Aquisições Transformaram CRIOSFERA 1 em Plataforma Multidisciplinar, Diz Coordenador
Olá leitor!
Segue agora uma nota postada dia (08/01) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que aquisições
transformaram o “Módulo de Pesquisa CRIOSFERA 1”, na Antártica, em uma Plataforma Multidisciplinar, diz o coordenador do projeto.
Duda Falcão
BIOTECNOLOGIA, BIODIVERSIDADE, ANTÁRTICA, MUDANÇAS
CLIMÁTICAS, METEOROLOGIA, CLIMATOLOGIA E HIDROLOGIA
Aquisições Transformaram CRIOSFERA 1 em
Plataforma Multidisciplinar, Diz Coordenador
Instalado na
Antártica, o módulo funciona como uma unidade
Operacional de
pesquisa 24h por dia e é capaz de monitorar gases
do efeito estufa e a
dinâmica do manto de gelo.
Por Ascom do MCTI
Publicação: 08/01/2015 | 19:10
Última modificação: 09/01/2015 | 11:18
Crédito: Divulgação
A missão do módulo é ampliar os estudos sobre as variações
dos parâmetros atmosféricos para melhor entender
as mudanças climáticas na
Antártica.
|
O
módulo de pesquisa CRIOSFERA
1 foi instalado na região Centro-Oeste da Antártica
no verão de 2011/2012. O coordenador do projeto, o físico Heitor Evangelista da
Silva, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), relembra que, na fase
inicial, o módulo foi apresentado ao Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica
(SCAR, na sigla em inglês) como praticamente uma plataforma meteorológica.
"Isso representa muito pouco para o que ele faz hoje", avalia.
"A partir de 2014, o CRIOSFERA 1 passou ao status de plataforma
multidisciplinar de pesquisa polar", conta.
Para
o pesquisador, aquisições ao longo do tempo renderam ao projeto uma nova
"roupagem" como laboratório de pesquisa, incorporando o monitoramento
de gases do efeito estufa (GEE) e da dinâmica do manto de gelo.
Recentemente
o módulo também recebeu um detector de raios cósmicos. Nos
últimos três anos, a instalação de novos sensores permitiu medir os gases de
dióxido de carbono (CO2) e a variabilidade
do acúmulo de neve em tempo real.
"Conhecemos
muito pouco de como CO2 chega à Antártica. O
que queremos é identificar os mecanismos que levam o dióxido de carbono ao
manto de gelo da Antártica e seu grau de homogeneização global para melhor esclarecer
os processos de feedback climático", adianta. "É um trabalho que não
vai ter uma resposta imediata, pois isso só se obtém com medidas por um longo
tempo", pondera.
Outro
avanço apontado por Evangelista foi a aquisição de um sensor para verificar a variabilidade
de deposição de neve. "Esse dado é monitorado hoje por satélite, mas
precisamos ter a medida na superfície para entendermos toda a dinâmica de gelo
da Antártica, que está ligada à questão de aumento de nível do mar".
Além
disso, durante as missões de verão, são realizadas pesquisas na área de
microbiologia polar. "Pretendemos a cada ano torná-lo mais amplo e viável
para a pesquisa. Por incluir essas novas modalidades, o CRIOSFERA 1 já não pode
ser mais considerado como uma base de estação meteorológica", diz
Evangelista.
O
módulo funciona como uma plataforma operacional 24 horas por dia durante todo o
ano. "Ele já é conhecido pela comunidade científica internacional, pois
nesta modalidade só há dois similares na Antártica Central, o laboratório do
Polo Sul/USA e o do EPICA/Comunidade Europeia", ressalta. "Isso
coloca o Brasil em um patamar diferenciado na pesquisa antártica".
Sustentabilidade e Localização Estratégica
Evangelista
também ressalta a "sofisticação" do CRIOSFERA 1 em termos de sustentabilidade.
"No campo da microbiologia, por exemplo, podemos explorar o potencial
biotecnológico de amostras que o PROANTAR [Programa
Antártico Brasileiro] até aqui não poderia oferecer uma vez que sua
logística é limitada geograficamente".
Ele
conta que a região onde o módulo está instalado é a mais observada pela
comunidade científica no continente. "É ali onde estão sendo verificadas
as maiores alterações ambientais do continente antártico, com implicações para
a elevação do nível dos oceanos", observa. "Estarmos lá, com toda a
nossa instrumentação, nos permite ter em mãos materiais que possam ajudar no
esclarecimento das causas e consequências de tais mudanças".
Abastecida
por energia solar e eólica, a plataforma multiusuária é utilizada especialmente
por universidades brasileiras, a exemplo da UERJ, da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade de São Paulo (USP), que desenvolve
pesquisas na área de microbiologia em gelo, e da Universidade Federal do Paraná
(UFPR), além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) e do
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que é responsável pela calibração
dos sensores.
Relevância e Apoios
O
módulo é uma ação do INCT da Criosfera com recursos do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI). Conta também com o apoio
da Secretaria Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), da Academia
Brasileira de Ciências (ABC), da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC) e do Instituto Antártico Chileno.
Desde
2011, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investiu R$ 2,6
milhões no projeto. "O CRIOSFERA 1 representa uma plataforma de pesquisa
importante para que possamos ter um melhor entendimento da influência que a
Antártica tem sobre o clima do Brasil, além de representar a ação do Brasil
mais ao Sul do planeta, proporcionando, inclusive, a cooperação com outros
países", salienta o coordenador para Mar e Antártica da Secretaria de
Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Andrei Polejack.
Na
avaliação dele, atuar na região "foi uma inovação para o Brasil", que
contou com o esforço de pesquisadores e de profissionais envolvidos para se
adaptarem a um ambiente hostil, ao trabalhar a temperaturas rigorosamente baixas,
que podem chegar a 70 graus Celsius negativos (-70°C).
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI)
Comentários
Postar um comentário