A 'Missão JUICE' da ESA Que Está Rumo a Júpiter, Comecou a Estudar do Espaço Profundo o "Objeto Interestelar 3I/ATLAS" a Partir de 02/11

Caros entusiastas da atividades espaciais!
 
No dia 1º de novembro, o portal IFLScience noticiou que a Missão JUICE (JUpiter ICy moons Explorer), da Agência Espacial Europeia (ESA), atualmente a caminho do Planeta Júpiter, começaria a estudar o Objeto interestelar 3I/ATLAS a partir de 02 de novembro. Embora a missão tenha como destino o gigante gasoso do nosso Sistema Solar, a sonda encontra-se, por coincidência, em uma posição ideal para observar esse corpo celeste vindo de além das estrelas, proporcionando uma oportunidade científica única de investigação do espaço interestelar.
 
Crédito da imagem: International Gemini Observatory / NOIRLab / NSF / AURA / Shadow the Scientist. Processamento de imagem: J. Miller & M. Rodriguez (International Gemini Observatory / NSF NOIRLab), T.A. Rector (University of Alaska Anchorage / NSF NOIRLab), M. Zamani (NSF NOIRLab) (CC BY 4.0)
O objeto 3I/ATLAS está deslumbrante!

De acordo com a matéria do portal, o objeto interestelar 3I/ATLAS está prestes a ser estudado não de um, mas de dois locais diferentes no espaço profundo. O objeto acabou de passar pelo periélio — o ponto mais próximo do Sol —, mas, infelizmente, encontra-se do lado oposto da nossa estrela. Nos últimos dias, voltou a se tornar visível, mas não pode ser estudado em detalhes a partir de observatórios na Terra ou em sua órbita, devido ao intenso brilho solar. É aí que entra a Missão JUICE.
 
A JUICE (JUpiter ICy moons Explorer), da Agência Espacial Europeia (ESA), é uma missão revolucionária destinada a estudar as luas geladas de Júpiter: Ganimedes, Calisto e Europa. Acredita-se que existam oceanos líquidos sob a superfície dessas luas, e a missão investigará suas propriedades, incluindo o potencial para a existência de vida. Ela também se tornará a primeira espaçonave a entrar em órbita de uma lua que não seja a da Terra — Ganimedes, a maior lua do Sistema Solar e a única que possui campo magnético.
 
Mas, para realizar tudo isso, a espaçonave está em uma trajetória lenta e econômica rumo a Júpiter — devendo chegar lá no início da década de 2030. Por enquanto, a sonda está apenas viajando pelo espaço profundo, o que a coloca numa posição privilegiada para observar o objeto 3I/ATLAS nesses dias emocionantes após o periélio.
 
“Toda essa campanha foi inesperada para todos!”, disse Olivier Witasse, Cientista de Projeto da ESA, ao IFLScience. “De fato, a JUICE está atualmente em fase de cruzeiro, durante a qual há restrições térmicas por estar relativamente próxima do Sol (comparado à fase científica em Júpiter). Portanto, nenhuma atividade de carga útil estava prevista neste momento. No entanto, dada a singularidade dessas observações, decidiu-se preparar esse planejamento adicional.”
 
 
A espaçonave observará o objeto duas vezes, embora nunca chegue muito perto. A passagem mais próxima ocorrerá em 4 de novembro, quando o cometa estará a 64 milhões de quilômetros (39,8 milhões de milhas) da JUICE — cerca de 0,428 unidades astronômicas (UA), sendo 1 UA a distância média entre a Terra e o Sol. Apesar da distância, a JUICE possui uma câmera e instrumentos prontos para estudar o objeto.
 
“A JUICE observará o 3I/ATLAS entre 2 e 25 de novembro. Usaremos cinco instrumentos: a câmera, o instrumento de imageamento no infravermelho próximo, o espectrômetro ultravioleta, o instrumento submilimétrico e um sensor para imagem de átomos neutros. Estamos longe (0,5 unidade astronômica), portanto, apenas sensoriamento remoto,” explicou Witasse.
 
Crédito da imagem: ESA
Algumas datas importantes estão chegando tanto para o objeto quanto para a JUICE.

Missões da ESA que não estão na Terra já observaram o objeto, como as sondas em órbita de Marte. Usar a JUICE é uma ótima oportunidade para estudá-lo no período de máxima atividade, embora levará algum tempo para coletar e transmitir todos os dados.
 
“Devido à posição da JUICE em relação à Terra, a taxa de transmissão de dados é muito baixa. Esperamos que os dados sejam baixados apenas em fevereiro de 2026, então será preciso um pouco de paciência,” explicou Witasse.
 
Enquanto aguardamos essas descobertas, mais observações virão. O objeto está agora se afastando do Sol, e a Terra está se movendo em sua direção — o que significa que teremos melhores chances de vê-lo daqui mesmo, do nosso quintal cósmico.
 
Brazilian Space
 
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