Alertas do DETER Estimam 957 km² de Corte Raso na Amazônia Durante Trimestre
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (30/11) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que Alertas do DETER estimam 957 km² de corte raso na Amazônia durante trimestre.
Duda Falcão
Alertas do DETER Estimam 957 km²
de
Corte Raso na Amazônia Durante Trimestre
Segunda-feira, 30 de Novembro de 2015
Durante os meses de agosto, setembro e outubro, os
alertas de alteração na cobertura florestal por corte raso ou degradação na
Amazônia somaram 1.535 km². Deste total, estima-se que 957 km² são de áreas de
desmatamento por corte raso e 507 km² correspondem à degradação florestal, além
de 71 km² de desmatamentos não confirmados, conforme registro do DETER, o
Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE).
As distribuições das áreas de Alertas nos Estados em cada
mês, bem como a respectiva cobertura de nuvens, são apresentadas na tabela a
seguir.
DETER(*) Ago (km²) | Nuvens Ago (%) | DETER(*) Set (Km²) | Nuvens Set (%) | DETER(*) Out (km²) | Nuvens Out (%) | |
Acre | 8,98 | 0 | 24,02 | 0 | 4,95 | 18 |
Amazonas | 79,48 | 8 | 116,67 | 2 | 43,64 | 17 |
Maranhão | 8,23 | 12 | 5,26 | 11 | 3,21 | 16 |
Mato Grosso | 137,64 | 0 | 95,66 | 0 | 104,94 | 0 |
Pará | 295,21 | 7 | 120,37 | 9 | 113,46 | 9 |
Rondônia | 107,89 | 0 | 82,55 | 0 | 96,99 | 0 |
Roraima | 6,28 | 28 | 59,69 | 4 | 4,75 | 4 |
Tocantins | 9,81 | 0 | 0 | 0 | 4,56 | 0 |
TOTAL | 653,52 | 8 | 504,22 | 5 | 376,50 | 9 |
(*) Soma das áreas de alerta de corte raso, degradação
florestal e falsos positivos.
Baseado
em dados de satélites de resolução moderada (250 m) – Terra/MODIS, o DETER é
uma ferramenta de suporte à fiscalização de desmatamento e demais alterações na
cobertura florestal ilegais, prioritariamente orientado para as necessidades do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA).
As
imagens são analisadas e em prazo de até cinco dias após a passagem do satélite
mapas de Alertas de alteração na cobertura florestal são enviados ao IBAMA. Os
alertas podem se referir indistintamente ao desmatamento propriamente dito,
quando há a remoção drástica da cobertura florestal por corte raso, e também a
eventos de degradação florestal, que podem ser exploração madeireira por corte
seletivo, preparação da área para o corte raso, localmente denominada brocagem,
ou cicatrizes de incêndio florestal.
Os
resultados do DETER devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a
cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. As áreas em rosa dos
mapas a seguir correspondem aos locais que estiveram encobertos no período. Nos
mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a localização dos Alertas emitidos
pelo DETER.
Mapa de alertas de agosto, mês em que a cobertura de
nuvens impediu a observação de 8% da Amazônia.
|
Mapa de alertas de setembro, mês em que a cobertura de
nuvens impediu a observação de 5% da Amazônia.
|
Mapa de alertas de outubro, mês em que a cobertura de
nuvens impediu a observação de 9% da Amazônia.
|
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para
outro e, também, da resolução dos satélites, o INPE não recomenda a comparação
entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER.
Estimativa de Corte Raso e
Degradação Florestal
Uma validação dos dados do DETER é realizada regularmente
pelo INPE desde 2008 e, como resultado, obtém-se uma estimativa amostral da
proporção de áreas de corte raso, de degradação florestal e de falsos
positivos. A validação dos dados do DETER tem como objetivo caracterizar
mensalmente os Alertas de Alteração na Cobertura Florestal na Amazônia. Para a
qualificação, faz-se uso de imagens provenientes do satélite Landsat (ou
similar), adquiridas em período equivalente as imagens MODIS utilizadas pelo
DETER.
