Brasil e China Projetam Novos Satélites
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo escrito pelo Sr. José Monserrat
Filho sobre a Carta de Intenções assinada recentemente pela AEB com a China, artigo este postado hoje (18/12) pelo companheiro André Mileski em seu no Blog
Panorama Espacial.
Duda Falcão
Brasil e China Projetam
Novos Satélites
José Monserrat Filho
Blog Panorama
Espacial
14/12/2014
Os Presidentes da Agência
Espacial Brasileira (AEB) e da Administração Nacional Espacial da China (CNSA)
firmaram uma Carta de Intenções, em Pequim, no dia 9 de dezembro, apenas dois
dias após o lançamento bem sucedido do CBERS-4. O ato de assinatura foi
prestigiado pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina
Diniz, que assistiu ao lançamento do novo satélite, no dia 7.
O documento, embora não
vinculante, confirma três itens de cooperação, que devem começar a ser
executados já em 2015 como parte do Plano Decenal de Cooperação Espacial,
aprovado basicamente em 2013, sendo agora desenvolvido e detalhado.
Os três itens são, em resumo:
1) Construir o CBERS-4A, a ser
lançado em 2017:
2) Projetar e construir nova
geração de satélites, a ser definida pelo Grupo de Trabalho encarregado de
desenvolver e detalhar o Plano Decenal; e
3) Cooperar em aplicações dos
dados de satélite do CBERS-4 e dos novos satélites da nova geração a ser
desenvolvida; será criado um Grupo de Trabalho especial para estudar o modelo
de cooperação a ser aplicado no caso.
A Carta de Intenções deixa
claras as áreas definidas para a futura cooperação espacial entre os dois
países.
Veja, a seguir, a íntegra da
Carta de Intenções, assinado em 9 de dezembro passado, em meio às comemorações
pelo sucesso do lançamento do CBERS-4 e pelo desempenho preciso em sua entrada
em órbita, em seus primeiros testes e nas suas primeiras imagens enviadas à
Terra.
Carta de Intenções entre a
Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Administração Nacional Espacial da China
(CNSA) sobre a Cooperação em Novos Satélites
A Agência Espacial Brasileira
(AEB) e a Administração Nacional Espacial da China (CNSA), doravante
denominadas “Partes”,
Recordando o Acordo entre o
Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da
China sobre Cooperação no Uso Pacífico da Ciência e Tecnologia Espaciais,
assinado em Pequim no dia 8 de novembro de 1994;
Recordando o Protocolo sobre
Cooperação em Tecnologia Espacial entre o Governo da República Federativa do
Brasil e o Governo da República Popular da China, assinado em Brasília no dia
21 de setembro de 2000;
Recordando a Política de
Parceria Estratégica Global adotada pelos dois países, de acordo com a
Declaração Conjunta assinada pela Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e pelo
Primeiro Ministro da China, Wen Jiabao, no Rio de Janeiro, no dia 21 de junho
de 2012;
Recordando o Plano de
Cooperação Espacial 2013-2022 entre a AEB e a CNSA, assinado em Guangzhou, no
dia 6 de novembro de 2013;
Considerando a intenção das
Partes de promover o papel da tecnologia espacial no desenvolvimento social,
econômico e cultural dos dois países;
Considerando o significado e a
influência do Plano Decenal Sino-Brasileiro de Cooperação Espacial no futuro da
parceria espacial entre os dois países;
Tendo em vista o propósito de
manter a continuidade do Programa CBERS de Satélites
e
levando em conta o sucesso dos
lançamentos do CBERS-1, CBERS-2, CBERS-2B e CBERS-4,
As Partes concordam no que se
segue:
1. Cooperação para o
Satélite CBERS-4A
As Partes concordam em
desenvolver em conjunto o Satélite CBERS-4A. O desenvolvimento do CBERS-4A terá
como base os seguintes princípios:
(a) A participação de cada
Parte no esforço de desenvolvimento e no investimento necessário permanecerá
idêntico à ocorrida nos Satélites CBERS-3 e CBERS-4, ou seja, 50% para o Brasil
e 50% para a China;
(b) A montagem, integração e
teste do Satélite CBERS-4A serão realizados no Brasil;
(c) O lançamento do Satélite
CBERS-4A terá lugar na China.
A decisão final sobre a
cooperação para o desenvolvimento do Satélite CBERS-4A deverá basear-se na
conclusão dos procedimentos internos de aprovação em cada país.
2. Cooperação para a Nova
Geração de Satélites
(a) As Partes concordam em
realizar estudos para desenvolver nova geração de satélites, incluindo a
definição das missões, com base nos respectivos planos espaciais estratégicos
de cada país.
(b) O Grupo de Trabalho do
Plano Decenal de Cooperação Espacial será responsável pelos estudos sobre o
plano de cooperação dedicado à nova geração de satélites e deverá reportar
prontamente os resultados de seu trabalho para permitir a assinatura de acordos
no momento necessário.
3. Cooperação em Aplicações
de Dados de Satélite
(a) As Partes concordam em
promover a cooperação em aplicações dos dados do Satélite CBERS-4 e da nova
geração de satélites, bem como levar adiante a expansão da distribuição
internacional dos dados do CBERS e executar a política de aplicações.
(b) As Partes concordam em
organizar um Grupo de Trabalho para estudar o modelo de cooperação para aplicações
dos dados de satélite.
Esta Carta de Intenções entra
em vigor na data de sua assinatura.
Esta Carta de Intenções não
cria obrigações legais para as Partes, tanto no direito interno quanto no
direito internacional.
Assinado em Pequim, no dia 9 de
dezembro de 2014, nas versões em inglês e chinês, ambas igualmente autênticas.
Em caso de qualquer divergência de interpretação, prevalecerá a versão em
inglês.
Pela Agência Espacial
Brasileira Pela Administração Nacional Espacial da
China
José Raimundo Braga Coelho Xu
Dazhe
Fonte: Blog Panorama Espacial - http://panoramaespacial.blogspot.com.br/
Comentário: Bom leitor, sem comentários, pois a atitude
do governo DILMA ROUSSEFF nos últimos quatro anos perante ao PEB demonstra por si
só como essas metas serão conduzidas. Talvez a exceção seja CBERS-4A, já que muito
provavelmente boa parte seus equipamentos e subsistemas já foram produzidos quando
da produção do CBERS-3 e 4, mas mesmo assim ainda haverá outros equipamentos
que terão de ser produzidos para o seu upgrade, e, portanto o governo terá de
ter ‘COMPROMISSO’ se quiser realmente atingir a meta de lançar este satélite em
2017, como foi estabelecido nesta carta de intenções. Entretanto algo me chamou
atenção nesta carta, ou seja, o não estabelecimento dos tipos de missões satelitais
que interessam a ambos os países, principalmente a já discutida continuidade do
Programa CBERS com o desenvolvimento do CBERS 5 e 6 e o fato da não citação do interesse
em desenvolvimento conjunto na área de lançadores de satélites divulgada pelo
Ministro Campolina quando ainda estava na China. Será que a China esta usando
essa carta de intenções e o projeto do CBERS-4A para estabelecer
definitivamente qual é o real compromisso brasileiro com o seu Programa
Espacial?
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