São José Quer Resgatar Empresas Aeronáuticas e Espaciais Perdidas Por Falta de Infraestrutura
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo publicado hoje (19/12) no site “Defesanet.com”
destacando que São José dos Campos quer
resgatar Empresas Aeronáuticas e Espaciais perdidas por falta de infraestrutura.
Duda Falcão
TECNOLOGIA
São José Quer
Resgatar Empresas Aeronáuticas
Perdidas Por Falta de Infraestrutura
Júlio Ottoboni
Especial para DefesaNet
19 de dezembro, 2016 - 14:00 ( Brasília )
A futura administração da prefeitura municipal de São José dos
Campos, do prefeito eleito Felício Ramuth (PSDB) quer recuperar as fábricas que
deixaram a cidade nos últimos quatro anos, principalmente as ligadas ao polo
aeroespacial. O setor tem sofrido baixas por saturação da infraestrutura
existente, que é utilizada praticamente pelo complexo da Embraer, como a pista
do aeroporto civil-militar da cidade.
Desde 2008 o acumulado de companhias aeronáuticas, de vários
portes e atuações dentro do mercado, pode se aproximar da casa das 100 empresas
perdidas. Um desmonte imenso que agora passa a comprometer significativamente a
própria sobrevivência do polo aeroespacial. Cerca de 50 empresas ligadas
a Comissão Empresarial para o Desenvolvimento Aeroespacial de São José dos
Campos e Região desapareceram, a única sobrevivente foi a Krauss Aeronaútica
que teve de deixar a cidade para sobreviver.
O retorno das empresas perdidas ao longo deste período será uma
das ações prioritárias do futuro gestor da Secretaria de Inovação e
Desenvolvimento Econômico, Alberto Mano Marques. Entre várias que deixaram a
cidade ou mesmo sucumbiram a falta de estrutura, como uma nova pista de testes
e um condomínio de empresas do setor, se encontra a Krauss Aeronáutica que
seguiu para Minas Gerais, em 2008, e a unidade da Novaer Craft, que deixou a
cidade em abril de 2014, rumo ao município de Lages, em Santa Catarina.
Os Estados brasileiros travam hoje uma verdadeira guerra tanto no
segmento fiscal como em políticas de incentivos que também tem atraído à
atenção de outras empresas ligadas ao segmento aeronáutico e espacial.
Além do mais, São José dos Campos sempre se absteve de ter uma
política de atração de investimentos no setor aeronáutico e espacial. As
empresas que surgiram nas incubadoras da cidade, tanto no Parque Tecnológico,
REVAP e UNIVAP acabaram encerrando suas atividades ou partindo para outras
cidades com administrações mais sensíveis as necessidades do empresariado.
A cidade reinou soberana, praticamente sozinha neste segmento,
enquanto outros municípios se estruturavam, inclusive com a ajuda do governo em
âmbito estadual e federal. Como foi o caso com os polos de São Carlos e de
Gavião Peixoto, ambos ainda nos anos 90. São José dos Campos ainda ignorou os
sinais e avisos dados pela direção da Embraer que a ex-estatal se
internacionalizaria e expandiria para fora das fronteiras do Vale do Paraíba
paulista. O ex-presidente da companhia, Maurício Botelho, sempre dizia em suas
entrevistas sobre a tendência da Embraer.
“A Embraer não é uma empresa de São José dos Campos, é uma empresa
do mundo. Nosso mercado é o mundo e para lá que temos que voltar nossas
atenções e investimentos”, reforçava Botelho para os ouvidos mocos de
administrações locais que pouco se preocupavam em estrutura o segmento.
Entretanto, a promessa a partir de janeiro, quando assumirem a
prefeitura local, que se encontra em sérias dificuldades financeiras depois de
uma gestão desastrosa do prefeito petista Carlinhos de Almeida, que está
cassado e tem seu nome ligado a investigação Lava Jato, deverá partir
para ações semelhantes aos seus concorrentes para reverter o quadro.
“Irei sim atrás dessas empresas que saíram daqui, temos que
descobrir o as fizeram deixar São José dos Campos e mostrar que podem prosperar
aqui com todo apoio do município”, comentou o secretário que será empossado no
dia 1º de janeiro de 2017, na administração do prefeito eleito Felício Ramuth.
Os novos centros de atividade industrial ligada a aeronáutica,
como de Itajubá (MG), Lages (SC), Santa Maria (RS), Sete Lagoas (MG), Sorocaba
(SP), São Carlos (SP) têm criado uma forte competitividade no setor. As
incubadoras tecnológicas de São José dos Campos registraram também uma forte
evasão para essas localidades.
“São José dos Campos é um cidade diferenciada, seja na formação
acadêmica e de mão de obra altamente especializada, como um polo de atração no
setor. Temos que estar atentos e ir buscar inclusive empresas que estejam aqui,
mas com braços em outras cidades”, comentou Marques sobre sua intenção de
reverter essa situação desfavorável.
Apesar do diferencial ainda existir, ele está muito menor com o
passar do tempo. Várias cidades agora tem o curso de engenharia aeronáutica já
certificado, o que era uma exclusividade do ITA e São José dos Campos enfrenta
uma franca decadência. O ITA, o DCTA, o INPE entre outros institutos que
fomentavam o polo estão sucateados e em situação de penúria, os grandes
projetos espaciais acabaram assim com os novos projetos da Embraer que
embarcaram para o exterior ou para outras localidades.
