Astrônomas Cariocas Pesquisam na NASA Vulcões Espalhados pelo Espaço
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo da Revista VEJA postado dia (28/10)
no site do Núcleo de Pesquisas de Ciências (NUPESC), destacando que Astrônomas Cariocas pesquisam na NASA vulcões
espalhados pelo espaço.
Duda Falcão
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Astrônomas Cariocas Pesquisam na
NASA Vulcões Espalhados
pelo Espaço
Revista VEJA
28 de outubro de 2015
(Foto: Cacá Santoro)
Muita gente
confunde astronomia (ciência que estuda os corpos celestes) com astrologia
(arte de desvendar o futuro por meio das estrelas) ou mesmo gastronomia (área
que abrange os prazeres da culinária). Quem faz essa afirmação, após dar boas
risadas, é Fabíola Magalhães, 33 anos, nascida e criada na Ilha do Governador,
Zona Norte da cidade. Ela tem conhecimento de causa sobre o que diz, afinal,
trabalha desde o ano passado na National Aeronautics and Space Administration,
a popular NASA. Finaliza um doutorado em geofísica espacial no Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (o INPE, de São José dos Campos, São Paulo). O
curso inclui a experiência de um ano, patrocinada pelo programa Ciência sem
Fronteiras, no JPL (sigla em inglês para Laboratório de Propulsão a Jato), um
dos centros de estudos da agência espacial americana, na cidade de Pasadena, na
Califórnia. A façanha dessa ilhoa que na adolescência devorava os livros do
astrônomo Carl Sagan não é coisa pequena. Fabíola vem se projetando num meio
que não costuma receber bem as mulheres.
Levantamento
divulgado no mês passado por pesquisadores ligados ao Centro Brasileiro de
Pesquisas Físicas (CBPF), à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e à
Universidade de São Paulo (USP) indica que há uma discriminação de gênero nos
laboratórios de astronomia brasileiros: 36% das cientistas disseram ter sofrido
assédio sexual no trabalho; e elas respondem por só 28% das cadeiras na
Sociedade Brasileira de Astronomia (veja o quadro ao lado). O curioso é que
Fabíola é orientada justamente por uma mulher, também carioca (de Ipanema):
Rosaly Lopes, 58 anos.
Rosaly
chegou a cursar o primeiro período de astronomia na UFRJ, mas concluiu seus
estudos na Inglaterra, chegando a bater ponto no Observatório Real de
Greenwich. Após trabalhar em Nápoles, na Itália, foi chamada pela NASA, em
1991. Hoje a astrônoma comanda o núcleo de Ciências Planetárias do JPL, com 100
profissionais sob sua supervisão. Há um dado interessante em seu currículo: ela
é a pessoa que descobriu a maior quantidade de vulcões em atividade, conforme
está registrado na edição de 2006 do Guinness Book. Foram 71, e todos eles
estão localizados em Io (pronuncia-se “Ío”), um dos satélites naturais de
Júpiter. E é sobre isso a tese da pupila Fabíola.
As duas se
debruçam sobre um tema complicado, árido para quem não é do ramo. Localizado a
800 milhões de quilômetros da Terra, Io é pouco maior que a nossa lua. Tem 4,5
bilhões de anos de idade e se destaca por ser o corpo celeste mais avermelhado
do sistema solar. Io está no meio de um cabo de guerra entre Júpiter e seus outros
satélites. O efeito gravitacional deles acaba fazendo com que a superfície do
satélite fique num estica e puxa permanente. E essa movimentação termina
gerando calor e resulta em vulcanismo. O estudo vai além. Essas erupções
expelem partículas que a atmosfera de Io não tem como segurar e que, por isso,
acabam escapando para o espaço. Elas formam um cinturão de matéria ao redor de
Júpiter, também conhecido como toroide de plasma. O que Fabíola quer entender é
como a atividade vulcânica de Io afeta essa estrutura. “Quanto mais soubermos
sobre isso, melhor compreenderemos o sistema como um todo”, resume a cientista.
(Foto: Infográfico: Jonatan Sarmento)
Fabíola tem até o começo de março do ano que vem para retornar ao
Brasil, onde deve apresentar sua tese de doutorado até o fim de maio. A
experiência no JPL ajuda (mas não resolve) seu futuro por aqui. Por exemplo,
não é garantido que a moça tenha um laboratório no INPE quando voltar. Mais
certo é que terá de conseguir uma bolsa para continuar pesquisando, ou para
tentar obter uma vaga numa instituição que lhe permita dar prosseguimento a
seus trabalhos. Outro desafio será fazê-los sem a infraestrutura da NASA. O
Brasil não tem tradição no setor, e sintoma de que as pesquisas andam rareando
por aqui foi o rompimento, em julho, da parceria com a Ucrânia para o
lançamento de foguetes. O lado bom dessa história é que Fabíola trará na
bagagem a experiência de ter trabalhado num laboratório de ponta e,
principalmente, de ter acompanhado a forma como ele é gerido. A cientista que
foi para os Estados Unidos como aprendiz voltará como pioneira num assunto
praticamente inexplorado por aqui. Ela não para. É uma carioca agitada como os
fenômenos que estuda.
Fonte: Site do NUPESC - https://nupesc.wordpress.com
Comentário: Interessante artigo e agradeço ao Prof.
Marcos Luna do Núcleo Tecnológico do Agreste (NTA) de Bezerros (PE) pelo envio
do mesmo ao Blog.
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