Chegou a Hora dos Grandes Lançamentos
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada dia (08/03) no site do jornal “O Imparcial Online” de São Luís
(MA) com uma interessante entrevista com o Coronel Aviador (errou o autor do
texto) Marco Carnevale Coelho, diretor do Centro de lançamento de Alcântara
(CLA).
Duda Falcão
Coronel Aviador
Marco Coelho
Chegou a Hora
dos Grandes Lançamentos
Entre avanços e
recuos, paralisações e recomeço, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) tornou-se,
em cada etapa da construção e lançamentos experimentais, uma esperança de que
os objetivos iniciais vão ser alcançados.
Por Raimundo
Borges
O Imparcial
08/03/2020
Foto: Reprodução
Desde o distante
ano de 1979 que o Brasil vem tentando se tornar uma potência mundial e
tecnológica na disputa do infinito mercado de lançamentos espaciais. Naquele
ano foi apresentada a proposta da Comissão Brasileira de Atividades Espaciais
(COBAE), embrião da
Missão Espacial
Completa Brasileira (MECB), que visava a estabelecer competência no país para
gerar, projetar, construir e operar um programa espacial completo, tanto na área
de satélites e de veículos lançadores, como de centros de lançamentos.
Entre avanços e
recuos, paralisações e recomeço, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA)
tornou-se, em cada etapa da construção e lançamentos experimentais, uma
esperança de que os objetivos iniciais vão ser alcançados. Hoje, mais do que
expectativas, o CLA está perto de cumprir a função programada para a missão
completa. “Talvez em 2021 ocorra o lançamento de grande porte a partir do
centro de Alcântara”, afirma o diretor do CLA, tenente brigadeiro Marco
Carnevale Coelho, em entrevista exclusiva a O Imparcial.
Esta semana
Carnevale foi homenageado pela Federação das Indústrias do Maranhão, presidida
por Edilson Baldez, pelo empenho em tornar viável a indústria espacial
brasileira em terras maranhenses. Ele disse que, a partir da posição
estratégica, no centro instalado na região metropolitana de São Luís, o CLA
estará pronto para vários tipos de lançamentos de engenhos espaciais.
“Assim como
conseguimos avançar na indústria aeronáutica, com os aviões, falta agora
acreditar que somos capazes na indústria de foguete.” disse, otimista, Marco
Carnevale.
O Imparcial –
Qual a situação hoje do Centro de Lançamento de Alcântara?
Marco Carnavale – Estamos vivendo o
melhor momento do Programa Espacial Brasileiro. A nossa maior vitória foi
levá-lo à sociedade brasileira. Entendemos que o modelo, mais do que
amadurecido, passa agora à fase de transferências tecnológicas, que é o novo
desafio. E o Maranhão passa a receber esse novo projeto de muita importância.
Quando a gente congrega a indústria, a academia e o governo de um modo geral,
claro que os resultados aparecerão. Como tivemos sucesso no avanço da indústria
aeronáutica, não temos dúvida de que o segmento espacial terá o mesmo.
Quando o
senhor fala em indústria aeronáutica, o que significa isso no Centro de
Lançamento de Alcântara?
O Centro de
lançamento é a parte onde o desafio espacial acontece. Para ele são trazidos os
veículos espaciais, as cargas úteis, os satélites. E a partir da nossa posição
estratégica, que está no Centro de Alcântara, eles são lançados ao espaço.
Então, como centro de lançamento de todos esses engenhos, o grande salto é
conseguir avançar. Assim como conseguimos na indústria aeronáutica, com os
aviões, falta agora acreditar que somos eficientes na indústria de foguetes.
Quando isso
vai acontecer?
Para nós que
vivemos o programa espacial, já fizemos cerca de 500 lançamentos, assim já
temos cultura de lançamentos. O nosso centro sempre foi operacional. Um grande
laboratório a céu aberto. Falta agora nós acreditarmos mais no desafio
suborbital, no desafio orbital, ou seja, colocar cargas úteis no espaço. O país
está em condições de que, para dar esse passo, chegou o momento.
O Acordo de
Salvaguardas Tecnológicas celebrado entre Brasil e Estados Unidos para o uso da
Base de Alcântara já foi aprovado pelo Congresso, e agora falta o quê?
Já demos o
primeiro passo. O grande cliente internacional são os Estados Unidos, que estão
em contato direto com a gente. Por ele (o AST) temos que manter sob sigilo
aquilo que for de interesse da indústria americana e da indústria brasileira.
Mas o passo na área espacial está programado. Estamos agora muito mais próximos
de um grande lançamento, porque já temos uma grande cliente – o que não ocorria
em outra época.
Os Estados
Unidos vão alugar a base ou apenas utilizá-la para lançamentos de artefatos
americanos?
O modelo de
negócio está sendo estudado pela Aeronáutica, pelo Estado Brasileiro. Mas
estamos confiantes, porque temos um grande produto, o Centro de Alcântara.
Assim como foi celebrado o acordo com os Estados Unidos, pode acontecer com
vários outros países. O Centro está preparado para prestar esse tipo de serviço
para qual outro país. A contrapartida é muito mais que financeira. É a
contrapartida que nos coloca em posição diferenciada no contexto das nações.
