Esclarecimentos Sobre o Projeto SPORT
Olá leitor!
No dia 19/12 postei aqui uma nota do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE) que causou
grande interesse entre os nossos leitores. Tratou-se da nota intitulada “NASA Financiará Nanossatélite Desenvolvido emParceria Com o INPE e o ITA” que abordava a parceria do instituto com a NASA e
o ITA no desenvolvimento do nanosatélite científico SPORT (Scintilation Prediction
Observations Research Task).
Acontece
que na nota em questão o Blog fez alguns comentários que foram considerados
pertinentes, e assim esclarecidos por um dos pesquisadores envolvidos com o
projeto, o Dr. Otávio Santos Cupertino Durão, esclarecimento este que
transcrevo abaixo.
“Para cada experimento feito
pelos americanos neste projeto o Brasil terá um pesquisador do INPE ou do ITA
como contrapartida, embora a responsabilidade seja dos americanos, e isto é
parte do acordo. Cada pesquisador brasileiro terá uma equipe de jovens
pesquisadores que trabalhará nestes experimentos. Alguns destes experimentos na
verdade, já são realizados aqui no INPE, como a Sonda de Langmuir (teremos um
sensor destes no futuro NanosatC-Br2), o Detector de Campo Elétrico, o Magnetômetro (neste caso já voando no NanosatC-Br1), e um receptor GPS para
radio-ocultação”,
disse o pesquisador do INPE.
Já
quanto à plataforma, o Dr. Durão nos informou de que como os prazos são muito curtos, rígidos e controlados pela NASA (um bom exemplo para a nossa AEB de como
se faz programa espacial), a mesma precisa ter uma confiabilidade de seus subsistemas e
equipamentos com histórico de voo. Aliás, segundo o pesquisador do INPE este foi um item positivo na avaliação da NASA.
“Por outro lado na Missão
Garatéa-L,
embora também venha a ser usada uma plataforma 6U para esta sonda recorrente da dos projetos ITASAT-1 e SPORT, também visando à diminuição de custos e
prazos, algumas universidades brasileiras como o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e a USP em São Carlos, já vem desenvolvendo alguns
destes equipamentos e subsistemas, como rodas de reação, computador de bordo,
estrutura e subsistema de controle, entre outros, que poderão ser incorporados à plataforma”, completa o Dr. Durão.
Segundo o
pesquisador do INPE, desde o NanosatC-Br1, a estratégia do instituto foi a de inicialmente voar um cubesat com sucesso,
fazendo ver à comunidade espacial brasileira o potencial deste tipo de missão, mostrando que ela é viável em todos os sentidos, para então aos poucos
substituir por produção nacional os subsistemas da plataforma. Isto não se mostrou muito simples devido
o mercado ser ainda restrito no Brasil e ter que ser competitivo no exterior. Inicialmente a ideia
era que a empresa LUNUS Aeroespacial que representava na época no Brasil a empresa
holandesa ISIS Innovative Solutions In Space (ISIS), fornecedora da
plataforma, fizesse este papel, mas infelizmente isto não foi possível.
Entretanto,
a empresa “CRON
Sistemas e Tecnologia” criada recentemente por ex-profissionais do INPE e do DCTA/ITA,
obtiveram na FAPESP, dentro do Programa PIPE, recursos exatamente para
desenvolver no Brasil estes subsistemas por empresas nacionais. A ideia é que esta empresa atue como integradora
e o resultado será o
desenvolvimento de um cubesat
1U para realizar uma missão parecida com a do NanosatC-Br1, mas tendo como objetivo principal desenvolver a plataforma.
Aproveitando
a oportunidade o Dr. Durão finalizou seus esclarecimentos trazendo notícias
sobre as duas missões ao qual o mesmo está envolvido, ou sejam o NanosatC-Br1 e
o Br-2.
Quanto
ao Br1, o pesquisador do INPE nos informou que o primeiro canarinho brasileiro continua
forte e firme no espaço enviando seus dados, dados estes que até hoje são muito úteis aos pesquisadores
responsáveis pelas suas cargas úteis. Abaixo segue alguns desses dados enviados pelo Br1 Sábado passado.
Já em relação ao Br2, o
Dr. Durão nos informou que:
*
A equipe do projeto esta iniciando os testes de interface de algumas cargas úteis com
a plataforma.
*
O software de
bordo de controle está pronto e instalado assim como um dos experimentos, da
AMSAT-Br.
*
Em Fevereiro todas
as cargas úteis deverão
estar prontas.
*
Ainda não foram garantidos os recursos para o lançamento,
mas o gerente do projeto, o Dr. Nelson Schuch, está trabalhando fortemente nesta questão e com otimismo espera
que em breve (no início de 2017) esta
questão seja solucionada.
Duda Falcão
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