Gerais e São Paulo, e causou um barulho tão forte quando explodiu que houve quem pensou que se tratava da queda de um avião — na verdade, o som era justamente a fragmentação do meteoro que, devido à emissão luminosa seguida da explosão, é chamado de bólido. A BRAMON calculou a trajetória que a rocha seguiu pela atmosfera, e concluiu que os meteoritos deveriam ter caído em uma área que chegava a quase 90 km de extensão entre os municípios Tiros e Morada Nova de Minas, ambos em Minas Gerais.
As chances de encontrá-los eram remotas, mas não nulas: um fragmento com cerca de 400g caiu à beira da trilha de uma fazenda na zona rural de Tiros. A rocha foi vista pelo fazendeiro Sr. Titota, que cavalgava pela trilha e reparou que havia uma rocha de cor escura e brilho vítreo. Ao pegá-la para observar melhor, ele notou que havia algo incomum ali; a história se espalhou rapidamente e Teresinha Souza, do grupo Mulheres de Estrelas, associou o fragmento ao bólido ocorrido em maio, porque a rocha estava em um local muito perto do final da trajetória que foi calculada pela BRAMON.
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Análises feitas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostraram que o meteorito de Tiros é um acondrito do tipo eucrito, ou seja, um meteorito rochoso que veio das profundezas da crosta de um dos maiores asteroides do Sistema Solar, e possivelmente foi lançado devido a um grande impacto no polo sul do asteroide. O eucrito é o tipo mais comum dos acondritos, as rochas que passaram pela fusão e recristalização. Eles são bastante parecidos com basaltos e, por serem ricos em cálcio, têm cor mais clara.
O asteroide em questão é o Vesta, que sofreu um impacto gigantesco há cerca de 1 bilhão de anos que abriu uma cratera com mais de 500 km de diâmetro sua superfície, e lançou trilhões de toneladas de rochas no espaço. Essas rochas formam a família Vesta de asteroides, que representam cerca de 6% dos meteoritos que caem em nosso planeta — e, entre eles, está o meteorito que viajou por um bilhão de anos e nos visitou em maio.
O asteroide Vesta (Imagem: Reprodução/NASA)
Claro que, após a divulgação das primeiras imagens do meteorito encontrado em Tiros, diversos pesquisadores, caçadores de meteoritos e astrônomos amadores visitaram a cidade em busca de outras rochas. Entretanto, será difícil encontrá-las: além de não terem muita massa, a área é extensa, tem relevo acidentado e muita cobertura vegetal. Mesmo assim, as buscas continuam, já que pode haver outro meteorito à beira de uma estrada ou trilha.
O meteorito de Tiros ainda não foi classificado e registrado oficialmente. Pra isso, será preciso um depósito de ao menos 20g em uma instituição como o Museu Nacional. Mesmo assim, esse fragmento tem material de um asteroide que está a centenas de milhões de quilômetros do nosso planeta, e estudá-lo é importante para compreendermos melhor tanto o asteroide Vesta quanto o Sistema Solar e o universo à nossa volta.
Fonte: BRAMON
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