Quando os
americanos vão assumir a Base, conforme o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas?
Não há
perspectiva de assunção de qualquer ator que não seja o Brasil. O que vamos
fazer é prestar serviço para qualquer país que desejar fazer lançamento a
partir do nosso centro espacial.
Quando
poderão acontecer os primeiros testes com satélites de grande porte?
A Força Aérea
Brasileira fez a transferência para a Avibras do foguete espacial VSB-30. A
iniciativa autoriza empresa a industrializar e comercializar o lançador de
pequeno porte, voltado para a realização de experimentos em ambientes
microgravitacionais. Com isso, temos certeza que podemos fazer com a indústria
brasileira aquilo que fizemos com a Embraer. Com esse foguete, estamos bem
próximos de levar à indústria nacional o mesmo apoio que fizemos com a Embraer.
Fomentamos a Embraer no segmento aeronáutico até o momento em que o mundo
empresarial assumiu a empresa. Assim, ao comando da Aeronáutica cabe fomentar o
desenvolvimento da indústria aeronáutica no Brasil. Temos confiança de que esse
voo do VSB-30 seja o grande passo para fomentar a indústria aeroespacial no
nosso país.
O lançamento
pode acorrer ainda em 2020?
Temos
expectativa que sim. Porém, o mais provável é que ocorra no próximo ano.
O CLA está
calibrado e preparado para fazer quais tipos de lançamentos?
Hoje temos
condições de fazer micro e pequenos lançadores. Foguetes que variam em até 100
toneladas.
Qual o
significado deles?
Temos capacidade
para colocar 350 quilos de carga útil em órbita.
Para que
servem essas cargas? Pesquisas científicas?
Satélites, micro
satélites e grandes satélites. Eles cobrem uma vasta gama de operacionalidades.
Imagens, Comunicações, climatologia, navegação aérea, etc. Entendemos que, com
os avanços tecnológicos, os satélites vão ficando cada vez menores, mas com a
capacidade tecnológica cada vez maior. Significa que estamos preparados acompanhar
esses avanços.
Há uma
questão sempre polêmica sobre a comunidade de Alcântara, do entorno do Centro.
Como está sendo a relação da população alcantarense com a Aeronáutica?
Não faz sentido
que tenhamos um programa científico do Brasil em que o principal cliente não
seja a nossa população. Passamos quase 40 anos com um programa suborbital.
Então, esse programa não tinha a dimensão de um programa orbital. Mesmo nessa
conjuntura de um programa de pesquisa científica espacial, sempre tratamos a
população local como algo primordial para a sobrevivência do programa. Hoje,
70% do nosso efetivo são remanescentes da área do entorno. Considerando a nossa
estratégia, do comando da Aeronáutica, com relação aos militares incorporados,
podemos dizer que 95% do efetivo são maranhenses. Então que faz o CLA funcionar
são os remanescentes da população local e a do Maranhão.
Fonte: Site do jornal
“O Imparcial Online” - 08/03/2020
Comentário:
Bom leitor, o Cel. Marco Carnevale Coelho afirmou nesta entrevista que: “Estamos
vivendo o melhor momento do Programa Espacial Brasileiro. A nossa maior vitória
foi levá-lo à sociedade brasileira. Entendemos que o modelo, mais do que
amadurecido, passa agora à fase de transferências tecnológicas, que é o novo
desafio”. Pois então, eu não sei de onde o Cel. Marco Coelho tirou esta afirmação,
mas ou ele está completamente iludido ou o mesmo está diretamente envolvido com
uma maquina que ate hoje só demonstrou o quanto é ineficiente ‘para o país’, mas
que sempre se beneficiou do mal uso dos recursos públicos sem apresentar
resultados. Enfim... triste. Aproveitamos para agradecer publicamente ao nosso leitor maranhense Edvaldo Coqueiro pelo envio desta entrevista.
Lançamentos pesados a partir 2021?! Se conseguirmos lançar algo parecido com o VLM nos próximos anos será um antigo sonho realizado.Aplaudiremos todos de pé.
ResponderExcluirPergunto-me se o objetivo é criar um ambiente propício para a iniciativa privada, através de uma empresa(s) de alta tecnologia quaisquer é o melhor caminho?
ResponderExcluirNão que não seja um caminho que possa gerar bons resultados, no futuro, talvez breve. Mas é o melhor para o país ou o melhor só para as empresas?
Ligando vários comentários, aqui do blog, e com o que já manifestara como opinião, depois de refletir: aonde o Brasil quer chegar? É uma pergunta que as altas autoridades do país devem perseguir.
Querem que tudo fique do jeito que está? Isso é política de Estado, e de Estado grande, com visão?
Rebato nessa questão: nossa agência espacial deveria ter os moldes da NASA(Administração! Nacional de Aeronáutica e Espaço): ela é executiva, com os programas completos - lançadores, satélites, exploração, ciência. Do modelo atual da AEB, nem quero falar. Da parte técnica apelo à consciência das autoridades políticas, civis e militares (FAB) - isso não é um nicho, para um tipo de autopromoção - é uma impressão aqui, não uma afirmação - mas um programa da nação inteira!