Momento Crítico do PEB
Olá leitor!
Segue abaixo o editorial da Edição de nº 33 (Dezembro) do
Jornal do SincdCT tendo como destaque o momento crítico do Programa Espacial
Brasileiro (PEB).
Duda Falcão
Editorial
Momento Crítico do PEB
Jornal do SindCT
Edição nº 33
Dezembro de 2014
Nesta última edição do ano o Jornal do SindCT pauta as dificuldades enfrentadas pelo Programa Espacial Brasileiro (PEB). Nunca o momento foi tão crítico: o programa de lançadores se arrasta por anos. Num clima de pressão por resultados e já grandemente afetado por insuficiência de recursos, o lançamento do VLS-1-V03, em 2003, resultou em catástrofe e ferida ainda hoje aberta.
O curativo saneador que
deveria ter sido aplicado, com as ataduras da indignação e do grande assombro,
recomporia o tecido do orgulho nacional; mas desde então temos vivido anos
perdidos de inanição do projeto e de desânimo dos servidores do IAE. O sítio de
lançamento foi reconstruído num penoso vagar, perdido entre a burocracia e a
falta de prioridade, que durou mais de dez anos.
Resultado: NÃO vai sair
foguete nacional, por absoluta falta de agenda nacional. Em lugar dele sairia o
foguete ucraniano, em vista da “urgente necessidade” de acesso ao espaço, tudo
“legitimamente” integrado ao PEB: o Cyclone IV foi acolhido pelo Programa
Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), uma peça de ficção científica, de
responsabilidade de uma agência espacial anacrônica e repudiada pela comunidade
científica, ícone da incompetência de um sistema modelo fadado ao fracasso.
Considerada tecnologia
sensível, o desenvolvimento do lançador brasileiro é monitorado pelas grandes
potências, que apertam o cerco e as restrições na medida em que percebem alguma
evolução no quadro de sua organização. O modelo do PEB não lhes demanda muita
contundência, basta transparecer disposição altruísta e, na iminência do
sucesso, retirar a ajuda e impor embargos.
Dois episódios marcam o
desenvolvimento do VLS: o caso dos motores que retornavam ao Brasil após
tratamento térmico, quando uma aeronave da FAB ficou retida por vários dias no
aeroporto de Los Angeles; e o caso do material adquirido na França para
confecção de gargantas de tubeira, que foi impedido de embarcar, também já no
terminal de cargas do aeroporto; a aquisição foi cancelada e o recurso
financeiro devolvido (que bom!?). Ambos obstáculos criados por essas potências
neocoloniais tiveram que ser transpostos com investimentos próprios e muito
trabalho para desenvolver aqui as infraestruturas necessárias.
E impuseram anos de
extensão ao ciclo original de desenvolvimento. Não há atalho, não há
facilitadores: cada país do seleto grupo que logrou sucesso arcou com a
criatividade e os percalços, acertos e erros, teorias e refinamentos, avanços e
retrocessos. Foguetes explodiram e continuam explodindo, até na casa os mais
avançados detentores do saber. A atividade é cara, de alto risco e desempenho
tecnológico, exigente em conhecimentos, demanda alto nível de comprometimento e
é fortemente dependente de investimentos do governo por longo tempo.
O desenvolvimento de
satélites no INPE também enfrenta sobressaltos: em 2013, uma falha no foguete
chinês Longa Marcha 4B durante o voo provocou a queda do satélite sino-
-brasileiro CBERS-3, após funcionar perfeitamente por 30 minutos. Nesta última
edição do ano, outra vez depositamos esperança no êxito de um lançamento, desta
vez do CBERS-4, previsto para ocorrer a partir do dia 7 de dezembro.
Oxalá seja um merecido
presente aos heroicos profissionais do setor aeroespacial, do INPE por
excelência, e do DCTA por afinidade. Esperamos que este evento lance olhares
progressistas ao esforço brasileiro para a conquista espacial, conscientização
de sua utilidade e importância, repositório de muitas soluções para os
problemas inerentes ao tamanho do Brasil. Sabedoria, persistência, coragem e
ousadia, eis o que pedimos, não desistamos, suscitemos outras gerações, de
gente que sonha, como os jovens alunos que participaram da Mostra Brasileira de
Foguetes em Barra do Piraí (RJ).
