Foguete VSB-30 é Lançado e Parte dos Experimentos Não é Testada
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria publicada na edição de nº 52
de novembro de 2016 do “Jornal do SindCT”, tendo como destaque as
atividades da recente “Operação Rio Verde” realizada no Centro de Lançamento de
Alcântara (CLA) e já abordada aqui no Blog.
Duda Falcão
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Operação Rio Verde
Foguete VSB-30 é Lançado e Parte
dos Experimentos Não é Testada
É possível que 4 dos 8 experimentos não tenham sido testados,
uma vez que a
carga útil não atingiu ambiente de microgravidade
Por Shirley Marciano
Enviada especial a Alcântara
Jornal do SindCT
Edição 52ª
Novembro de 2016
Foto: Assessoria de Imprensa do CLA
Operação Rio Verde:lançamento do VSB-30 no Centro
de Lançamento de Alcântara (CLA),em 7/12/16.
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A Operação Rio Verde teve seu ponto máximo no dia 7 de
dezembro, às 12h10 (horário de
Brasília), com o lançamento do foguete VSB-30 no Centro de Lançamento de
Alcântara (CLA), no
Maranhão. Porém, não foi exatamente um sucesso: as metas foram apenas
parcialmente cumpridas, pois o foguete não alcançou a altitude e trajetória requeridas
para colocar a carga útil em condições de microgravidade. O tempo total
programado entre o lançamento, a reentrada na atmosfera e o impacto da carga
útil no mar era de 16 minutos, mas tudo durou apenas 12 minutos.
Dos oito experimentos,
quatro deles podem não ter sido testados. Ainda haverá um estudo mais
aprofundado para verificar, tanto os motivos da falha no foguete quanto os
resultados dos experimentos, conforme informou o coordenador geral da operação,
coronel aviador Santana Junior, em coletiva à imprensa, logo após o lançamento.
Ele destacou que os dois estágios
do foguete funcionaram
dentro do previsto,
de acordo com a telemetria,
mas que ainda
não se sabe
o que aconteceu
para que a
carga útil atingisse o ambiente de microgravidade.
Durante a coletiva, o comandante do CLA, coronel aviador Olany
Alencar Oliveira, explicou que falhas dessa natureza são comuns até mesmo nos países
mais desenvolvidos no setor espacial. “É
uma atividade de risco porque envolve desenvolvimento de tecnologia”. Ele afirmou ainda que “a
falha de parte dos experimentos não impacta diretamente a evolução dos futuros veículos
do Programa Espacial Brasileiro”.
Desenvolvido em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), o VSB-30 é um
veículo já qualificado em voo. Portanto, o seu lançamento não era o desafio
tecnológico principal, embora seja uma
operação que possua
um alto grau de complexidade. O
objetivo era, realmente, enviar os experimentos para serem testados em microgravidade. Na Alemanha já é uma prática a prestação desse
serviço a empresas. Como no Brasil não há demanda suficiente, é o governo quem
financia.
A coordenação da Operação
Rio Verde coube ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial
(DCTA), Instituto de Aeronáutica
e Espaço (IAE), CLA e Agência Espacial
Brasileira (AEB), em cooperação com o
DLR, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e
diversas universidades, autoras dos experimentos.
Cargas Úteis
“A gente tem cinco minutos para testar o experimento no
espaço. É o modo pelo qual verificamos se ele funciona em ambiente de microgravidade ou não. A
qualificação tem por meta a aplicação em satélites”, explica Kleber Vieira,
pesquisador que faz parte da equipe da Universidade Federal de Santa Catarina, que
projetou um dos experimentos. Ele também participou do trabalho de lançamento
de um instrumento na Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês)
junto ao astronauta Marcos Pontes.
