Sensoriamento Remoto: Vem Aí Um "Satelitegate" do Governo?
Olá leitor!
Trago agora para você um intrigante artigo escrito pelo
jornalista Mauro Santayana que levanta a possibilidade de vir acontecer uma espécie
de ‘Satelitegate’ no Brasil protagonizado pelo Governo TEMER, coisa que parece
esta desagradando as Forcas Armadas. Leia com atenção o artigo abaixo.
Sensoriamento Remoto: Vem Aí
Um "Satelitegate"
do Governo?
Por Mauro Santayana*
17 de dez de 2016
Oficiais da Força Aérea estão descontentes - e intrigados
- com a iniciativa da Presidência da República de meter-se diretamente com a
contratação de serviços de sensoriamento remoto por satélite, no exterior,
ignorando regras que exigem a obrigatória presença de empresas nacionais no
processo.
A Casa Civil determinou à Comissão Aeronáutica Brasileira
na Europa - CABE, que contrate com urgência - a orientação é de usar o prazo
mínimo exigido pela Lei de Licitações para o recebimento das propostas, 5 dias
úteis - serviços de sensoriamento remoto por satélite, em um montante de até
300 milhões de reais.
Segundo o jornal Valor Econômico, o pedido teria causado
"estranheza" à CABE, já que a prestação desse tipo de serviços às
Forças Armadas só pode ser feita - salvo raras exceções - por empresas brasileiras
com sede e administração no país.
Pelas mesmas razões a "divisão de licitações e
contratos da Aeronáutica", segundo o jornal, classificou de
"desarrazoada", "desproporcional" e "ilegal" do
ponto de vista administrativo, a "abertura de concorrência no exterior,
regida por leis internacionais, já que os participantes têm que ser empresas
brasileiras, inscritas no Ministério da Defesa."
Caso se configure essa iniciativa - o relatório da CABE
cita dezenas de empresas nacionais aptas a realizar o trabalho - ela pode
trazer graves prejuízos ao país não apenas do ponto de vista econômico mas,
principalmente, no contexto estratégico e de Segurança Nacional.
Entregar voluntariamente a vigilância satelital de nosso
território a empresas estrangeiras, com uma presença mínima de brasileiros no
processo é, no tocante à área bélica, a mesma coisa que oficializar a doutrina
abjeta e entreguista de chamar a raposa para tomar conta do galinheiro, abrindo
para os gringos, nesse processo,
detalhes sobre a abordagem estratégica que usualmente aplicamos em
nossas fronteiras e em outras áreas em que existem tropas brasileiras, que
seriam igualmente monitoradas, como o Haiti e o Líbano.
O que está por trás disso?
Qual o interesse de buscar "parcerias" lá fora,
alijando desse processo empresas nacionais, que, caso fosse absolutamente
imprescindível trabalhar com empresas
estrangeiras, deveriam a elas se associar, majoritariamente?
Por que fazer essa licitação, se o Brasil já conta com o
CBERS - Satélite China-Brasil de Recursos Terrestres (ilustração) e já temos
tecnologia própria para a construção, como ocorreu no próprio CBERS, de câmeras
orbitais MUX e WFI com resolução de 60 x 60 metros por institutos controlados
pelo governo e empresas de capital brasileiro?
Se já dispomos gratuitamente, de imagens fornecidas por
outros parceiros dos BRICS, como a Índia
Se já contamos com a Visiona, que pertence à EMBRAER e à
Telebras, constituída no governo Lula, para construir e operar o Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) do governo
brasileiro que se encontra em desenvolvimento - o satélite que tínhamos
anteriormente para comunicação das forças armadas foi entregue pelo governo FHC
a uma empresa estrangeira - que já
representa, justamente, desde 2015, serviços de sensoriamento remoto de fornecedores
como a Airbus, a DigitalGlobe, a Restec e a SI Imaging Services?
Em tempos em que o Judiciário e o Ministério Público
promovem, incansávelmente, a paralisação de nossos principais projetos de
defesa, investigando e perseguindo o Almirante responsável pelo desenvolvimento
do programa brasileiro de enriquecimento de urânio; aplicando uma multa
estratosférica na empresa responsável pelo desenvolvimento do submarino nuclear
brasileiro e pelo míssil A-Darter da Aeronáutica - entregando parte do dinheiro
aos gringos - colocando um ex-presidente da República e o programa de construção
de 36 caças estratégicos com a Suécia sob suspeita, é preciso saber o que está
por trás desse conjunto de "coincidências" e da ojeriza, ignorância e desprezo pela
importância estratégica do desenvolvimento de material de defesa no Brasil e a
quem interessa, dentro e fora do país, que esse desmonte e essa perseguição
aconteçam.
