Cientistas Brasileiros Atuam em Satélite Sino-Brasileiro
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia 15/12 no site da “Agência
USP” destacando que Cientistas Brasileiros atuaram no Satélite Sino-Brasileiro.
Duda Falcão
Tecnologia
Cientistas Brasileiros Atuam
em Satélite Sino-Brasileiro
Por Rui Sintra,
Assessoria de Comunicação do Instituto de Física de São
Carlos
Por: Da Redação - agenusp@usp.br
Publicado em 15/dezembro/2014
No dia 7 de dezembro, os pesquisadores e técnicos
envolvidos na cooperação espacial entre Brasil e China, uma parceria criada em
1988 com o título China-Brazil Earth Resources Satellite (CBERS), acompanharam
o lançamento do foguete “Longa Marca 4B”, no Taiyuan Satellite Launch Center,
China, que teve o objetivo de colocar em órbita o Satélite Sino-Brasileiro de
Recursos Terrestres CBERS -4, 55% desenvolvido e produzido no Brasil.
Foto: Divulgação
Brasileiros
desenvolvem duas das quatro
câmeras que compõem a carga útil do satélite.
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Em
especial, duas das quatro câmeras que compõem a carga útil do satélite foram
desenvolvidas e produzidas pela empresa OPTO Eletrônica S/A — uma spin-off
do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP. Em 2006, a OPTO ganhou a
concorrência internacional promovida pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) e trabalha desde então na construção dessas câmeras.
A
missão, que estava programada para o final de 2016, foi antecipada devido à
falha registrada em um dos estágios finais do lançamento do foguete que levaria
para órbita o CBERS-3, um acidente que destruiu todo o equipamento em dezembro
do ano passado. Como há grandes chances de ocorrerem falhas em missões como
esta, os cientistas brasileiros e chineses já tinham se precavido, tendo
produzido outros dois conjuntos de equipamentos, o que possibilitou uma nova
tentativa de lançamento, desta vez realizada com sucesso.
“Foi uma
frustração enorme quando assisti ao acidente do CBERS-3, em dezembro de 2013,
mas já prevíamos tais riscos e estávamos preparados para esse caso”, afirma o
professor Jarbas Caiado de Castro Neto, do Grupo de Óptica do IFSC, um dos
principais desenvolvedores do projeto, empreendedor e acionista da OPTO.
O
CBERS-4, que pesa aproximadamente duas toneladas, é constituído por quatro
câmeras, sendo as duas principais, a Câmera Multispectral — totalmente
construída pela empresa são-carlense — e a Câmera Imageadora de Amplo
Campo de Visada —, igualmente desenvolvida e construída pela OPTO em parceria
com outra empresa nacional.
Entre os
diversos objetivos do CBERS-4, destacam-se o monitoramento de áreas de
desmatamento da Amazônia, expansão de regiões agrícolas, aplicações em mapas de
queimadas e, inclusive, pesquisas de desenvolvimento urbano e bacias
hidrográficas. As câmeras produzidas pela spin-off do IFSC possuem
sensores CCD visíveis e infravermelhos que destacam, por meio de imagens de
cores distintas, as áreas de desmatamentos.
O processo
de desenvolvimento das duas câmeras englobou aproximadamente os 450
funcionários da OPTO, em especial os 75 membros do Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D), que contam com diversos pesquisadores, ex-alunos de graduação e
pós-graduação do IFSC e engenheiros.
“Desenvolver
as câmeras foi um trabalho que exigiu muita capacidade de projetar, construir,
alinhar e testar esses equipamentos de alta tecnologia e complexidade.Um
projeto de grande importância como este traz diversos desafios que nos
empolgam”, diz Jarbas Caiado, sublinhando que esse projeto, que durou
aproximadamente oito anos, começou quando o professor Luiz Carlos Miranda,
presidente do INPE em 2006 e pai do professor Paulo Barbeitas Miranda (IFSC), o
procurou e, posteriormente, contratou a OPTO para realizar esse trabalho.
Satélite
Amazônia
Após
essa missão, a empresa brasileira já está desenvolvendo outro grande projeto: o
satélite Amazônia, 100% nacional, cuja câmera inovadora — uma versão entre
a WFI e a MUX — está sendo desenvolvida pelos pesquisadores da OPTO. Este
novo satélite, desta vez produzido inteiramente no Brasil, deverá ser lançado
em 2018.
