Detector de Raios Cósmicos Permitirá Aprofundar Pesquisas na Antártica

Olá leitor!

Segue agora uma nota postada dia (08/01) no site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que Detector de Raios Cósmicos instalado no CRIOSFERA-1 permitirá aprofundar pesquisas na Antártica.

Duda Falcão

BIOTECNOLOGIA, BIODIVERSIDADE, ANTÁRTICA, MUDANÇAS CLIMÁTICAS, METEOROLOGIA, CLIMATOLOGIA E HIDROLOGIA

Detector de Raios Cósmicos Permitirá
Aprofundar Pesquisas na Antártica

O experimento está instalado no CRIOSFERA 1. A aquisição, em parceria
com o CBPF, permite medir o fluxo de raios cósmicos na superfície da
Terra e a sua relação com o clima global.

Por Ascom do MCTI
Publicação: 08/01/2015 | 18:50
Última modificação: 08/01/2015 | 18:48

Crédito: Divulgação
Vista aérea do local onde está o CRIOSFERA-1. O módulo
recebeu um novo equipamento para auxiliar nos estudos
sobre mudanças climáticas.

A missão do módulo de pesquisa CRIOSFERA 1, de ampliar os estudos sobre as variações dos parâmetros atmosféricos para melhor entender as mudanças climáticas na Antártica, ganha mais um reforço.

A última aquisição, um detector de raios cósmicos apelidado de CRE@AT (Cosmic Rays Experiment at Antarctica, na sigla em inglês), junta-se aos raros experimentos deste tipo realizados no continente para medir o efeito desses elementos na superfície da Terra.

Originários do espaço interestelar, os raios cósmicos são partículas energéticas que se deslocam a velocidades próximas à da luz (299.792.458 metros por segundo) e fornecem aos cientistas informações importantes sobre as condições físicas do sistema solar e do universo.

O pesquisador do departamento de Física Experimental de Altas Energias do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI) André Massafferri explica que esses elementos do Cosmos interagem na alta atmosfera, criando o chamado "chuveiro de partículas" na superfície da Terra, composto basicamente de múons, que são os "primos mais pesados" do elétron.

Segundo ele, o CRE@AT permite a detecção de tais partículas cósmicas com alta eficiência, além de ser capaz de medir a taxa dessas partículas a cada tomada de dados de dez minutos. "Essa é a primeira fase do projeto", diz Massafferri. "Na segunda, pretende-se medir também a direção em que eles incidem na Terra e, na terceira, a energia da trajetória de cada uma dessas partículas".

A iniciativa é resultado da parceria entre o CBPF, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera (INCT Criosfera). O CBPF conta, ainda, com a colaboração da CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, na sigla em francês), localizada na fronteira franco-suíça e considerada o maior laboratório de física de partículas do mundo.

O coordenador do CRIOSFERA 1, o físico Heitor Evangelista da Silva (UERJ), ressalta o uso de tecnologia baseada em fibras óticas e o design nacional como elementos positivos do CRE@AT.

"A instrumentação é uma das mais modernas já desenvolvidas nesta área e coloca o CRIOSFERA 1 como parte de uma das maiores vocações científicas da Antártica: o estudo da astrofísica de alta energia", reforça Evangelista, que acaba de chegar da missão bem sucedida para a instalação do primeiro laboratório de raios cósmicos do Brasil no Centro da Antártica.

Correlações

De acordo com o pesquisador do CBPF, as variações no sistema antártico têm grandes implicações em várias partes do mundo, o que serve como uma espécie de termômetro das mudanças climáticas.

Massafferri lembra que estudos recentes, ainda não conclusivos, indicam uma relação entre o clima e os raios cósmicos, tendo por princípio que a formação de nuvens parte de um ponto inicial, seja uma partícula de poeira mineral terrestre ou cósmica, por exemplo. "Um dos objetos do estudo será justamente a relação de formação de nuvens com o clima e com partículas cósmicas".

Ele afirma ainda que características peculiares do local onde está instalado o CRIOSFERA 1, no Centro-Oeste da Antártica, são "interessantes" para a realização dessas medidas. Entre os motivos, está o tamanho reduzido da atmosfera em relação a regiões fora dos polos, a direção do campo magnético e a ausência de crosta terrestre.



Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

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