Blog Conversa com Pesquisador do INPE Sobre a Continuidade do Programa NanosatC
Olá leitor!
Dr. Otávio Durão (Pesquisador do INPE). |
No intuito de continuar bem
informando a você leitor, estivemos conversando no dia de ontem (08/02) com um
dos coordenadores do “Programa NanosatC”, programa este desenvolvido em parceria
pelo Centro Regional Sul (CRS) do INPE e pela gaúcha Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), ou seja, o Dr. Otávio Santos Cupertino Durão, este pesquisador do INPE
de São José dos Campos (SP).
Segundo o Dr. Durão infelizmente
o primeiro canarinho brasileiro, o NanosatC-Br1, lançado ao espaço em
19/06/2014, praticamente não está mais cumprindo sua missão.
“O Br-1 foi ouvido pela
última vez de Santa Maria (RS) em modo de segurança, e antes disto no dia 25/01, por
um radioamador em Roraima, também em modo de segurança. Não estamos mais conseguindo
enviar telecomandos para o BR-1 e isto não nos permite mais obter dados das
cargas úteis. O satélite está com cerca de 7,5 meses de vida, cinco dos quais (aproximadamente),
em modo nominal. Temos mais de 1.500 órbitas de dados do campo magnético da
Terra e dos dois circuitos integrados, resultado deste tipo alcançado pela primeira vez por um satélite brasileiro. Temos muito orgulho disto. Por outro
lado, ficamos com um gostinho de "quero mais", afirmou o Dr. Durão.
Modelo de Engenharia do NanosatC-Br2. |
“Um dos motivos que estou
contando é que o foguete Falcon 9 (principal candidato para o lançamento do Br-2),
tem apresentado alguns problemas e atrasos em seus lançamentos, o que pode
afetar o nosso prazo. Mas como disse, se este prazo for um pouco estendido,
será muito bom para nós”, disse o pesquisador do INPE.
Ainda segundo
o Dr. Durão, o Br-2 mesmo no caso de vir a ser lançado pelo foguete Falcon-9 da empresa SpaceX
(o voo ainda não foi contratado e pode ainda ser feito com outro lançador), não
utilizará do mesmo sistema usado pelo Cubesat AESP-14, ou seja, será lançado de forma
direta e não via Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês) como ocorreu
com o cubesat dos alunos do ITA. O motivo disto é que a vida útil de um cubesat
lançado pela ISS é de cerca de 6 meses, o que é pouco para a equipe do
INPE/UFSM. “A ISS está a menos de 400 km de altitude e isto faz diferença no tempo de
reentrada do satélite, ou seja, de mais de 20 anos para 6 meses”, concluiu o
Dr. Durão.
Concepção Artítica da plataforma 8U do CONASAT-1. |
Após o lançamento
do Br-2, a equipe do INPE se concentrará no desenvolvimento do primeiro
nanosatélite do “Programa CONASAT” (Constelação de Nanossatélites Ambientais),
ou seja, o CONASAT-1, este sob a
gerência do Centro Regional do Nordeste (CRN) do INPE, que fica localizado em
Natal (RN).
Para
este projeto será utilizada uma plataforma 8U, tendo como missão coletar dados ambientais
e assim atender as necessidades do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados
Ambientais (SBCD).
“O
transponder do CONASAT-1 já está com o modelo de engenharia pronto, modelo este
que foi totalmente desenvolvido pelo INPE/CRN em cooperação com a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e já entregue a equipe do Nanosat ITASAT-1
do ITA, que o terá como uma de suas cargas úteis para testá-lo em voo. Aliás,
estamos também em estreita cooperação com o ITA no desenvolvimento do ITASAT-1.
A cooperação entre nossas equipes é cada vez maior o que facilita muito para
nós”, concluiu o Dr. Durão.
Concepção Artística da plataforma 6U do ITASAT-1. |
Outra possibilidade de projeto colaborativo lembrada
pelo Dr. Durão, foi a possível iniciativa com a NASA e o ITA (veja aqui), onde se pensa
(se possível for) utilizar a mesma plataforma usada pelo ITASAT-1, mas neste
caso numa missão diferente.
“Existem várias outras possibilidades e planos no
Brasil para estes tipos de satélites que parecem que vieram para ficar, não só no INPE,
como também em outras instituições através do país” finalizou o pesquisador do instituto.
Em resposta a uma
pergunta do Blog sobre a possibilidade do uso de Propulsores Pulsados a Plasma
(PPT) em projetos como esses, o Dr. Durão completou dizendo:
“O
uso de PPT é altamente desejado em projetos de cubes e nanossats pela sua
capacidade de controle e de posicionamento dos satélites em formação e em constelações,
o que amplia assim em muito as possibilidades do uso destes nanossats em
missões mais demandantes”.
Duda
Falcão
Comentários
Postar um comentário