“O tempo
de revisita [que é a imagem completa da terra] da câmera MUX é de vinte e sete
dias. A WFI possui uma largura de imagem maior, o que permite que ela faça uma
imagem completa da Terra a cada cinco dias, compondo as imagens obtidas a cada
uma das cinco voltas que o satélite faz por dia”, explica Jarbas Caiado.
A Câmera
Multispectral (MUX), que possui alta resolução no solo (20 metros) e largura de
imagem de 120 Km, é formada por quatro equipamentos, sendo eles o MOB, conjunto
ótico constituído por 11 lentes e um espelho; o RBNA, módulo que faz a
aquisição de imagem; RBNB, eletrônica responsável pelo controle térmico, ajuste
de foco e controle interno do sistema de calibração; e o RBNC, responsável por
gerar os relógios de leitura do sensor CCD, e pelo processamento das saídas CCD
analógicas em sinais digitais e de codificação de dados.
Já a
Câmera Imageadora de Amplo Campo de Visada (WFI), que fornece imagens de média
resolução (64 metros) no solo e largura da imagem de 866 Km, teve como grande
desafio a melhora por um fator de 2X da resolução espacial, em comparação com
os sensores presentes no CBERS-1 e CBERS-2, alem da inclusão de quatro bandas
espectrais não presentes nos modelos anteriores.
Para o
docente, esse projeto, assim como a missão do CBERS-4, é prova de que o o País
tem profissionais com grande capacidade para superar dificuldades, bem como um
total controle nas produções ópticas de satélites.
“O
Brasil necessita de grandes desafios. A OPTO, que está ligada a instituições
como o INPE e IFSC, é um grande exemplo de que somos capazes de reagir aos
desafios tecnológicos apresentados. O segredo está em ter uma equipe de
pesquisadores e técnicos de alta competência como a equipe que o diretor de
P&D da Opto, Mario Stefani, doutor em física pelo IFSC, montou para esse
projeto. O sucesso do CBERS-4 deverá abrir novas portas internacionais para a
empresa, no restrito clube de países que dominam essa tecnologia”, conclui
Jarbas Caiado, que acrescenta: “Tanto o CBERS-4, quanto seus antecessores,
como, inclusive, o próximo satélite brasileiro, tem a assinatura do Instituto
de Física de São Carlos e, por consequência, o fingerprint da Universidade de
São Paulo, o que muito nos orgulha e incentiva.
OPTO
Eletrônica
Sediada
em São Carlos, a OPTO Eletrônica S/A foi fundada em 1985 por pesquisadores e
ex-alunos do IFSC. Com atuação nas áreas médica, industrial, de componentes
ópticos, aeroespacial e de defesa, a companhia recebeu o primeiro lugar no
“Prêmio FINEP de Inovação” na categoria Empresa Média, em dezembro de 2009.
Sempre
na vanguarda das novas tecnologias optoeletrônicas, essa indústria foi a
primeira empresa do hemisfério sul a produzir um laser, tendo, também,
fabricado o primeiro leitor de códigos de barra para supermercados. Além de ter
fabricado aproximadamente um milhão de refletores odontológicos, a OPTO também
nacionalizou a produção de componentes óticos de alta precisão. Na área médica
a Opto se destaca no desenvolvimento e produção de equipamentos para
diagnóstico e tratamento de doenças do olho humano.
Fonte: Site da Agência USP
Comentário: Pois é leitor, no que diz respeito a nova previsão de lançamento
do Satélite Amazônia-1 apresentada neste artigo (2018) da Agência USP,
não é só decepcionante como uma clara demonstração da falta de compromisso do
governo para com o nosso programa espacial. Este projeto já virou piada, e eu diria
até que em certos aspectos o fracasso até agora com este projeto de mais de 30
anos e muito pior do que ocorreu com o projeto do VLS-1 oriundo da mesma época,
já que enquanto neste projeto temos avançado muito pouco com algo muito menos complexo
que já deveria estar no espaço há pelo menos 20 anos, no caso do VLS-1 o avanço
foi grande (apesar do grande atraso) sendo um projeto hoje pronto, que só não foi
concluído graças o descaso dos governos "LULA" e da "Ogra" na conclusão dos protótipos
tecnológicos previstos para qualificação em voo deste veículo.
Façam uma auditoria séria e ampla no PEB, abrangendo os últimos 25 anos!
ResponderExcluirA Petrobras não ficará a sós!
Há muitos Paulo Roberto Costa por aí!