Defesa Articula Fundo Para Primeiro Míssil Brasileiro

Olá leitor!

Segue abaixo um artigo postado ontem (26/09) no site do jornal “Valor Econômico” destacando que o Ministério da Defesa articula fundo para finalizar o primeiro Míssil de Cruzeiro Brasileiro, bem como finalizar a o tal Acordo de Salvaguardas tecnológicas com os EUA, que é uma das ações em curso que beneficiarão tanto a Defesa como a Área Espacial brasileira.

Duda Falcão

BRASIL

Defesa Articula Fundo Para
Primeiro Míssil Brasileiro

Por Andrea Jubé
De Brasília
Valor Econômico
26/09/2018 às 05h00

Foto do Míssil Tático de Cruzeiro TCM-AV-300.

O governo espera ainda para este ano a resposta dos Estados Unidos para finalizar o acordo de salvaguarda tecnológica que viabilizará a exploração comercial da base de lançamento de Alcântara, no Maranhão. O empenho é para que o documento seja assinado na gestão do presidente Michel Temer, que deu novo fôlego ao programa aeroespacial. O Ministério da Defesa articula a criação de um fundo para financiar o programa, que contempla a fabricação do primeiro míssil de cruzeiro brasileiro.

"Esse acordo é decisivo para o programa aeroespacial. O Brasil tem que ter capacidade de sentar numa mesa de negociação, de ser ouvido, de ser convidado para tomar decisões de interesse mundial", diz o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna.

"A capacidade tecnológica gera dissuasão. É um seguro da nação: eu não compro para usar, mas, se precisar, eu tenho. Aspiramos a uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU [Nações Unidas], mas primeiro temos que ter um certificado de competência, como um míssil", completa.

O novo aceno do governo americano surge da última rodada de reuniões nos Estados Unidos com uma comitiva da Força Aérea Brasileira (FAB), na semana passada, quando os oficiais apresentaram as últimas reivindicações do Brasil para o desfecho do acordo. Os oficiais brasileiros foram informados pelo embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sérgio Amaral, de que o governo americano entende o momento político do Brasil e tem disposição de concluir o assunto até dezembro.

Ficou colocado nessa rodada que é "inaceitável" a manutenção de pontos do acordo celebrado em 2001, rejeitado pelo Congresso Nacional, relata o brigadeiro Luiz Fernando Aguiar, presidente da comissão de implantação de sistemas espaciais. "O novo acordo é bastante benéfico para ambas as partes, será mais equilibrado que o de 2001".

Silva e Luna acrescenta que o dispositivo que impedia o Brasil de investir recursos auferidos com o aluguel dos sítios de lançamento de Alcântara no programa espacial "foi superado". "Não há perda de soberania", afirma.

Sem esse documento, o programa espacial estaciona: o Brasil não pode lançar satélites porque em todos esses artefatos há tecnologia americana embarcada. Isso compromete não só os planos de exploração de Alcântara, bem como outros projetos, como o desenvolvimento de satélites e o veículo lançador.

"O mundo gasta mais de US$ 300 bilhões por ano [nessa área]. Ou o mundo está errado, ou nós estamos: temos 8,5 milhões de quilômetros e mais 10 milhões de [oceano] Atlântico para tomarmos conta", ressalta o comandante da FAB, brigadeiro Nivaldo Rossato.

A força reivindicou R$ 1 bilhão para investir no programa, mas os repasses não ultrapassaram R$ 100 milhões nos últimos 20 anos. Por isso, viabilizar o uso de Alcântara também significa quintuplicar o orçamento. A FAB calcula que será possível fazer de 10 a 15 lançamentos por ano ao custo de R$ 50 milhões cada, auferindo pelo menos R$ 500 milhões a mais. A Argentina, por exemplo, investe US$ 1,2 bilhão anuais no setor.

Em outra frente, Silva e Luna começou a discutir com o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, a criação de um fundo permanente de financiamento do programa. Outra proposta é a criação de uma empresa que possa receber recursos externos.

Para o comandante da FAB, outro obstáculo era a falta de governança. Ele cita uma licitação feita pela FAB no ano passado para o fornecimento de imagens óticas, que atenderão diversos órgãos públicos. Antes desse contrato, cada um tinha o seu, como Ibama e Embrapa. Com isso, o mesmo fornecedor entregava a mesma imagem a diferentes órgãos, e recebia de todos eles.

A despeito dos empecilhos, o programa avança. O primeiro míssil brasileiro de cruzeiro, o MTC-300, tem 300 km de alcance e precisão na escala de 50 metros. Desenvolvido pela AVIBRAS - empresa brasileira sediada em São José dos Campos (SP), com 57 anos de atuação na área de defesa -, está na fase final de testes. As primeiras entregas estão previstas para 2021.

A mesma AVIBRAS fabrica os motores foguetes S-50 do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1), desenvolvido no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), ligado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Ele vai lançar cargas úteis especiais ou microssatélites (até 150 kg) em órbitas equatoriais e polares. A meta é lançá-lo de Alcântara em 2021.

No DCTA o desafio é dominar todas as fases de criação de um satélite, para monitoramento de fronteiras, sinal de banda larga e planejamento agrícola. No ano que vem, o governo vai divulgar os requisitos de refinamento do primeiro satélite óptico, que a Defesa desenvolve em parceria com a Embrapa. Assim como o geoestacionário, lançado no ano passado, não será fabricado no Brasil, mas também será controlado no país.


Fonte: Jornal Valor Econômico - 26/09/2018

Comentário: Bom leitor, quanto esta notícia do míssil brasileiro eu não sou um belicista, muito pelo contrario, porém enquanto muitos irão vibrar com esta notícia, de minha parte fico muito triste, pois tenho de reconhecer que devido ao mundo atual em que vivemos, este cheio de ameaças, é um mal necessário, além desta iniciativa valer como moeda numa mesa de negociação, afinal neste planeta só se ouve quem tem este tipo de força. Quanto ao resto, não há como negar que nunca houve tanta mobilização em prol do PEB desde a chegada destes desgovernos populistas de merda, pelo menos para mídia divulgar. No entanto leitor toda esta mobilização será verdadeira? Os caminhos supostamente adotados serão os corretos? O próximo governo terá realmente competência e compromisso em segui-los? Enfim... parte da Comunidade Espacial que realmente se preocupa com o programa e não com o seu próprio umbigo não concordam com alguns pontos do que esta acontecendo. Vamos aguardar os acontecimentos.

Comentários

  1. A construção de um míssil de longo alcance não é uma novidade, pois já estava previsto no Decreto Presidencial n.º 6.703, de 18 de dezembro de 2008, que acho, todo brasileiro deveria ler, para se inteirar do que pensava o Governo petista sobre o tema. A terceira diretriz da Estratégia Nacional de Defesa diz respeito à integração das atividades espaciais nas operações da Força Aérea. "O monitoramento espacial será parte integral e condição indispensável do cumprimento das tarefas estratégicas que orientarão a Força Aérea: vigilância múltipla e cumulativa, superioridade aérea local e fogo focado no contexto de operações conjuntas. O desenvolvimento da tecnologia de veículos lançadores servirá como instrumento amplo, não só para apoiar os programas espaciais, mas também para desenvolver tecnologia nacional de projeto e de fabricação de mísseis", diz a Terceira Diretriz.

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  2. Por que o comentário que fiz não foi publicado? Algo contra?

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    1. Olá Bernardino!

      Acontece amigo que eu tive problemas com os comentários do Blog e só resolvi hoje. Aos poucos os que eu encontrar eu irei publicarei, tá ok?.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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