De acordo com Vieira, o tempo de duração de um projeto
depende de muitas questões. “Esse começou em 2013. São três anos porque depende
de uma série de fatores, inclusive da disponibilidade dos alemães de virem para cá”,
conta. O pesquisador também destaca
a importância de se ter maior número
de lançamentos. “Lançamos em 2002, 2007,
2010 e 2016. Foi um intervalo grande entre 2010 e 2016, principalmente por causa
do doutorado que são quatro anos e do mestrado que são dois anos só. Então, o
ideal seria que a cada dois anos
tivéssemos um lançamento. Esse
é o meu
desejo”, diz.
O custeio do projeto dos instrumentos coube à AEB, que possui
um programa específico para essa finalidade, Programa Microgravidade, no qual
os projetos são escolhidos por meio de regras estabelecidas em edital público. O
Programa Microgravidade tem por objetivo colocar cargas úteis de veículos
espaciais à disposição da comunidade técnico científica brasileira, provendo meios de acesso e suporte técnico para a viabilização de experimentos,
informa a AEB, por meio de nota ao Jornal do SindCT. O programa foi criado em
1998, pela Resolução 36, do Conselho Superior da AEB.
Entre 2000 e 2010, foram realizados três voos de foguetes
de sondagem e um voo com experimentos da ISS. De acordo com o tecnologista
sênior José Bezerra Pessoa Filho, representante do IAE na comissão
responsável pelo Programa
Microgravidade, até hoje pelo menos duas dezenas de instituições nacionais
habilitaram-se e fizeram voar experimentos por meio dele.
Questionada pela reportagem, a AEB explica as razões do longo intervalo
entre os lançamentos (ao invés de um
plano de dois anos para coincidir com os períodos dos mestrado e doutorado das universidades):
“Quando os Anúncios de Oportunidades (AOs) foram lançados, em 2013, estavam
previstos voos em 2014, 2015 e 2016. Na época, a AEB e o IAE estavam
prontos para realizar estes voos, mas os experimentos atrasaram e somente foi possível
a disponibilidade da plataforma dos parceiros alemães para voar em 2016,
quando não mais estaríamos utilizando
elas, segundo o planejamento inicial”.
Ainda segundo a AEB, pesquisas adicionais demonstraram
que o tempo médio de desenvolvimento de
experimentos para microgravidade é de três anos para a
preparação do voo, adicionados de pelo
menos um ano de análise de dados.
“Assim, como temos mais um voo
planejado, que deve ocorrer em 2018, se selecionarmos outro conjunto de
experimentos, seremos capazes de lançar nesta
cadência indicada”.
Fonte: Jornal do SindCT -
Edição 52ª – Novembro de 2016
Comentário: Pois é leitor,
note como as desculpas do pessoal do IAE destoam um pouco sobre as explicações
da AEB para a falta de cadencia de voos do Programa Microgravidade. A verdade
leitor é que não há recursos suficientes (o governo continua brincando de fazer
programa espacial) e sobra incompetência nesta Agencia Espacial de Brinquedo
(AEB). Consequentemente, não tem como se cumprir a meta de um voo a cada dois
anos, meta esta que há meu ver é ainda muito baixa, já que deveriam ser pelo menos
dois voos por ano. Quanto à missão da Operação Rio Verde, que me desculpem o
pessoal do IAE, mas a verdade é que ela não cumpriu o objetivo e
consequentemente falhou, apesar de como foi dito na matéria, não é um fato incomum
nesta área, mas após uma missão anterior mal sucedida, não tem como não gerar
uma imagem de desconfianças, seja ela na área de inteligência, seja ela na área
de falta de competência. Mas a verdade leitor é que diante da falta de
resultados e a sobra de promessas não cumpridas por Sociólogos, Farristas, Humoristas,
Ogras, Menestréis e diversos bananas que passaram pelo Governo e pela gestão da AEB, pegou muito mal o fracasso de mais esta
missão. Imagine você leitor se a NASA estivesse apresentando esse desempenho, a Sociedade Americana já teria cortado a cabeça de todo mundo.
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