Os Interesses dos EUA na Base de Alcântara: “Baratear Lançamentos na Selva Brasileira
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada dia (17/09) no site do jornal “O Imparcial” de São Luís (MA), destacando que
segundo a imprensa internacional a chave para baratear os lançamentos de
foguetes americanos talvez esteja na selva brasileira.
Duda Falcão
POLÍTICA
Os Interesses dos
EUA na Base de Alcântara:
“Baratear Lançamentos na Selva Brasileira
Imprensa
internacional repercutiu a situação do CLA
sob à ótica dos
interesses norte-americanos
Por Juliana
Ribeiro
O Imparcial
17/09/2018
“A chave para
baratear os lançamentos de foguetes americanos talvez esteja na selva
brasileira”: assim a imprensa internacional repercute a situação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA),
no Maranhão, que há mais de 20 anos tem sido visto como uma vantajosa fatia
de bolo do mercado espacial por sua localização privilegiada, a dois graus
da Linha do Equador – o que geraria uma economia de até 20% de combustível, se
comparado a lançamentos feitos na Florida (EUA).
Para o site
americano especializado em negócios CNBC, o Base de Alcântara
tem sido sub-utilizado desde agosto de 2003, quando um
foguete explodiu, vitimando 21 pessoas. Quando era ministro da defesa, ainda em
2018, Raul Julgmann disse a sites estrangeiros que o Brasil “levaria anos para
colocar o serviço em ordem”, e que a expectativa era de que apenas em 2020 Alcântara
estivesse apto para lançar novos foguetes
No entanto,
segundo informado na última sexta-feira (15), pelo Major-brigadeiro do Ar Luiz
Fernando Aguiar, o local já está pronto para fazer novos
acordos comerciais e lançar veículos de maior porte.
Atualmente, apenas foguetes de treinamento estão sendo lançados.
Foto: Juliana Ribeiro
/ O Imparcial
Em fevereiro
deste ano, Raul Jungmann informou à agência internacional Reuters que
empresas como Boeing, Lockhead Martin, e outras norte-americanas de
menor porte como a Vector Space Systems expressaram interesse em lançar
foguetes em Alcântara, e chegaram a visitar o Centro de Lançamento em dezembro
de 2017.
Em março, a
agência voltou a explorar o assunto, revelando que representantes dos governos
brasileiro e norte-americano fizeram uma
conferência oficial para tratar das negociações relacionadas ao CLA.
De acordo com o
jornal The New York Times, um porta-voz de Trump disse que o governo
estadunidense “está encorajado pelo fato de que representantes brasileiros
estejam expressando interesse em trabalhar mais próximo aos EUA no setor
espacial”. O diário estadunidense também indicou que o Acordo de Salvaguarda
Tecnológica previamente proposto “enfrentou resistência do governo
esquerdista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi frustrado pelo
legislativo brasileiro“. E segundo a agência de notícias Reuters,
“é esperado que o novo acordo passe facilmente em
um Congresso mais conservador“.
À The Rio
Times, o atual ministro da Defesa Joaquim Silva e Luna defendeu como
legítimas as preocupações dos norte-americanos em guardar seus segredos de
negócio. “Se você não tem um acordo que garanta a
propriedade intelectual dos foguetes e satélites que serão lançados, nada
poderia ser lançado, porque a maioria deles carrega tecnologia americana”, disse,
adicionando que “Brasil e EUA discutem como exercer essa defesa sem violar a
soberania nacional“.
Soberania
Em agosto deste
ano, Silva e Luna se reuniu com o secretário
de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, e na
ocasião informou à Agência Brasil que “os americanos estão mexendo na
proposta para viabilizar um acordo ainda este ano”, e que o secretário
norte-americano “se comprometeu, no mais curto prazo, a ajustar os detalhes
para que o acordo fique conforme nossos interesses”. Alguns dos pontos
questionados pelo Congresso brasileiro na época em que o tratado foi negado,
foram os fatos de que as cargas americanas não poderiam ser inspecionadas,
e que os EUA teriam aval para impedir que outros países utilizassem os
serviços do CLA.
O presidente da
Comissão de Coordenação de Implantação de Sistemas Espaciais, Major-Brigadeiro
do Ar Luiz Fernando Aguiar, disse que o Acordo de Salvaguarda Tecnológica não prejudica a soberania do país.
“A proposta de comercialização do Centro prevê que nós disponibilizaremos a infraestrutura
para empresas civis de países diversos, inclusive das nossas empresas, possam
utilizar a nossa infraestrutura, e terminado o acordo retornar. Não é uma
cessão permanente de uso para país A ou B, não perdemos soberania, mas vamos
alavancar o Centro para que ele traga retorno financeiro para o país”,
informou. Ainda de acordo com o oficial, a expectativa mínima é que o CLA gere
R$ 140 milhões por ano apenas com taxas de lançamento.
Fonte: Site do jornal
“O Imparcial” - 17/09/2018
Comentário:
Bom leitor como disse o problema não é o Acordo em si, pois ele é necessário se
quisermos atuar comercialmente devido ao controle americano do mercado, e é praxe,
ou seja, os EUA têm esse acordo com diversos países do mundo (inclusive com a
Rússia). Se houver qualquer problema ele estará na formulação do Acordo, ou
seja, na competência dos negociadores brasileiros em formalizar um acordo que
seja benéfico ao país. Outro problema muito importante que não só diz respeito
aos americanos, mais principalmente a eles, está na questão da inteligência.
Com a autorização da circulação de americanos e de outros supostos
pesquisadores de outras nações dentro do CLA e nas cercanias deste centro, o
risco da atuação de agentes estrangeiros na região aumentará substancialmente e
exigirá do governo brasileiro um trabalho de contra-inteligência jamais realizado
no país. Entretanto é preciso dizer leitor que, se estamos na chuva é pra se
molhar, ou seja, faz parte, este combate de contra-inteligência bem como de inteligência
é parte deste negocio, e se quisermos ter sucesso, teremos de realiza-lo com competência. Aproveitamos para agradecer ao nosso leitor maranhense Edvaldo Coqueiro pelo envio desta matéria.
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