O SindCT estará de
recesso entre 22 de dezembro e 11 de janeiro. Desejamos a todos Boas Festas,
Feliz Natal e próspero Ano Novo.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 33ª - Dezembro de 2014
Comentário: Bom leitor talvez pela primeira vez o SindCT
tenha publicado um editorial com críticas um pouco mais contundentes sobre a situação
do PEB, apesar de direciona-las somente a má gestão de nossa Agência Espacial
de Brinquedo (AEB) e a interferência política e tecnológica de outros países,
colocando convenientemente atrás de um escudo a grande responsável no momento
do todo esse descaso, ou seja, a “Ogra”. Note que em momento algum o jornal do
sindicato cita o nome dessa debiloide petista irresponsável, apesar de criticar
indiretamente sua falta de atitude atribuindo aos outros a falta de resultados,
quando deveria sim apontar o verdadeira culpada de toda essa situação. Essa
debiloide tinha quando assumiu o poder um cronograma bem elaborado ainda em
2010 pelo DCTA para cumprir as fases de desenvolvimento do VLS-1 que
compreendia na época a realização no primeiro semestre de 2011 de uma operação
simulada de voo (Operação Salinas) do seu primeiro voo tecnológico (VLS-1 VSISNAV),
mas que na realidade só ocorreu entre os meses de junho e julho de 2012 e de
forma incompleta, já que a MECTRON não havia entregue as redes elétricas do
VLS-1. Isto obrigará ao IAE a realização
de outra operação de voo simulada (Operação Santa Bárbara I) em 2015 antes da operação
de Lançamento real do veículo (Operação Santa Barbara II – VLS-1 VSISNAV). Isto
é, caso a empresa MECTRON entregue a tais redes elétricas em tempo e caso a "Ogra" libere os recursos financeiros necessários para a operação. Pelo
cronograma inicial previsto em 2010 este primeiro voo tecnológico (Operação
Santa Barbara II - VLS-1 VSISNAV) intitulado na época como VLS-1 XVT-01, estava
previsto para ocorrer em 2012, o segundo voo tecnológico o VLS-1 XVT-02 em 2013
e finalmente o voo de qualificação do veículo o VLS-1 V04 em 2014 (com um
satélite abordo), ou seja, o último ano de seu governo poderia ser fechado com
chave de ouro colocando o Brasil entre as nações do Clube que dominam o acesso
ao espaço. No entanto apesar desta meta ser extremamente estratégica para o
país e de ter a seu favor sérios estudos que apontavam importantes soluções
para o setor (um dos quais da Câmara Federal coordenado por um deputado de um
partido que na época apoiava seu governo), essa debiloide irresponsável
resolveu investir bilhões em estádios de futebol e até em um porto em Cuba,
fora outros desmandos ocorridos em seu governo populista de merda nos últimos
quatro anos. Sendo assim, começou a boicotar o orçamento do PEB ano após ano,
não fez as mudanças apontadas pelos estudos e solicitadas pelos profissionais (ai
incluídos os próprios sindicalistas) e além de tudo apoiou irresponsavelmente
um acordo altamente prejudicial para o Brasil, ou seja, o acordo espacial com a
Ucrânia que gerou esta mal engenhada empresa Alcântara Cyclone Space (ACS), um
resquício do governo do seu mentor humorista. Está na hora do SindCT se
posicionar perante a Sociedade e dizer claramente de que lado está, mas será
que uma instituição como o SindCT muito ligada a história do próprio PT terá a
coragem e a responsabilidade de fazer o que é certo?
Isto mesmo!
ResponderExcluirDCTA, INPE e sindicato precisam mostrar para que vieram!
Os primeiros precisam lavar a roupa suja! Muito discurso e pouco resultado!
O último, precisa deixar de ser fisiológico, ser mais atuante nas cobranças relativas à área!