Como seria uma estação de abastecimento em Marte? Esses conceitos te mostram

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Segue abaixo a notícia "Como seria uma estação de abastecimento em Marte? Esses conceitos te mostram", publicada no site Canaltech, no dia 28/10/2020.


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Brazilian Space 

 Como seria uma estação de abastecimento em Marte? Esses conceitos te mostram

Por Danielle Cassita
28 de Outubro de 2020 às 14h15
 
Elon Musk não esconde seus projetos futuros para a presença humana em Marte: o CEO da SpaceX já falou sobre construir uma base fixa por lá em 2028 e até povoar o Planeta Vermelho com 1 milhão de pessoas até 2050. Entretanto, para que tudo isso saia do papel algum dia, será preciso ter estações de abastecimento. Assim, a empresa Air Company anunciou um projeto para criar combustível a partir do dióxido de carbono, e divulgou conceitos das estações.

A empresa declarou ao portal Inverse que tem um protótipo de um sistema que utiliza dióxido de carbono, água e energia solar para produzir oxigênio e metano, que podem ser usados para alimentar foguetes semelhantes ao Starship, que a SpaceX planeja usar para levar humanos e cargas a destinos como Lua e, claro, Marte. Os designs conceituais mostram como seriam as estações de abastecimento no Planeta Vermelho. É lá que o combustível seria obtido, parte importantíssima para a realização das viagens da Terra para o planeta.
 
A atuação da Air Company já foi reconhecida pela NASA: em 2019, a empresa foi selecionada como uma das cinco vencedoras da primeira fase do CO₂ Conversion Challenge, uma competição que focou na conversão do dióxido de carbono em glicose para produzir alimentos e medicamentos em Marte.

O interior da estação (Imagem: Reprodução/Air Company)

Já em abril, a Air Company começou a trabalhar com produtos para a higiene das mãos feitos com a conversão do dióxido de carbono em etanol, e lançou também uma vodca com carbono negativo criada a partir do dióxido de carbono, energia solar e água. Durante o desenvolvimento do produto, a empresa passou a explorar os combustíveis de foguete: "descobrimos a aplicação da nossa tecnologia quando trabalhávamos em melhorias de um piloto que converte o CO₂ em álcool, e fomos motivados pelo trabalho que fazíamos para a NASA para o CO₂ Conversion Challange", diz Gregory Constantine, co-fundador da empresa. "Estávamos trabalhando com os sistemas em temperaturas acima do normal sob condições diferentes das normais, e vimos que podíamos criar com eficiência essas moléculas de combustível", explica Stafford Sheehan, eletroquímico e co-fundador.
 
A tecnologia também poderia ser usada para criar combustível para outras aplicações, mas o foco no momento é o combustível para foguetes. No passado, Musk já descreveu o funcionamento de instalações do tipo: a água seria coletada das reservas de gelo de Marte e o dióxido de carbono viria da atmosfera. A água seria separada em oxigênio e hidrogênio por eletrólise, enquanto o processo de Sabatier seria usado para o dióxido de carbono e hidrogênio formarem metano e mais água. Claro que, para que tudo isso possa ser feito, será preciso energia — Musk observou em outubro de 2019 que seriam necessários de um a dez megawatts de energia solar.

A área externa da estação (Imagem: Reprodução/Air Company)

Se você reparar, a Air Company parece ter mostrado um foguete Falcon Heavy em seus conceitos, mas a SpaceX tem planos para usar o Starship, que é bem maior e mais poderoso, nas missões da Terra para Marte — e que será alimentado por oxigênio líquido e metano. "Nosso objetivo é usar a tecnologia da conversão do gás carbônico e expertise para ajudar grupos como a NASA, a SpaceX e outros para permitir a colonização humana através do Sistema Solar", disse Constantine.
 
Segundo a empresa, os conceitos foram usados para focar nas possibilidades do futuro. Embora os designs sejam conceituais, a expectativa é que exista, em algum momento, tipos de foguetes que possam chegar a lugares como Marte e ir até além do que está planejado para o Starship. A Air Company tem seu protótipo pronto e funcionam, e espera agora passar os próximos 12 meses o aprimorando: “esperamos uma chance para lançar [o protótipo] em uma nave para uma estação espacial ou para Marte nos próximos anos para mostrar a utilidade da nossa tecnologia na colonização espacial”, finaliza Constantine.

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