Satélite Anão Brasileiro Vai Espionar a Lua
Olá leitor!
Segue abaixo a segunda matéria do site “Sputnik News Brasil”
(versão brasileira do site russo Sputnik News) sobre o PEB, matéria esta publicada
dia (30/11) e relacionada com a anterior e tendo como destaque a recente
divulgada Missão Lunar Brasileira Garatéa-L.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
Satélite Anão
Brasileiro Vai Espionar a Lua
Grupo de
cientistas brasileiros pega carona em foguete indiano
para lançar
nanossatélite espião da Lua. Projeto prevê para 2020
esta primeira
missão espacial sul-americana além da órbita terrestre.
Publicado em 30/11/2016 - 17:38
Atualizado em 30/11/2016 - 17:43
Foto: Divulgação
Uma missão
desenvolvida por um grupo de cientistas brasileiros e chamada de Garatéa-L
deverá colocar em órbita lunar, até dezembro de 2020, um nanossatélite – o
primeiro engenho nacional a ser lançado ao "espaço profundo", para
além da órbita da Terra. O projeto brasileiro conta com a parceria da Agência
Espacial Europeia (ESA) e da Agência Espacial do Reino Unido (UK Space Agency).
O nanossatélite brasileiro será transportado por um foguete indiano, o indiano
PSLV-C11, que levará outros quatro pequenos satélites de estudos da Lua.
Segundo Douglas
Galante, cientista do Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), em
Campinas, e um dos coordenadores do projeto, este nanossatélite "tem como
um dos principais objetivos fazer experimentos de astrobiologia na órbita
lunar".
"Mas este
não é o único objetivo dele. Na verdade, a Garatéa, essa sonda, tem três
grandes objetivos: um deles é desenvolver a tecnologia espacial aqui no país,
habilitar os nossos engenheiros, os nossos pesquisadores, a fazer ciência espacial
de alta qualidade. Nós nunca colocamos um satélite além da órbita terrestre.
Vai ser a primeira vez. Além disso, desenvolver os experimentos científicos em
órbita. E o terceiro grande objetivo é utilizar essa oportunidade para também
atender a objetivos educacionais e de divulgação científica, para fomentar um
pouco mais a área no país, e eu sou um dos responsáveis pelo experimento
científico de astrobiologia da missão. Ela foi desenhada para ter o lançamento
comemorando os 50 anos do homem pousando na Lua, completados em julho de 2019.
A data de lançamento vai ser provavelmente no segundo semestre de 2019, começo
de 2020, para comemorar esses 50 anos da missão Apollo 11."
Douglas Galante
explica ainda:
"Estamos
planejando três grandes experimentos científicos. Um deles é o de
astrobiologia, do qual eu e um grupo de pesquisadores fazemos parte. Há um
segundo experimento científico em medicina espacial, que vai testar células
humanas nesse ambiente e é coordenado pela Professora Taís Russomano, da
PUC-RS. E há um terceiro experimento, do INPE [Instituto Nacional de Pesquisa
Espacial], para fazer imageamento da superfície lunar. O experimento de
astrobiologia tem o objetivo de testar respostas de organismos terrestres
extremamente resistentes, os chamados extremófilos, ao ambiente de espaço
profundo, ou seja, longe da proteção da magnetosfera terrestre, que é o tipo de
coisa que só encontramos na Lua ou além da Lua. Nesse experimento nós vamos
usar basicamente organismos terrestres isolados de ambientes extremos do nosso
planeta, de desertos, da Antártida, do Atacama, do alto de montanhas, que nós
sabemos que têm essas condições de resistência. E nós vamos testar os limites
da vida nessas condições extremas de espaço profundo sob altas doses de
radiação, baixa gravidade, alterações na temperatura, e a ideia desse
experimento, além de testar os limites da vida, é definir melhor quais são os
possíveis sistemas habitáveis do nosso sistema solar. Hoje, o que temos certeza
é de que a Terra tem vida, mas nunca encontramos evidências científicas de vida
em outros lugares até o momento. O que estamos tentando definir, com esse
experimento, é: será que os outros fatores que existem no espaço, como a alta
dose de radiação, variação de gravidade e de temperatura não acabam
inviabilizando a vida? Precisamos, de fato, testar os organismos vivos nessas
condições para entender a habitabilidade do nosso universo dessas diferentes
regiões, seja no sistema solar, seja, inclusive, em exoplanetas muito além do
nosso sistema solar."
De acordo com
Douglas Galante, estão sendo delineadas algumas cooperações internacionais.
"Começamos com um grupo de pesquisadores e engenheiros. Basicamente, temos
um grupo de engenharia que está desenvolvendo a sonda em si e é coordenado pelo
engenheiro Lucas Fonseca, que voltou recentemente da ESA – Agência Espacial
Europeia. Ele trabalhou na missão Rosetta, que pousou a sonda Philae na
superfície de um cometa, o que foi um feito incrível. Ele voltou ao Brasil e
está coordenando a parte de engenharia. Da parte do experimento científico, eu
estou trabalhando com um grupo de pesquisadores, e dentro da astrobiologia nós
temos pesquisadores aqui do LNLS/CNPEM, temos da USP/SP, do Instituto
Oceanográfico e do Instituto de Química, da Federal de Santa Catarina, e um
parceiro internacional, por enquanto, que é da EOS, entidade americana que
serve para fazer a interface entre universidades e a Agência Espacial
Americana, a NASA. Por enquanto, esses são os parceiros, mas temos alguns
conselheiros internacionais que são da NASA e já trabalharam em outras missões
mais ou menos similares, e que estão nos ajudando."
Fonte: Site Spútnik Brasil - http://br.sputniknews.com/
Comentário: Bom leitor, esta é uma missão
fantástica e estamos na torcida para que o grupo coordenado pelo Eng. Lucas
Fonseca da startup brasileira AIRVANTIS, venha viabilizar os recursos financeiros
necessários, e assim, concretizar o sonho de colocar o Brasil entre aqueles
países capazes de enviar sondas espaciais além da orbita terrestre, mesmo que
seja por meios estrangeiros como será neste caso. Quem sabe a concretização
desta missão estimule o grupo da espetacular Missão ASTER encontrar também o
seu caminho, quem sabe, né verdade???
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