A tabela a seguir detalha os resultados da validação no
trimestre para toda Amazônia Legal com o percentual de Corte raso, Degradação e
Falsos positivos.
No. pols (%) | Área avaliada Km2 (%) | Corte raso (%) | Degradação (%) | Falso positivo (%) | |
Agosto | 786 (69%) | 464 (71%) | 64 | 30 | 6 |
Setembro | 546 (67%) | 339 (66%) | 57 | 39 | 4 |
Outubro | 452 (69%) | 273 (73%) | 65 | 32 | 3 |
A tabela a seguir detalha as estimativas das áreas de
Corte raso, Degradação e Falsos positivos calculados a partir dos resultados da
validação do trimestre para toda Amazônia Legal.
Classe | Agosto (Km²) | Setembro (Km²) | Outubro (Km²) | Total (Km²) |
Corte Raso | 422 | 289 | 246 | 957 |
Degradação | 189 | 198 | 121 | 507 |
Falso positivo | 43 | 18 | 10 | 71 |
Soma | 654 | 504 | 377 | 1535 |
A fatoração da área de alerta em corte raso e em
degradação florestal atende a uma solicitação do IBAMA, ratificada por um
Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado em novembro de 2014 entre as duas
instituições. A fatoração poderá ser aplicada toda vez que houver dados de
satélites de alta resolução (20-30 m) disponíveis no mês em questão e com baixa
cobertura de nuvens em quantidade suficiente para cobrir ao menos 30% dos
eventos de alertas e 30% de sua área total.
Conforme o ACT firmado, a divulgação do DETER é referente
a um trimestre, realizada no fim do mês seguinte ao término do trimestre e,
além dos relatórios de dados (1) e de validação (2), o INPE divulga mapas da
distribuição espacial das ocorrências de alertas de cada mês deste trimestre
agregados em células de 50 km X 50 km (3) e o mapa com os polígonos de alertas
do trimestre anterior (4). O INPE também fornece uma interface gráfica para a
visualização dos dados do DETER e outras informações pertinentes sobre as
alterações da cobertura florestal na Amazônia (5).
Sistema DETER
Realizado pela Coordenação de Observação da Terra (OBT)
do INPE, o DETER é um serviço de alerta de desmatamento e degradação florestal
na Amazônia Legal baseado em dados de satélite de alta frequência de revisita.
O DETER utiliza imagens do sensor MODIS do satélite
Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar
polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os
desmatamentos são identificados devido à ocorrência de cobertura de nuvens.
Os alertas produzidos pelo DETER foram concebidos e são
produzidos para orientar a fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia. Os
mapas de alertas do DETER são enviados diariamente ao IBAMA com a localização
precisa de eventos de desmatamento e degradação florestal e um indicativo de
área que tem qualidade limitada pela resolução do satélite, que permite
representação acurada de área apenas para eventos de tamanho superior a 100 ha.
Por isso, o INPE não recomenda que os dados de área de
alertas do DETER sejam utilizados como indicativo do andamento da intensidade
de desmatamento. Para medir esta intensidade o INPE produz desde 1988 o mapa de
desmatamento feito com imagens de resolução de 20 a 30 m (Landsat, CCD/CBERS,
LISS3/ResourceSAT, DMC e SPOT). Deste mapa o INPE calcula a taxa de
desmatamento anual em km² medida pelo PRODES.
A menor resolução dos sensores usados pelo DETER é
compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma
ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre
novos desmatamentos.
Este sistema registra tanto áreas de corte raso, quando
os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas com
evidência de degradação decorrente de extração de madeira, preparação para
desmatamento (brocagem) ou incêndios florestais, que podem ser parte do
processo de desmatamento na região.
A cada divulgação sobre o sistema de alerta DETER, o INPE
apresenta ainda um relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios,
assim como demais dados relativos ao DETER, podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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