Governo Estuda Participação do Setor Privado no PEB

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (02/05) no site da “Agência Brasil” destacando que o governo estuda a participação do setor privado no “Programa Espacial Brasileiro”.

Duda Falcão

Pesquisa e Inovação

Governo Estuda Participação do Setor Privado
no Programa Espacial Brasileiro

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
02/05/2010 - 19:07

Rio de Janeiro – A inclusão do setor privado na execução do Programa Espacial Brasileiro está em análise pelo governo. Ainda na primeira quinzena do mês, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, encaminhará à Presidência da República documento com a avaliação do desempenho do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) e os desafios para os próximos anos.

A afirmação é do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, que esteve hoje (2) na Reunião Magna de 2011 da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

As decisões relativas ao PNAE deverão ser tomadas ainda neste semestre, segundo Raupp, visando à sua inclusão no Plano Plurianual (PPA). A última atualização do PNAE foi feita em 2004.

A avaliação da participação industrial será feita pela AEB e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) na próxima sexta-feira (6). A idéia é que participem do processo grandes empresas classificadas como integradoras, que seriam responsáveis pelo projeto contratado pelo governo e que poderiam subcontratar empresas menores para a fabricação de componentes e peças.

De acordo com o presidente da AEB, é preciso articular melhor os vários integrantes do sistema, que são a própria agência, como órgão de planejamento e coordenação; os órgãos executores (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE e Centro Técnico Aeroespacial – CTA) e as empresas contratadas para desenvolvimento de subsistemas dos programas espaciais ou de veículos lançadores.

Para melhorar o desempenho dos executores do PNAE e, em conseqüência, tirar o atraso que o Brasil sofre nessa área, Raupp destacou a necessidade de estimular o desenvolvimento da indústria para a produção dos componentes espaciais, devido ao alto valor agregado desses produtos em função da tecnologia embutida. “O desenvolvimento da indústria com capacidade de inovação, competitiva, é um dos objetivos da política [espacial]”, afirmou.

A ênfase à participação do setor privado não implicará, porém, em privatização do INPE ou do CTA, garantiu Raupp. O MCT e a AEB vão propor a expansão da atuação das empresas privadas no PNAE na construção de satélites e na prestação de serviços. Segundo Raupp, essa medida resolverá, em grande parte, a questão de alocação de recursos humanos para o programa, na medida em que o setor privado ficará responsável pela contratação de pessoas para operar os sistemas espaciais ou desenvolver novos sistemas.

Além disso, a entrada da indústria resolve uma questão de logística, que é o fato das instituições que executam o PNAE terem que “operar sob um marco legal inadequado”, que é a Lei das Licitações. “A Lei 8.666 não é lei para regulamentar o universo de atuação dessas entidades. Isso prejudica muito a capacidade de contratar serviços, de contratar obras de alta tecnologia”.

Outra variável que está sendo examinada são as demandas possíveis que se apresentam ao programa espacial. “O norte do Programa Espacial Brasileiro é resolver problemas da sociedade e a parte científica e tecnológica”. Segundo Raupp, estão sendo avaliados que programas de satélites são demandados por outros agentes do governo, como o Ministério da Defesa e o das Comunicações (devido ao Programa Nacional de Banda Larga).


Fonte: Site da Agência Brasil

Comentário: Notícia interessante que chega com pelos menos 45 anos de atraso, pois a falta de visão de diversos governos nos colocou nessa situação 50 anos após o lançamento do programa. A indústria brasileira já deveria está envolvida diretamente e efetivamente com o setor espacial desde a década de 60 do século passado e não agora 50 anos depois. Entretanto, já dizia o dito popular: "antes tarde do que nunca". Resta saber se essa iniciativa será realmente implantada ou é mais um jogo de cena político muito comum nos bastidores da obscura Brasília. Vamos aguardar os acontecimentos. Avante Rauppjet.

Comentários

  1. Proposta interessante , sobre a lei de licitações segundo um conhecido que trabalha no projetos do VLS-1 ,esse é o maior entrave , comprar um simples parafuso pode levar mais de um ano , mas também sabemos que essa lei evita muita falcatrua .Seria interessante por exemplo a Embraer participar dos projetos espaciais , ela recentemente adquiriu a Orbisat , acho que ela seria muito capaz de desenvolver tecnologias por exemplo para MAPSAR.

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  2. Realmente André, essa proposta é interessante e ajudaria muito, mas é apenas um dos entraves no dia-a-dia do PEB. Entretanto amigo isso já foi apontado há anos, ou seja, não é de agora que se fala nisso e nada foi feito. Mais recentemente era uma das bandeiras do ex-presidente da AEB Carlos Ganem. Quanto a EMBRAER entrar nesse setor, basta que o governo leve o PEB a sério com uma carteira de projetos contínuo, que naturalmente isso ocorrerá e o MAPSAR seria apenas a porta de entrada.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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