A NASA na Exploração Espacial, e o Brasil Onde fica?

Olá leitor!

A NASA iniciou uma de suas duas novas missões de exploração do sistema solar essa semana, lançando ontem (05/08) do Kennedy Space Center em Cabo Canaveral na Flórida-EUA (através de um foguete ATLAS-5) a espaçonave “JUNO” movida à energia solar para exploração do planeta Júpiter.

Esta magnífica sonda, que recebeu o nome de JUNO em homenagem à ‘deusa do casamento’ e esposa do Deus Júpiter na mitologia romana, terá como missão levantar ao longo de um ano informações sobre a composição interna do gigante planetário - o que poderá dar pistas aos cientistas sobre a formação dos planetas gasosos. Segundo a agência espacial americana, a espaçonave irá levar até cinco anos para atingir seu destino - Júpiter é cinco vezes mais distante do Sol do que a Terra.

Segundo foi divulgado, cada uma das três asas com painéis solares da JUNO possui 29 metros de comprimento e 9 metros de largura. Juntas, elas serão capazes de fornecer 400 watts de potência. Uma magnífica obra de engenharia espacial americana que acreditamos agora deverá contar em sua equipe de pesquisa com a participação da cientista brasileira Rosaly Lopes do "Laboratório de Propulsão a Jato da NASA".

Abaixo segue um vídeo da “AssociatedPress” com uma reportagem em inglês sobre a missão e o vídeo do lançamento da espaçonave.

Juno Probe to Explore Jupiter's Composition - 17/05/2011

NASA Juno launch - 05/08/2011

A outra significativa missão americana de exploração do sistema solar, deverá ser lançada no fim desse ano dos EUA com chegada prevista em Marte por volta de agosto de 2012. Trata-se da “Mars Science Laboratory Mission - MSL (Missão do Laborátório de Ciências de Marte)” de US$ 2,5 bilhões que contem um jipe-robô de exploração cariosamente conhecido como ‘Curiosity’, o que já mostra o caráter das missões que vão acontecer com o seu auxílio.

O interior do laboratório desse veículo-robô está equipado com instrumentos de análise e instrumentos científicos que permitirão o estudo do que for encontrado em Marte, e segundo o que foi divulgado recentemente pela NASA, o local escolhido para realizar o pouso foi à cratera batizada como "Gale", devido ao fato das características da composição de materiais encontrados na sua superfície, estarem mais adequadas para dar início a esse tipo de exploração.

JPL-Caltech/ASU/Nasa/France Presse

Imagem da cratera Gale, para onde será enviado o jipe-robô Curiosity;

pesquisa vai buscar vida microbiana

Segundo Jim Green, diretor da divisão da NASA encarregada do estudo de planetas, "O local oferece uma paisagem visualmente espetacular, mas também um grande potencial de descobertas científicas importantes".

Abaixo, segue um vídeo animação da chegada da MSL e do pouso do ‘Curiosity' na superfície de Marte, uma verdadeira demonstração do grande desenvolvimento alcançado pela engenharia espacial americana que esperemos seja exitosa em seu objetivo de colocar esse robô a salvo sobre a superfície marciana.

Mars Rover Landing - dailycosmicnews - 27/07/11

Vale lembrar leitor que a missão MSL americana também contará com a participação de pesquisadores brasileiros que trabalham na NASA (veja a nota: “Dupla Brasileira Planeja Missão a Marte da NASA”).

Pois é leitor, e o Brasil? Bom, atualmente existe apenas uma iniciativa na área de exploração do sistema solar em curso no Brasil, mas infelizmente até o momento a mesma não conta com o apoio do governo.

Trata-se da inovadora “MISSÃO ASTER” de exploração do asteróide triplo “2001-SN263”, fica a 11 milhões de km na aproximação máxima da Terra, com duas "luas" ao seu redor, e a previsão é que a mesma seja lançada em 2015, com chegada prevista em 2018 ao asteróide.

