INPE Alerta Para Aumento de Tempestades e Raios no Sudeste e Centro-Oeste

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada ontem (17/11) no site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está alertando para o aumento de tempestades e raios no Sudeste e Centro-Oeste.

Duda Falcão

INPE Alerta Para Aumento de Tempestades
e Raios no Sudeste e Centro-Oeste

Pesquisa do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais prevê incidência
maior desses fenômenos nas duas regiões no verão.
O motivo apontado é El Niño.

Por Ascom do MCTI
Publicação: 17/11/2015 | 19:03
Última modificação: 17/11/2015 | 19:03

Uma pesquisa inédita do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) alerta para o aumento na incidência de tempestades e raios na regiões Sudeste e Centro-Oeste durante o verão. De acordo com o documento divulgado nesta terça-feira (17), isso se deve ao fenômeno El Niño, que deve ser o terceiro mais forte desde 1950.

A previsão é de aumento de 20% na ocorrência de tempestades no Sudeste e de 10% no Centro-Oeste, em relação ao último verão. Por outro lado, nas regiões Norte e Nordeste, a previsão é de redução na ocorrência de tempestades de 10% e 15%, respectivamente.

"O novo estudo mostra que a região de transição muda para o norte, na altura de Brasília, no caso de fenômenos [El Niño] muito fortes, como o que estamos vivendo agora. Neste caso é possível prever os efeitos no Sudeste", explicou o coordenador do ELAT, Osmar Pinto Junior.

Segundo ele, o aumento da incidência de tempestades e raios durante o verão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste traz preocupação com o número de mortes. "Ao cruzarmos estes percentuais de previsão com a densidade populacional, somos levados a pensar que o número de mortes por raios no próximo verão pode aumentar se não alertarmos adequadamente a população sobre os efeitos do El Niño."

Os dados da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT) do último trimestre (agosto, setembro e outubro), já sob o efeito do El Niño, confirmam estas tendências. No Sudeste, nos últimos três meses, 480 mil descargas elétricas atingiram o solo, um aumento de 52% em relação ao mesmo período de 2014, quando 310 mil descargas foram registradas.

Outro estudo do INPE, lançado em outubro durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, mostra que as mortes por raios no Brasil diminuíram no período de 2000 a 2015, porém o perfil e a região das fatalidades foram modificados. A proporção de jovens vítimas menores de 24 anos saltou de 40% para 68% nos últimos 15 anos.

Proteção 

Com base nas informações coletadas sobre as circunstâncias de morte por raio mais comuns, o ELAT desenvolveu uma cartilha detalhada de proteção, cujas recomendações devem ser seguidas durante as tempestades. O informativo alerta que o melhor a fazer é sair das ruas e locais abertos no momento de uma chuva forte com raios e trovoadas.

A publicação recomenda que se evite usar telefones plugados em tomadas, orienta a manter-se afastado de canos, janelas e portas metálicas e a não tocar em equipamentos ligados à rede elétrica.

Caso esteja na rua, o melhor a fazer é procurar abrigo no interior de veículos, prédios e abrigos subterrâneos, como metros ou túneis. Não é recomendado segurar objetos metálicos como varas de pesca, tripés, tacos de golfe e cercas de arame, bem como empinar pipas ou conduzir aeromodelos com fios, andar a cavalo e ficar em contato com a água. Árvores, veículos sem cobertura, tendas e celeiros oferecem risco e devem ser evitados como abrigo contra as tempestades.

Saiba mais sobre o fenômeno e confira, abaixo, mitos e curiosidades selecionados pelo ELAT.

Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar?

A afirmação não é verdadeira. Uma prova disso é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que recebe ao menos seis descargas atmosféricas por ano. A origem desse mito está nos índios, que usam pedras atingidas por raios como amuletos, acreditando que estão protegidos contra os relâmpagos.

É perigoso ficar dentro do carro durante a chuva?

Na verdade, o veículo fechado é o local mais seguro contra raios – nunca ninguém morreu no Brasil atingido por raio dessa forma. Se o carro é atingido por um raio, a descarga elétrica se espalha por sua superfície metálica, sem atingir quem está dentro dele.

Espelho atrai raios?

O mito vem dos tempos em que os espelhos tinham molduras metálicas bem grossas – elas, sim, um atrativo para as descargas.

Qual é a diferença entre trovão, raio e relâmpago?

Relâmpago é toda descarga elétrica emitida por uma nuvem; raio é a descarga elétrica que toca o solo. Trovão é o som produzido pela descarga elétrica.

Existem raios que não partem das nuvens?

Sim, são os chamados raios ascendentes, que saem de estruturas altas (torres, prédios altos) em direção às nuvens. Correspondem a cerca de 1% dos raios. O Elat foi o pioneiro no registro deles no Brasil, observados em torres do Pico do Jaraguá, na cidade de São Paulo.

Os raios diferem entre as regiões?

Sim. No Brasil, os raios do Rio Grande do Sul tendem a ser mais fortes e destrutivos do que os que caem em outras partes do País.


Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

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