PGR Recomenda Manter Suspenso Contrato da Telebras com VIASAT
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (08/05) no site
“TELETIME” destacando que a Procuradora-Geral da República, a Sra. Raquel Dodge,
recomendou manter suspenso o contrato do SGDC da Telebras com empresa americana VIASAT.
Duda Falcão
SGDC
PGR Recomenda Manter Suspenso
Contrato da Telebras com VIASAT
Por BRUNO DO AMARAL
bruno@teletime.com.br
Terça-feira, 08 de maio de 2018 - 19h46
Atualizada às 21h15
A parceria da Telebras e da VIASAT sofreu mais um revés.
Em parecer
encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 8, a
Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, defende a manutenção da suspensão do contrato das empresas para a exploração
da capacidade comercial do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação
(SGDC), decorrente da liminar conseguida pela Via Direta, na Justiça do
Amazonas. Na manifestação dela, a alegação de possíveis prejuízos aos programas de
universalização do governo não são suficientes para manter o acordo. E
destaca que a cláusula de comercialização de 100% da capacidade em banda Ka do
satélite é ilegal por se caracterizar como condição diferente da ofertada no
leilão fracassado de 2017.
Dodge afirma também que, após o fracasso do leilão do
SGDC em 2017, a Telebras "não adotou qualquer das determinações legais:
não demonstrou a impossibilidade de repetição da seleção e tampouco manteve as
condições estabelecidas no leilão anterior para a contratação direta". Em
vez disso, ressalta, a empresa preferiu celebrar contrato direto com a VIASAT
para celebrar exploração de 100% da capacidade em banda Ka do satélite.
Mesmo com regras mantidas sob sigilo, ela entende que
essa condição permitindo a exploração da totalidade de capacidade já é
"suficiente para se entender descumprido o referido art. 29-III da Lei
13.303/2016", a Lei das Estatais, porque o edital original previa o leilão
em lotes, de forma setorizada. A procuradora-geral diz que isso causa
"perplexidade e gera dúvidas acerca de possíveis privilégios ao
particular, tratamento desigual entre os interessados e prejuízo ao
erário". Afirma ainda que causa o esvaziamento da função da estatal como
responsável pela operação do satélite, "sem qualquer reserva de exclusividade
que garanta a implementação dos objetivos do Programa Nacional de Banda Larga –
PNBL".
O parecer esclarece
que essa reserva mínima não apenas asseguraria a universalização da conexão,
mas também segurança das informações governamentais. No entendimento da
magistrada, o acordo subverte o conceito de soberania nacional ao dar 100% dos
dados operacionalizados à VIASAT, incluindo demandas da administração pública.
Até por não se saber detalhes do contrato ou de obrigações da empresa
norte-americana com os Estados Unidos. "E não se está falando, in
casu, de segurança no âmbito das comunicações militares ou de defesa
nacional e, portanto, de dados relacionados à Banda X do satélite
brasileiro."
Raquel Dodge também justifica a suspensão imediata dos
serviços, afirmando que a tutela antecipada pedida pela Telebras e pela VIASAT
para o uso do SGDC poderia ser estendida por toda a execução do prazo previsto
em contrato até que uma decisão final fosse tomada pela Justiça. "Diante
de todo o exposto, óbices ou atrasos nas ações referentes aos programas de
acesso à Internet desenvolvidos pela União não constituem fundamento suficiente
para o acolhimento da suspensão", diz ela no parecer. Mesmo que a decisão
traga impacto negativo na execução imediata de políticas públicas,
afirma, há a necessidade de se preservar o bem maior, "como a lisura da
ação administrativa, o patrimônio público e a defesa da soberania
nacional".
Em resposta, a Telebras enviou posicionamento no qual diz
que vai recorrer, e assegura haver lisura no processo. Confira na íntegra:
Em relação ao parecer da Procuradoria-Geral da
República, disponibilizado nesta terça-feira (8), a Telebras informa que
solicitará nova oportunidade junto às instâncias do Judiciário para esclarecer
a lisura do processo de parceria com a VIASAT e oferecer todas as informações
sobre o contrato ao Poder Judiciário. Ciente das suas responsabilidades, a
Telebras confia na atuação da Justiça a fim de manter a implementação dos
objetivos do Programa Nacional de Banda Larga.
Fonte: Site TELETIME - http://www.teletime.com.br/
Comentário: Pois é leitor, me valendo de uma expressão
usada no interior da Bahia, eu diria que esta novela é ainda ‘pra mais de metro’,
rsrsrsrs. Afinal todo esse imbróglio foi motivado por questões não tão nobres e
conduzido (inicialmente pelos 'Petralhas' e depois pelos seus associados) de
forma incompetente. É aquela coisa, tudo que começa errado só pode terminar
errado.
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