Videogame Concebido Por Físicos da UNESP Leva Jogador ao Universo das Partículas Subatômicas
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (18/12) no site da
“Agência FAPESP”, destacando que videogame concebido por Físicos da UNESP leva
jogador ao universo das Partículas Subatômicas.
Duda Falcão
Notícias
Videogame Concebido Por Físicos Leva Jogador
ao Universo
das Partículas Subatômicas
Por Diego Freire
18 de dezembro de 2014
(Imagem: reprodução Sprace Game 2.0)
Sprace Game 2.0, desenvolvido na UNESP com apoio
da
FAPESP, apresenta conceitos de física de partículas em
missão virtual para
colonizar Marte. Game pode ser baixado de graça.
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Agência FAPESP – Enquanto o Grande Colisor de
Hádrons (LHC, na sigla em inglês), maior acelerador de partículas do mundo,
tenta recriar as condições surgidas logo após o Big Bang, crianças e
adolescentes podem, no computador, capturar partículas subatômicas e
utilizá-las para construir prótons, nêutrons e as bases atômicas de todo o
universo. É o que propõe o jogo eletrônico Sprace Game 2.0, criado pelo São
Paulo Research and Analysis Center (Sprace) da Universidade Estadual Paulista (UNESP).
O videogame teve a sua mais recente versão desenvolvida
com apoio da FAPESP por meio do Projeto Temático Centro de Pesquisa e Análise de São Paulo,
colocando a experiência em pé de igualdade com a proporcionada por jogos
comerciais.
“O visual, os desafios propostos e especialmente o
conteúdo por trás das missões fazem com que o jogador se divirta enquanto entra
em contato com conceitos importantes da física das partículas subatômicas,
grande objetivo da iniciativa”, disse Sérgio Ferraz Novaes, coordenador do
Sprace e professor do Instituto de Física Teórica da UNESP, à Agência FAPESP.
Reduzido na tela à escala subatômica, o jogador comanda
uma nave miniaturizada e utiliza um campo de energia para capturar quarks, as
partículas subatômicas que formam prótons e nêutrons – que, por sua vez,
compõem o núcleo atômico. É uma jornada que leva os mais curiosos a entrar em
contato com a complexidade da estrutura da matéria, que vai muito além dos famosos
prótons e nêutrons.
“Os aceleradores de partículas permitem ampliar nosso
conhecimento sobre as estruturas da matéria e conhecer as partículas
subatômicas: os quarks up, down,
strange, charm, bottom e top,
os léptons elétron, múon, tau e seus três respectivos neutrinos, e as
partículas glúon, W, Z e fóton, responsáveis pelas interações forte, fraca e
eletromagnética”, explicou Novaes.
Esses são os alvos do navegador subatômico no Sprace
Game, que é gratuito e pode ser baixado pela internet (leia a seguir). De posse das partículas encontradas, o jogador
precisa levá-las ao laboratório para que sejam identificadas e ajudem a
calibrar os sensores da nave, que adquire a capacidade de identificar novas
partículas a distância.
Nas fases seguintes, a missão ganha mais complexidade: é
preciso aprender a recombinar as partículas para construir prótons e nêutrons
que, por sua vez, deverão ser utilizados para construir os núcleos atômicos,
necessários à sustentação da vida.
A nave é equipada com dois tipos de disparo – o primeiro,
utilizado para lançar uma espécie de campo de força que prende a partícula,
permitindo o transporte para o laboratório de análises miniaturizado; o
segundo, para impulsionar uma partícula capturada em determinada direção. Todo
o jogo é controlado pelo mouse
do computador e o visual e a mecânica de controle são semelhantes aos dos jogos
2D modernos.
De acordo com Novaes, o planejamento do jogo obedeceu a
critérios para garantir a exatidão científica sem prejudicar a diversão.
“Apesar de certa liberdade criativa, zelamos pelo rigor científico dos
conceitos tratados. Claro que, na realidade, é impossível a observação direta
das partículas, mas esse tipo de restrição foi contornado pelo elemento da
fantasia. Ao mesmo tempo misturamos o conteúdo didático com as regras do jogo,
para tornar o aprendizado mais divertido”, disse.
Missão Marte
A jornada proposta pelo jogo se aproveita de notícias
recentes sobre a exploração científica de Marte para propor a manipulação da
estrutura subatômica da matéria como um dos passos necessários à colonização do
planeta.
As missões são apresentadas como etapas intermediárias
para preparar o planeta Marte para uma futura colonização humana. O objetivo
final é coletar as partículas e recombinar seus quarks na produção de novos
prótons e nêutrons nas quantidades corretas para produzir os núcleos dos átomos
necessários à colonização – entre eles o hidrogênio e o oxigênio,
indispensáveis para a sustentação da vida.
Durante o processo, o jogador aprende a consultar a
Tabela Periódica para determinar a quantidade de prótons e nêutrons a serem
gerados em cada caso e repete algumas vezes o processo de selecionar quarks
para compor prótons e nêutrons de forma a memorizar a composição dessas duas
partículas.
Upgrade
A versão inaugural Sprace Game foi lançada em 2010, mas
agora, com a versão 2.0, o jogo se equipara à experiência dos videogames
modernos. As missões foram ampliadas de quatro para 17 etapas, sendo possível
salvar os estágios superados para interromper o jogo quando necessário, sem que
seja preciso recomeçar do princípio.
A cada nova etapa completa, o jogador é recompensado com
um troféu virtual, outra melhoria implementada para motivar a continuidade da
jornada. “Os troféus conquistados são exibidos em um painel para motivar o
jogador e estimular sua competitividade”, disse Novaes.
A fim de ampliar o público do jogo, agora também é
possível selecionar o nível de dificuldade das missões, adequando-o a
diferentes idades e experiências, e o idioma, que pode ser português, inglês ou
alemão.
A Academia de Ciências da Áustria, que já fazia uso do
jogo em suas ações de divulgação científica com crianças, solicitou que fosse
criado um “modo de exibição” que retorna automaticamente ao menu principal após
algum tempo de inatividade do jogador. O objetivo é facilitar a exibição do
jogo em exposições científicas e em eventos abertos ao público.
“O Sprace Game alcança agora um potencial ainda maior de
difusão de conceitos da física das partículas subatômicas, levando crianças e
adolescentes a superar as dificuldades encontradas em sala de aula para o
aprofundamento desse conhecimento. A partir desse mundo subatômico é possível
se aprofundar na natureza elementar de tudo o que existe”, disse Novaes.
O jogo foi projetado para funcionar em qualquer
computador com sistema operacional Windows, Linux ou do Macintosh, exigindo
apenas a instalação da versão mais recente da plataforma Java, que pode ser
obtida gratuitamente na Internet.
A versão inaugural foi desenvolvida com o apoio do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e
produzida pelas empresas brasileiras Summa Technology+Business e Black Widow
Games Brasil.
A última versão do Sprace Game pode ser acessada gratuitamente
em www.sprace.org.br/sprace-game.
Fonte: Site da Agência FAPESP
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