Com a palavra, a Comissão de Relações Exteriores e de
Defesa Nacional - CREDN, para pautar imediatamente a discussão do tema, de
forma que se possa responder a essas perguntas, com a convocação dos órgãos e
instituições envolvidos, incluído o Ministério Público, para explicar o que
está ocorrendo, e dizer que tipo de salvaguardas se está adotando para que se
evite, ao menos, a interrupção desses programas; ou a urgente convocação, pelos
patriotas - poucos - que ainda restam no Congresso Nacional, de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito para analisar o assunto.
Em benefício de sua sobrevivência, já ameaçada por uma
frágil situação política e uma pífia popularidade, o atual governo - até mesmo
porque não foi "eleito" especificamente para isso nem colocou sua
agenda em discussão pela sociedade brasileira - precisa ir com menos sede ao
pote em sua sanha, mais transformista e
destrutiva do que desenvolvimentista e transformadora, de abandono e desmanche
da doutrina estratégica de cunho levemente nacionalista vigente neste país nos
últimos anos.
Como se já não bastasse a tragédia do desastre
estratégico promovido com a irresponsável aprovação da PEC da entrega, que nos
deixará sem recursos para defesa e tecnologia por 20 anos.
Em um mundo em que - ao contrário do que diz a parcela
mais imbecilizante da mídia - a maioria dos países mais poderosos do mundo -
EUA, Europa, Japão - têm dívidas públicas maiores que a do Brasil, e não vêem o
menor problema em continuar se endividando.
E em continuar se armando, melhor dizendo - para proteger
seus interesses e o seu poder decisório - em um
planeta cada vez mais complexo e competitivo, do qual acabamos de
abdicar, quadrúpedemente, de participar como protagonistas, apesar de sermos a
quinta maior nação do mundo em população e território.
* Mauro Santayana é um jornalista autodidata brasileiro.
Prêmio Esso de Reportagem de 1971, fundou, na década do 1950, O Diário do Rio
Doce, e trabalhou, no Brasil e no exterior, para jornais e publicações como Diário
de Minas, Binômio, Última Hora, Manchete, Folha de S. Paulo, Correio
Brasiliense, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil onde mantêm uma coluna de
comentários políticos.Cobriu, como correspondente, a invasão da Checoslováquia,
em 1968, pelas forças do Pacto de Varsóvia, a Guerra Civil irlandesa e a Guerra
do Saara Ocidental, e entrevistou homens e mulheres que marcaram a história do
Século XX, como Willy Brandt, Garrincha, Dolores Ibarruri, Jorge Luis Borges,
Lula e Juan Domingo Perón. Amigo e colaborador de Tancredo Neves, contribuiu
para a articulação da sua eleição para a Presidência da República, que permitiu
o redemocratização do Brasil. Foi secretário-executivo da Comissão de Estudos
Constitucionais e Adido Cultural do Brasil em Roma.
Fonte: Site do Mauro Santayana - http://www.maurosantayana.com
Comentário: Apesar desse artigo ter claro cunho político em defesa do ex-governo do humorista Lula e do seu PT (impressionante que ainda
exista alguém na mídia defendendo esse energúmeno e seu pseudo-partido de merda),
algumas de suas colocações fazem sentido e outras nem tanto, pois elas deviam
também ser motivo de desconfiança e de investigação do MP e da PF, como é o caso da criação
da VISIONA e de seu satélite Frankstein. De qualquer forma, é realmente
intrigante esta iniciativa do Governo TEMER, e se esta noticia for realmente verdadeira, joga mais lenha na crença de que
tem “Boi na Linha” interferindo com o nosso desenvolvimento espacial.
Parei de ler quando vi que o artigo era do Mauro Santayana, não estou surpreso dele defender o governo do PT, ele era um dos muitos jornalistas que recebiam dinheiro da Caixa, do Banco do Brasil e da Petrobras para fazer propaganda para o governo petista. Bom quanto a matéria em si, não passa de mais uma peça de propaganda partidária, ele assim como os outros estão com raiva porque o Temer cortou a vultuosa verba que era repassado para ele e seus amiguinhos pelo governo corrupto do PT. Não li em lugar algum sobre essa licitação, vou procurar em sites oficias e da transparência Brasil, afinal o dito jornalista não é, e nunca foi de confiança
ResponderExcluirO comentário do escritor desse Blog só o fez ficar no mesmo nível de quem não está muito interessado em analisar em profundidade as questões.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOla Moretti Edmar!
ResponderExcluirE uma outra maneira de ver as coisas, mas que não descreve a realidade dos fatos. A noticia base e nova, mas os assuntos paralelos citados na matéria acima (relacionados com o espaço) já foram por diversas vezes abordados pelo Blog.
Duda Falcao
(Blog Brazilian Space)