Brasil Quer Arrecadar R$ 140 Milhões ao Ano Com “Aluguel” do CLA
Olá leitor!
Uma matéria foi publicada na edição de ontem (18/09) do O
jornal “O Estado do Maranhão” de São Luís, destacando que o Brasil quer
arrecadar R$140 milhões ao ano com “aluguel” do CLA.
Duda Falcão
GERAL
Brasil Quer Arrecadar R$140mi
ao Ano Com “Aluguel” do CLA
Montante é cinco vezes o valor médio anual investido pela
União no programa
espacial na última década; o país poderá participar do
restrito mercado mundial
espacial, que movimenta atualmente cerca de US$ 330
bilhões ao ano
O Estado do Maranhão
18/09/2018
Foto: Divulgação
A nova plataforma da base de Alcântara, no Maranhão,
poderá ser disponibilizada para países que dominam a
operação de lançamento de
satélites.
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ALCÂNTARA - Cento e quarenta milhões é quanto a Força
Aérea Brasileira espera faturar com o “aluguel” do Centro de Lançamento de Alcântara(CLA),no Maranhão,
com empresas de países que têm tradição de satélites, como Estados Unidos,
Rússia e China. Esse montante é cinco vezes o valor médio anual investido pela
União no programa espacial nos últimos 10 anos, segundo a FAB.
O plano prevê a criação de uma empresa pública, a Alada,
a um custo inicial de R$ 1 milhão, vinculada ao Ministério da Defesa, que teria
agilidade para fechar contratos com estrangeiros, arrecadar as taxas e reinvestir
o valor no programa espacial, reduzindo a burocracia e evitando
a lei de licitações.
A FAB rejeita a expressão “aluguel” para o sistema
proposto, e compara o CLA a um aeroporto, no qual as companhias aéreas pagam pelo
direito de operar. “Nós vamos ceder ou entregar um pedaço de Alcântara aos
Estados Unidos? Nós vamos [deixar] fincar uma bandeira aqui e vamos embora?
Nada disso”, diz o major brigadeiro Luiz Fernando de Aguiar, presidente da Comissão
de Coordenação de Implantação de Sistemas Espaciais. Em 2001, o governo Fernando
Henrique Cardoso tentou fechar com os EUA um acordo semelhante.
“O acordo de 2001 era muito desigual, desequilibrado em termos
de nação brasileira. Ele era muito, digamos assim, americanizado, e pouco abrasileirado”,
reconheceu Aguiar, citando que o antigo acerto “previa área exclusiva para
operação dos EUA, entrada de material sem verificação por parte da Receita
[Federal]”. Esses pontos foram modificados, segundo o militar, para que o acordo
se torne “mais palatável” e possa ser aprovado pelo Congresso. A íntegra da minuta
do acordo ainda não é conhecida.
O acordo, diz Aguiar, terá o efeito em cascata de permitir
outros acertos bilaterais, pois muitas empresas da Europa usam equipamentos e peças
americanos. Para ele, o Brasil poderia assim participar do mercado mundial espacial,
que movimenta cerca de US$ 330 bilhões ao ano. A
Ideia é seguir os passos do centro espacial europeu
Kourou, na Guiana Francesa, que também comercializa bases de lançamento.
Uma Mina de Ouro
Para Aguiar, o CLA é uma mina de ouro, tendo como
principal atrativo a sua localização. Como a estação é próxima da linha do
Equador, o foguete que carrega o satélite poderia economizar até 30% de
combustível, permitindo que leve mais cargas, como outros satélites. A FAB acredita
que a futura empresa poderia negociar posições até com a empresa americana
SpaceX, que planeja lançar mais de 900 satélites nos próximos anos.
Os militares, porém, afirmam querer ocupar todos os 20
mil hectares do complexo. O centro foi inaugurado em 1983, nos últimos anos da
ditadura militar. Uma das consequências foi a transferências de centenas de
pescadores e quilombolas para longe da faixa litorânea, por razões de
segurança. Para ocupar os 20 mil hectares e criar os novos locais de
lançamento, a FAB estima que terá de remover mais de 2.000 pessoas.
Lançamento de Foguete
Quinze anos após a explosão que vitimou 21 pessoas, o CLA
está preparado para uma nova tentativa de lançar um foguete. A previsão é de
que isso aconteça em 2021.
