Micro, Pequenas e Médias Empresas Paulistas Poderão Desenvolver Tecnologias Para o Projeto Sirius
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo publicado ontem (12/11) no site da Agência FAPESP, destacando que as micro, pequenas
e médias empresas paulistas poderão desenvolver tecnologias para o Projeto Sirius.
Duda Falcão
Notícias
Pequenas e Médias Empresas Paulistas Podem
Desenvolver Tecnologias Para o Sirius
Elton Alisson
Agência FAPESP
12 de novembro de 2015
(Foto: LNLS)
Nova fonte de luz síncrotron brasileira apresenta 13
novos
desafios tecnológicos; empresas estabelecidas em
São Paulo podem se
candidatar a solucioná-los
com auxílio da FAPESP.
|
As micro,
pequenas e médias empresas de base tecnológica estabelecidas no Estado de São
Paulo poderão se candidatar a solucionar desafios incomuns apresentados pelo
Sirius – a nova fonte de luz síncrotron brasileira, em construção no
Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, no interior
paulista.
Um desses
desafios, por exemplo, é desenvolver uma espécie de robô para monitorar os 520
metros de circunferência do anel do acelerador de elétrons.
Dotado de
câmeras e sensores, o robô percorreria sobre trilhos toda a extensão do
acelerador principal do Sirius, registrando imagens e medidas, como temperatura
e vibração no interior do túnel onde o equipamento será instalado.
Com o auxílio do
robô, a equipe de manutenção do acelerador poderia monitorar o funcionamento a
distância, sem a necessidade de interromper o funcionamento do equipamento.
“O custo
estimado de operação por hora do Sirius será de R$ 150 mil, incluindo a
amortização, em 20 anos, do investimento realizado. Isso significa que a
interrupção por meia hora do acelerador para realizar uma manutenção não
prevista pode representar um prejuízo muito grande”, disse Regis Terenzi
Neuenschwander, vice-gerente da divisão de engenharia do LNLS.
A construção do
robô para o monitoramento do acelerador foi um dos desafios que mais
despertaram o interesse das 44 empresas que participaram da “Mesa-redonda
Parcerias Sirius”, realizada no dia 6 de novembro, no Centro Nacional de
Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.
“Gostaríamos de
ter um dispositivo que nos ajudasse a antever problemas no acelerador, de modo
a reduzir drasticamente a necessidade de interromper seu funcionamento”,
afirmou Neuenschwander.
O evento teve
como objetivo apresentar as 13 novas demandas tecnológicas – ou desafios –
propostos às empresas paulistas na segunda chamada
de proposta lançada
pela FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), para apoiar o
desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores para o Sirius.
Lançada no
âmbito do Programa
PIPE/PAPPE Subvenção, a chamada de propostas está aberta
até o dia 27 de novembro para microempresas, empresas de pequeno porte,
pequenas empresas ou médias empresas sediadas no Estado de São Paulo,
constituídas, no mínimo, 12 meses antes do lançamento do edital.
O apoio terá
duração de até 24 meses, visando desenvolver processos e serviços inovadores
que, além de atender a demanda de Sirius, poderão ser oferecidos ao mercado. Os
recursos alocados para financiamento do edital são da ordem de R$ 20 milhões,
sendo 50% com recursos da FINEP e 50% com recursos da FAPESP.
“Estamos muito
otimistas com essa segunda chamada de proposta de projetos para o Sirius visto
que a primeira chamada [lançada em setembro de 2014]
teve uma boa resposta das empresas”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz,
diretor científico da FAPESP, durante o evento.
“Nossa
expectativa ao apoiar pequenas e médias empresas a desenvolver tecnologias para
o Sirius é ajudar não apenas o funcionamento do acelerador, mas possibilitar
que essas empresas usem as soluções criadas para transformá-las em outras
aplicações que gerem riqueza”, afirmou.
Uma das
primeiras fontes de luz síncroton consideradas de 4ª geração no mundo, o Sirius
demandará tecnologias que em boa parte não são de “prateleira” – jargão usado
para classificar soluções que são encontradas no mercado interno ou externo –
ou, se já existem, são muito caras ou inadequadas às especificações do projeto.
