Licitação de Serviços de Satélite Abre Crise na Aeronáutica
Olá leitor!
Segue abaixo a matéria
publicada no dia (15/12) no site do Jornal Valor Econômico que ‘motivou’ o jornalista
Mauro Santayana escrever o artigo intitulado “Sensoriamento Remoto: Vem Aí Um
"Satelitegate" do Governo?” publicado em seu Blog no dia (17/12) e postado aqui em nosso Blog no mesmo dia.
Duda Falcão
INFRAESTRUTURA
Licitação de
Serviços de Satélite
Abre Crise na Aeronáutica
Murillo
Camarotto
Valor Econômico
15 de dezembro
de 2016
Uma licitação
que pode chegar a R$ 300 milhões está causando controvérsia nas Forças Armadas.
Por determinação da Casa Civil, a Comissão Aeronáutica Brasileira na Europa
(Cabe) foi incumbida de contratar com urgência serviços de sensoriamento remoto
por satélite, uma espécie de mapeamento territorial com imagens em alta
resolução.
O pedido,
intermediado pelo Ministério da Defesa no fim do mês passado, causou estranheza
na Cabe, já que a oferta desse tipo de serviço para as Forças Armadas só pode
ser feita - salvo raras exceções - por empresas nacionais ou constituídas sob
as leis brasileiras, com sede e administração no país. Diante disso, os
oficiais da comissão, sediada em Londres, concluíram que a licitação deveria
ser realizada em território nacional.
Em relatório
preliminar, a divisão de licitações e contratos da Aeronáutica classificou de
"desarrazoada", "desproporcional" e ilegal do ponto de
vista administrativo a abertura de concorrência no exterior, regida por leis
internacionais, já que os participantes têm que ser empresas brasileiras,
inscritas no Ministério da Defesa.
Procurada, a
assessoria de imprensa da Aeronáutica informou em nota que a licitação
internacional visa aproveitar a expertise das comissões aeronáuticas
brasileiras na contratação de sistemas tecnológicos de alta complexidade.
"Além disso, espera-se uma concorrência mais abrangente que no caso de a
licitação ser feita no país, visto que as empresas do mercado de serviços
espaciais são sediadas majoritariamente no exterior", diz o documento, que
não menciona os apontamentos feitos pelo escritório sediado em Londres.
Além de
determinar a realização do certame na Europa, o governo quer rapidez no
desfecho da contratação. Alegando a proximidade do fim do ano, a orientação
dada à Cabe foi de utilizar o prazo mínimo exigido pela Lei de Licitações para
o recebimento das propostas: cinco dias úteis.
A justificativa
apresentada para a contratação dos serviços foi o atendimento da demanda de
órgãos federais por imagens de satélite. No caso específico da área de defesa,
a ideia é obter imagens de todo o território nacional e do chamado entorno
estratégico, além do Haiti e do Líbano, onde há presença de contingentes
nacionais.
Além de
atividades relacionadas à defesa, a contratação dos serviços de sensoriamento
por satélite seria aproveitada pelo Ibama. O órgão poderá utilizar as imagens
para apoio no cadastramento de pequenos imóveis rurais, fiscalização de
desmatamento, acompanhamento de empreendimentos licenciados e de planos de
manejo, bem como na identificação de vazamentos de óleo no mar.
Atualmente, boa parte
desse monitoramento é realizado com base em imagens obtidas de forma gratuita
com satélites de programas indianos (AWiFS) e americanos (Landsat), entre
outros.
A licitação
encomendada se dará em dois lotes. O primeiro consiste na disponibilização, ao
comando da Aeronáutica, do controle do sensoriamento remoto para obtenção das
imagens. O governo brasileiro está disposto a pagar até US$ 35 milhões (R$ 117
milhões) por um contrato de três anos.
O segundo lote
trata do fornecimento propriamente dito das imagens. Para esse serviço, o preço
máximo estabelecido na licitação foi de US$ 55 milhões (R$ 183 milhões). Vence
o certame a empresa que cobrar menos. Os contratos podem ser renovados por mais
dois anos.
O relatório da
Cabe cita dezenas de empresas nacionais capacitadas para prestar os serviços
desejados. O decreto 2.278/97 diz que as atividades de sensoriamento remoto nas
Forças Armadas devem ser conduzidas "de modo a buscar autonomia nacional
crescente, mediante contínua nacionalização de meios e o fortalecimento da
indústria".
Há, no entanto,
previsão legal para que a participação de empresas estrangeiras, desde que em
casos excepcionais, para atender interesse público ou para atender compromisso
resultante de ato internacional firmado pelo Brasil. No caso da licitação
requerida, o responsável pelo escritório da Aeronáutica na Europa destaca a
existência de "dúvida razoável" no procedimento.
Fonte: Jornal
Valor Econômico - 15/12/2016
Comentário:
Essa matéria do Jornal Valo Econômico colabora, deixando é claro de lado a conotação
política irresponsável e estupida usada pelo jornalista Mauro Santayana em seu artigo, com o que foi dito pelo
próprio. Já disse em diversos comentários no Blog o que penso sobre tudo isto e
tudo pode ser resumido no seguinte comentário: O Brasil em primeiro, segundo,
terceiro, quarto lugares e assim sucessivamente, pois é assim leitor que as
nações bem sucedidas procedem. Entretanto, na situação em que nos encontramos é
muito bom que algo assim aconteça e que venha á publico, pois quem sabe assim
mexa com os brios e a tal cidadania que se prega existir nas Forças Armadas. Já
passou da hora dos militares botarem uma basta nesta bagunça protagonizada por
esses vermes, isto é, se é que eles também já não estão com os seus telhados vitrificados.
Vamos aguardar o andamento desta história.
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