“Depois de 15 anos do acidente nós podemos dizer que
novamente estamos em condições seguras de operar novos foguetes. Em 2003 nós tivemos
um acidente significativo aqui, perdemos vidas e toda a torre de lançamento foi
remodelada, colocada no sistema de segurança previsto mundialmente”, disse Luiz
Fernando de Aguiar.
Desde 2009 foram investidos mais de R$ 120 milhões na
reconstrução da nova Torre Móvel de Integração, plataforma que será utilizada para
lançar o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) em 2021. Totalmente automatizada,
a plataforma também recebeu uma torre de fuga e evasão equipada com sistemas de
monitoramento de temperatura e fumaça.
O Centro é
considerado uma
mina de ouro
O CLA está
preparado para
lançar foguetes
Está previsto para o ano que vem um teste preparatório
para o lançamento do próximo foguete orbital. Chamado de VS 50, o lançamento fará
o teste de um dos motores do VLM.
“Esse primeiro já seria um demonstrador de conceito a
partir do qual já viria o Aquila I, que é o derivado dele, e já teríamos uma
carga útil para ser lançada. A torre está pronta, só precisamos fazer pequenas adaptações.
Ela vai ser integralmente utilizada para o VLM”, explicou o coronel Luciano
Valentim, diretor do centro.
Em janeiro de 2016 foram entregues as obras do Prédio de
Segurança do Setor de Preparação e Lançamento, que reúne todos os profissionais
envolvidos em operações de lançamento em uma única área segura, e permite o controle
de acesso às áreas de risco.
“O risco de acidentes nós trabalhamos sempre para
minimizar, para Ter próximo do risco zero. É uma atividade de risco, sem dúvida
nenhuma. Mas da forma como nós trabalhamos aqui é para que se minimize qualquer
tipo de acidente”, disse o coronel Valentim.
A explosão na área de lançamento principal do centro
ocorreu em 2003 na terceira tentativa de colocar em órbita um Veículo Lançador de
Satélites (VLS). As duas tentativas anteriores, em 1997 e 1999, também não
tiveram sucesso. Na primeira, um dos propulsores do foguete falhou e ele saiu
da trajetória. A pane começou depois que ele saiu do chão, o computador de
bordo percebeu o desvio e destruiu o foguete. Na segunda os propulsores funcionaram,
mas tiveram problemas quando já subindo. Em 2003, o foguete não chegou a subir,
explodiu em solo matando 21 técnicos brasileiros.
Manutenção
Enquanto não realiza um novo lançamento de foguete orbital,
o centro mantém sua atividade com o lançamento de foguetes suborbitais produzidos
no Brasil com experimentos para institutos de pesquisa ou universidades, pelo menos
uma vez ao ano. Quando não há essa demanda, o centro lança foguetes de
treinamento básico e intermediário para manter a operacionalidade das equipes.
O Centro de Lançamentos de Alcântara tem em torno de 900
militares e servidores civis que atuam nas áreas de lançamento e no apoio e suporte
às atividades que envolvem as operações realizadas como administração,
logística, saúde e segurança. Cerca de 140 profissionais entre militares e
civis atuam na área operacional do centro diretamente em operações com veículos
de menor porte.
Desde 2009 foram realizadas quatro operações em
atendimento ao Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).
Ao todo, 490 veículos foram lançados pelo Centro em um
total de 101 operações de lançamentos até hoje. Estima-se uma economia em até 30%
de combustível dos veículos lançados no Centro em comparação com outros centros
de lançamento, devido à proximidade com a Linha do Equador.
MAIS
Criado em 1983
Subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia
Aeroespacial (DCTA), o Centro de Lançamento de Alcântara foi criado em 1983
para atender às atividades de lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais e
de coleta e processamento de dados de suas cargas úteis assim como a execução
de testes e experimentos de interesse do Comando da Aeronáutica, relacionados
com a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE).
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão – 18/09/2018 – Pág. 03
Comentário: Bom leitor, tá ai a matéria do jornal do Maranhão
e nós agradecemos ao nosso leitor maranhense Edvaldo Coqueiro pelo envio desta
matéria.
A SpaceX esta tão interessada em Alcântara que sequer mandou representante no dia que as autoridades brasileiras apresentaram a base para possíveis empresas interessadas, depois soltou um nota de esclarecimento para CNBC negando que queira lançar foguetes de Alcântara
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