Ao aceitar o
desafio de desenvolvê-las, as micro, pequenas e médias empresas paulistas podem
ganhar capacitação tecnológica e isso poderá ser usado para explorar novos
mercados, avaliou Carlos Américo Pacheco, diretor do CNPEM, durante o evento.
“A chamada de
propostas para o Sirius representa, na realidade, um convite para uma parceria
para o codesenvolvimento de soluções, visto que as empresas selecionadas terão
uma forte interação com a equipe de engenheiros, físicos e técnicos do LNLS.
Será um aprendizado conjunto. O convívio com a equipe de engenharia e
instrumentação científica do LNLS possibilitará às empresas desenvolver
capacitação tecnológica”, estimou Pacheco.
Componentes à Base de Cerâmica
O caso da
ENGECER – empresa fabricante de componentes à base de cerâmica
fundada por professores das Universidades de São Paulo (USP) e Federal de São
Carlos (UFSCar) – ilustra os benefícios da parceria mencionada por Pacheco.
A empresa, que
já tinha um relacionamento comercial com o LNLS, submeteu projeto para a
primeira chamada de propostas para o Sirius, vislumbrando a possibilidade de
intensificar o relacionamento com a equipe técnica do laboratório para
desenvolver um componente à base de cerâmica, transparente ao campo magnético e
capaz de suportar pressões da ordem de 10-10 mBar (Milibar), como a do interior do
acelerador de elétrons do Sirius.
Por meio do projeto, apoiado no âmbito da
chamada, a empresa desenvolveu um componente com essas especificações.
“Esse tipo de
desenvolvimento transcende o nosso dia a dia, em que produzimos outras coisas
para poder sobreviver”, disse Marcos Pereira Gonçalves, sócio-diretor da
empresa. “O conhecimento que adquirimos durante o projeto, contudo, permitiu
nos sentir mais capacitados para concorrer até mesmo no mercado externo”,
avaliou.
Além da ENGECER,
mais sete outras empresas foram selecionadas no primeiro edital,
a primeira seleção pública para 13 outros desafios tecnológicos
apresentados pelo Sirius: Equatorial Sistemas, Luxtec Sistemas Opticos,
Omnisys Engenharia, Atmos Sistemas, FCA Brasil Indústria Comércio Usinagem
Peças, Macnica DHW e Opto Eletrônica.
Novo Patamar Científico
Ao longo dos últimos
anos, a equipe de engenharia e instrumentação científica do LNLS tem
desenvolvido um conjunto de soluções tecnológicas para o Sirius em parceria com
outras empresas, como a multinacional brasileira WEG, de Jaraguá do Sul, em
Santa Catarina.
“O envolvimento do LNLS
com empresas para o desenvolvimento de diversas soluções tecnológicas para o
Sirius, relacionadas a questões como vibração, estabilidade e operação do
acelerador, já é uma realidade”, afirmou José Roque da Silva, diretor do LNLS.
De acordo com ele,
aproximadamente 14% da obra já está construída. “O Sirius possibilitará levar o
Brasil a um novo patamar científico. Será um dos únicos casos de infraestrutura
científica de grande porte em que o país estará, de fato, na fronteira do
conhecimento”, avaliou.
Também participaram do
evento Douglas Zampieri, membro da coordenação da área de Pesquisa e Inovação
da FAPESP, e Marcos Francisco Almeida, analista de projetos da FINEP.
Fonte: Site da Agência FAPESP
Comentário: Devido a importância deste acelerador de Luz Sincrotron para a C&T brasileira como um todo, realmente espero e torço como cidadão
brasileiro para que o que foi divulgado nesta reportagem e no vídeo em anexo pelo
diretor do LNLS, o Sr. Antônio José Roque da Silva, esteja realmente ocorrendo
e dentro de uma conduta profissional, responsável e inquestionável. Dê exemplo
Sr. Antônio da Silva e faça diferença, é isto o mínimo que os poucos verdadeiros
cidadãos brasileiros que ainda restam neste país espera do senhor. Se assim não
for possível, denuncie e não compartilhe das picaretagens deste desgoverno desastroso.
Comentários
Postar um comentário