Essa missão que foi proposta pela primeira vez pelos pesquisadores brasileiros Elbert Macau (LAC-INPE) e Othon Cabo Winter (UNESP) durante o "Congresso Internacional de Astronáutica de Glasgow", na Escócia, em outubro de 2008, é uma iniciativa de 11 universidades e instituições brasileiras (entre elas: UNESP, UnB, UFABC, USP, UFRJ, ON, INPE, IMT) que infelizmente até o momento não conta com o apoio do governo, o que poderá inviabilizar a sua realização, caso seus realizadores não consigam os recursos necessários (avaliados em aproximadamente R$ 40 milhões) junto ao governo ou junto a iniciativa privada.

Veja (Satélites científicos e tecnológicos de Haroldo Velho - Coordenador Projeto Aster - INPE)

Tendo um ministro de ciência e tecnologia como o senhor Aloizio Mercadante que vive falando em inovação onde chega, essa situação vem demonstrar o quanto realmente o governo da presidente DILMA ROUSSEFF fala com seriedade em resolver os problemas do Programa Espacial Brasileiro.

Vale lembrar que a missão foi apresentada pela primeira vez no Brasil durante a realização do "I Workshop de Astronomia Espacial (I WAE)" ocorrido em 03/09/2009 na USP.

Ainda em setembro de 2009 a missão foi apresentada a Agência Espacial Brasileira (AEB), visando ser incluída no novo PNAE, coisa que ainda não ocorreu devido a este documento está sendo formulado até hoje. Entretanto, essa iniciativa não significa necessariamente que a missão será incluída, tenho minhas dúvidas quanto a isso, e mesmo que seja, não é uma garantia de que será realizada no prazo previsto.

Em março de 2010 foi realizado o “I Workshop de Concepção do Projeto” onde foi definida a concepção da missão e finalmente em maio de 2010 foi realizado “I Workshop de Instrumentação Científica”.

Pesquisadores Participantes do I Workshop - Maio de 2010

As ações que se seguiram após o “I Workshop de Instrumentação Científica” relativas à missão foram as seguintes:

* Visita de uma comitiva do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) ao Instituto de Pesquisas Espaciais da Academia de Ciências da Rússia (IKI), em Moscou, para discutir a participação desta instituição na missão - Junho de 2010.

* A realização do "II Workshop de Instrumentação Científica" - Setembro de 2010 

* A realização de um workshop no INPE com a presença de representantes do IKI russo – Outubro de 2010.

* A realização de um minicurso ministrado pelo astrônomo italiano Davide Perna intitulado “Asteróides: Observação, Taxonomia e Mineralogia” na Faculdade de Engenharia (FEG), Câmpus de Guaratinguetá da UNESP. O especialista tratou de temas relativos ao trabalho dos pesquisadores envolvidos com a missão, da qual a UNESP participa - Fevereiro de 2011.

Não resta dúvida da importância leitor que uma missão como esta representa para Brasil, não só pelo que a mesma poderá trazer (caso seja realmente realizada) para o desenvolvimento da ciência e tecnologia brasileira, mas também pelo que a mesma representará politicamente internacionalmente falando, já que em 2016 estará sendo realizado no Brasil os “Jogos Olímpicos de Verão”, e nada melhor para a imagem do país ter uma sonda espacial como essa sendo exitosamente lançada (é o que se espera) meses antes dos jogos.

Entretanto, para que isso ocorra, será necessário que o governo brasileiro deixe de 'conversa fiada' e acorde, tomando a decisão de liberar recursos para a missão, mesmo antes de incluí-la no novo PNAE, para que então os pesquisadores possam partir com firmeza visando cumprir a previsão de lançar a sonda em 2015 ou no mais tardar em 2016 (se houver a janela ainda), pouco antes dos jogos. Vamos aguardar e torcer.

O blog “BRAZILIAN SPACE” se coloca a inteira disposição para ajudar na divulgação dessa inovadoras missão espacial brasileira e torce para que com o seu êxito, esses pseudos gênios de Brasília acordem definitivamente para extrema necessidade de se investir nesse nova fronteira da humanidade.

Duda Falcão

Fonte: Diversas