Satélite Geoestacionário Russo Fora de Controle
Olá, leitor!
Segundo o gráfico disponibilizado por Kelso em sua postagem, percebe-se a mudança de altitude (alteração com aumento do semi-eixo maior) e deslocamento anormal para este tipo de satélite (alteração com mudança da longitude).
COSMOS 2473
Lançado ao espaço a partir do cosmódromo de Baikonur por um foguete Proton-M, em 20 de setembro de 2011, e posicionado em GEO a 80° Leste, o satélite KOSMOS 2473 (os russos usam K) é um satélite da família Garpun (гарпун, arpão em russo), com ~2.400 kg de massa, de retransmissão de dados (relay) militares, operado pelo Comando Espacial Global e Sistema de Comunicações (GKKRS - Global Space Command and Communications System) [2,3].
Esse tipo de equipamento tem a missão de atender, em escala global, as redes de satélites militares russo de reconhecimento óptico das famílias Persona e BAR-M e os satélites radar das famílias Pion-NKS e Lotos-S ELINT, retransmitindo os dados obtidos e pré-processados por estes para as unidades de inteligência e operações militares do governo russo [2].
Em uma primeira análise, a única outra possibilidade para tal mudança seria alguma manobra de reposicionamento, a exemplo do que o referido satélite passou em 2016, quando mudou da sua posição original a 80° Leste para 13,5° Oeste, aonde o mesmo deveria se manter "estacionado".
Problemas e ameaças
O principal problema envolvido na questão é que se o satélite está fora de controle, não será possível o seu descomissionamento para uma órbita cemitério, como normalmente acontece com satélites em órbitas tão altas e isso pode comprometer as posições orbitais geoestacionárias próximas a região aonde o COSMOS 2473 estará a deriva.
Por serem órbitas muito cobiçadas e exaustivamente exploradas pelo mercado de comunicações mundial, além das aplicações de defesa, a indisponibilidade ou restrições nessas posições tem reflexos de ordem econômica e comercial, que podem encarecer ou inviabilizar as operações nessa região.
O outro fato é que, confirmada / oficializada essa situação, o COSMOS 2473 se tornará, oficialmente, um grande detrito espacial, somando-se aos milhares já existentes, principalmente nessa região. Assim, ainda que venha a decair e reentrar na atmosfera terrestre, o que demorará décadas ou séculos, ou, por ventura continue aumentando a sua altitude, a medida que for alterando sua altitude (aumentando ou diminuindo a sua velocidade), o satélite-detrito continua sendo uma potencial ameaça de colisão e de geração de novos detritos na nossa órbita.
A imagem abaixo ilustra o quanto as órbitas geoestacionárias estão sendo exploradas e ocupadas por satélites operacionais (pontos verdes) e outros objetos não operacionais (demais cores) .
Satélites operacionais e outros objetos em posições orbitais geoestacionárias e nas suas proximidades [5].
Visão mais aproximada dos satélites operacionais e outros objetos em posições orbitais geoestacionárias e nas suas proximidades [5].







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