Um exemplo que a sangria não foi estancada é a empresa Krauss
Telecom, que atuou em grandes projetos como o SISFRON, SIVAM, nos satélites do
INPE, CINDACTA e produzindo vários equipamentos para aeronaves está fechando até
o final deste mês as portas em São José dos Campos e partindo para
Caraguatatuba, no Litoral Norte paulista, para atuar na área de segurança de
condomínios.
“Eu estou deixando São José, os contratos estão parados ou
encerrados e não sei se serão retomados. O SISFRON é um deles que deixou de ser
tocado pelo governo federal. Ninguém está produzindo mais nada no Brasil na
área de comunicação, tudo agora é importado e vem da China, não interessa a
qualidade ou se isso prejudicará a indústria brasileira. Vou tentar sobreviver
com nesta área de condomínios até surgir alguma coisa”, comentou o proprietário
Júlio Cesar Brandão Serrano.
Um triste exemplo é o distrito industrial do bairro Chácaras
Reunidas, que está se esvaziando com uma velocidade assustadora. Muitas
empresas estão preferindo cidades periféricas para fugir da voracidade dos
sindicalistas ligado ao setor metalúrgico e militante do partido de extrema
esquerda PSTU. A cidade viu sumir de seu mapa empresarial em duas décadas
a TECNASA, todo o grupo TECSAT, AMPLIMATIC, AVIBRAS 1, SOLECTRON entre outras
como Philips, Kodak, grande parte da General Motors e um número imenso de
médias e pequenas empresas.
Uma das possibilidades que ressurge agora, como essa nova
investida, é a criação do condomínio aeronáutico dotado de hangares, galpões,
salas para escritórios e uma pista de pouso e decolagem para as empresas que
necessitam deste tipo de estrutura. Algo semelhante ao que está sendo feito em
Lages e em Itajubá. O futuro secretário disse que pretende atender a demanda do
empresariado.
Para o empresário Roberto Brandão Serrano, fundador e proprietário
da Krauss Aeronáutica, que foi criada da incubadora tecnológica da Petrobras,
em São José dos Campos, no começo dos anos 2000, sua ida para Minas Gerais não
só salvou seu negócio como abriu uma série de novas possiblidades que
inexistiam no Vale do Paraíba. O motivo: a falta de infraestrutura aeronáutica
e de apoio aos empresários do setor.
“Eu vim para a cidade de Campanha (MG) em 2008, que sequer tem
aeroporto, mas começamos a produzir num galpão no centro da cidade e em 2011
nós fabricamos 8 aviões em seis meses. Em 2015 instalei a Krauss Aeronáutica em
Três Corações (MG) e a oficina de manutenção em Divinópolis (MG) e já temos 17
aviões produzidos e mais oito para entrar em fabricação. A atenção que nós
temos aqui é incomparável, não dá para pensar em sair”, comentou satisfeito o
empresário Roberto Brandão Serrano.
O máximo que pode acontecer é estabelecer um posto avançado no
Vale do Paraíba. “Foi muito bom a gente ter saído”, reforça. Mesmo com toda
dificuldade que enfrentou por estar fora do eixo aeroespacial, hoje a Krauss
tem três projetos de aviões próprios, o KA-01 para aviação agrícola, o KA-100
Guará para avião civil e um vant.
O prefeito eleito, Felício Ramuth, comentou que as organizações
sociais (O.S.) contratadas pela prefeitura, como a que cuida do Parque
Tecnológico de São José dos Campos e paga para seus diretores salários
altíssimos e é administrado pela segunda vez pelo ex-ministro Marco Antonio
Raupp, alvo de imensas críticas das empresas encubadas no parque, se destoarem
da nova proposta administrativa da prefeitura terão seus contratos encerrados.
A OS do Parque Tecnológico é apontado inclusive pelos tucanos como
o caso mais explícito de aparelhamento de uma entidade pelo governo do PT. Em
seu conselho administrativo se encontram desde militantes e secretários
municipais ligados ao partido, como na estrutura funcional da entidade.
“Se não tiverem a capacidade de resposta rápida e dentro das
necessidades do município vamos promover uma nova abertura de contratação e
efetuaremos a troca. O que queremos é o compromisso com a cidade, pois não
temos interferência direta na gestão das organizações, se não cumprirem o
determinado serão trocadas”, informou ao comentar sobre a inclusão de membros
da atual administração do Partido dos Trabalhadores (PT) na direção das várias
entidades contratadas pela prefeitura, que faz uma forte oposição ao PSDB.
Fonte: Site Defesanet.com - http://www.defesanet.com.br
Comentário: Pois é, mais um artigo com forte conotação política
(uma das razoes deste Território de Piratas se encontrar na situação em que se
encontra, não sendo com o PEB diferente. É aquela coisa, os interesses políticos
desses pseudos-partidos de merda e de seus vermes integrantes estão sempre a
frente dos verdadeiros interesses da nação) , mas descreve a situação de penúria
em que vive os Setor Aeroespacial do país, afinal não há como tapar o sol com a
peneira. Enfim... A situação é gravíssima e por conta disso e do que está
acontecendo nos bastidores, não enxergo no momento qualquer Luz no Final do Túnel
e temo pelo fim ou a total assimilação do PEB por grupos estrangeiros nos próximos
cinco ha dez anos, isto é, se chegar a tanto. Aproveitamos para agradecer ao nosso leitor Jahyr Jesus Brito pelo envio deste artigo.
O novo prefeito tanto quer manter a região como polo aeroespacial? Então comece por incentivar as empresas que ainda estão na região, ajudar as empresas que ainda lutam na cidade e não buscando trazer aquelas que se mudaram e desenvolveram novos mercados.
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