Pesquisador da UNESP Apresenta Evidência de Matéria Escura na Via Láctea
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo postado hoje (10/02) no site da “Agência
FAPESP” destacando que pesquisador da UNESP apresenta evidência de Matéria Escura na Via Láctea.
Duda Falcão
Notícias
Pesquisador da UNESP Apresenta
Evidência de Matéria Escura
na Via Láctea
Por José Tadeu Arantes
10 de fevereiro de 2015
Foto: A. Fujii/NASA)
Estudo, publicado na Nature Physics, compara o perfil
gravitacional
da porção central da galáxia com aquele que a mesma região teria
se fosse composta apenas por matéria luminosa.
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Agência
FAPESP – Uma prova
robusta da existência de matéria escura na região compreendida entre o Sistema
Solar e o centro da Via Láctea foi obtida pelo pesquisador Fabio Iocco, do
Instituto de Física Teórica (IFT) da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e
do Instituto Sul-Americano de Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR). O artigo Evidence for dark matter in the inner Milky Way,
assinado por Iocco e colaboradores, que relata o estudo, foi publicado no site
da revista Nature Physics nesta segunda-feira (09/02).
“Obtivemos
essa evidência medindo a rotação de nossa galáxia com grande precisão. Por meio
da rotação, calculamos sua atração gravitacional. E, a partir da atração
gravitacional, chegamos à massa. A massa calculada é maior do que aquela
constituída apenas pela matéria luminosa (estrelas e gás). A diferença de
massas indica a existência de outro componente material na região, a chamada
matéria escura”, explicou Iocco à Agência FAPESP.
Iocco é
italiano e está no Brasil com bolsa do programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes e Auxílio à Pesquisa do mesmo programa.
A hipótese de
existir no Universo uma forma desconhecida de matéria – denominada matéria
escura pelo fato de sua presença jamais ter sido detectada de maneira direta
pelas observações astronômicas – foi formulada nos anos 1970, quando a rotação
de gases em torno dos centros de galáxias espirais passou a ser calculada com
alta precisão.
Essa medição,
no entanto, é difícil de ser feita na Via Láctea pelo fato de estarmos
inseridos nela, a aproximadamente meia distância entre a periferia galáctica e
seu centro.
“Devido a tal
condição, foi, ao longo de todos estes anos, um grande desafio medir a rotação
do gás e das estrelas com a precisão necessária. Tal medição é especialmente
difícil na região compreendida entre o Sol e o centro da galáxia, onde as
estrelas e o gás estão muito concentrados e, assim, contribuem mais para o
montante de massa”, disse Iocco.
“Tivemos que
compilar dois enormes conjuntos de dados”, detalhou o pesquisador. “De um lado,
os indicadores do potencial gravitacional total, da chamada curva de rotação:
estrelas, gás e masers [fontes de emissão eletromagnética]. Para
isso, compilamos todos os dados registrados na literatura desde os anos 1960.
De outro lado, tínhamos a distribuição da matéria visível. Neste caso, como não
há, na literatura, pleno acordo sobre a estrutura morfológica da galáxia,
levantamos os dados de todos os modelos existentes, em vez de correr o risco de
optar pelo modelo errado”.
Segundo Iocco,
nenhum desses conjuntos de dados relativos à distribuição da matéria visível é
compatível com a curva de rotação calculada. “Esta é uma das razões pelas quais
estamos tão seguros de termos provado a existência da matéria escura na região,
inclusive dentro do Sistema Solar”, disse.
A composição
da matéria escura já foi objeto de muita especulação. Mas o pesquisador prefere
não expressar opinião a respeito.
“Isso é algo
que não pretendemos responder em nosso artigo. Aliás, nem supusemos a
existência de qualquer tipo de matéria escura. Tal evidência veio como
resultado dos cálculos. Algum tipo de matéria (isto é, algo que exerça atração
gravitacional) e escura (não bariônica, não compacta) deve existir. Os
resultados de nossos próximos estudos que empregam os mesmos dados deverão dar
respostas mais precisas à distribuição da matéria escura e isso poderá ajudar a
determinar a natureza desse componente material, por meio de detecção direta ou
indireta”, completou.
Fabio Iocco
nasceu em Nápoles, na Itália, e graduou-se na mesma cidade, na Universidade
Federico II, onde obteve também seu PhD. Durante o doutorado, permaneceu três
anos como pesquisador visitante na Universidade de Stanford, na Califórnia,
Estados Unidos. De volta à Europa, trabalhou no Observatório Arcetri, em
Florença, Itália, e, depois, em Paris, Estocolmo e Madri, antes de vir para São
Paulo.
O artigo Evidence
for dark matter in the inner Milky Way (doi 10.1038/nphys3237), de Iocco e
colaboradores, pode ser lido no site da Nature Physics em http://www.nature.com/nphys/journal/vaop/ncurrent/full/nphys3237.html
Fonte: Site da Agência FAPESP
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