Telebrás Diz Que Não Vai Desistir de Contrato Com VIASAT Para Explorar Satélite SGDC-1
Olá
leitor!
Segue abaixo
uma reportagem publicada dia (14/05) no site do jornal “O Estado de São Paulo” destacando que segundo o presidente da Telebrás a empresa não irá desistir de
contrato com VIASAT para explorar satélite SGDC-1.
Duda
Falcão
ECONOMIA
& NEGÓCIOS
Telebrás
Diz Que Não Vai Desistir de
Contrato Com VIASAT Para Explorar Satélite
Presidente
da estatal, Jarbas Valente, afirmou que Telebrás não vai desistir de
derrubar
as decisões judiciais que questionam parceria firmada com
empresa
norte-americana VIASAT para explorar o satélite brasileiro
Por Anne
Warth,
O Estado
de S.Paulo
14 Maio
2018 | 19h21
BRASÍLIA- O presidente da Telebras, Jarbas Valente, disse que a empresa não vai desistir de
derrubar as decisões judiciais que questionam a parceria firmada com a empresa
norte-americana VIASAT para explorar o satélite brasileiro. O contrato está
suspenso por uma liminar dada pela Justiça do Amazonas, a pedido da Via Direta
Telecomunicações e Internet, e pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF-1), a pedido do Sindicato Nacional de Empresas de Telecomunicações por
Satélite (SINDISAT). Uma outra ação, ingressada pelo Sindicato Nacional das
Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SINDITELEBRASIL) na
Justiça Federal no Distrito Federal contra a Telebras e a União, teve o pedido
de liminar negado nesta semana.
"Não posso dizer que essas ações nos surpreendem. Já
esperávamos isso das empresas do setor. Elas usam todos os artifícios que
podem, mas não vamos desistir, pois fizemos tudo dentro do devido processo
legal, com supervisão do Tribunal de Contas da União", disse Valente, ao
Broadcast. As empresas de telecomunicações do País acusam a Telebras de quebra
de isonomia de mercado e concorrência, ao contratar a VIASAT para prestar
serviços de internet. A Telebras afirma que, sem uso, o satélite gera perda
diária de R$ 800 mil. O caso já chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Foto: André Dusek/Estadão
Empresas
de telecomunicações acusam Telebrás
de quebra de isonomia de mercado e
concorrência
ao contratar a VIASAT de forma direta para
prestar serviços
de internet.
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O satélite brasileiro foi lançado em órbita há um ano, no dia 4 de
maio, com investimentos de R$ 2,8 bilhões. Ele tem duas bandas: uma é de uso
exclusivo militar, já em utilização; outra de uso civil, para internet
satelital. Ele está em funcionamento desde janeiro, mas é preciso construir
antenas e infraestrutura em terra para que seja possível fornecer sinal a
milhares de localidades no País, como escolas, entes públicos e também clientes
comerciais.
A contratação da VIASAT foi feita após um chamamento público feito
pela Telebras, que não teve interessados. Em seguida, a companhia utilizou a
modalidade de "contrato associativo", previsto na nova Lei das
Estatais, que permitiu ceder uma parte da capacidade do satélite para a VIASAT.
"Pelo contrato, é como se estivéssemos alugando a estrutura
do satélite para a VIASAT, mas o controle permanece com a Telebras",
comparou Valente. O executivo disse que a companhia vai apresentar esses
argumentos à Procuradoria-Geral da República (PGR), que, nesta semana, opinou
pela manutenção da liminar citando o argumento de defesa da soberania nacional,
além da preservação da lisura da ação administrativa e do patrimônio público.
Outro ponto questionado pelo SINDITELEBRASIL é o fato de o governo
ter decidido não renovar o contrato do programa GESAC (Governo Eletrônico -
Serviço de Atendimento ao Cidadão), que tem como objetivo levar internet a
localidades remotas. O serviço é prestado por um consórcio entre Embratel e Oi,
mas o contrato vence em junho, e o governo decidiu repassá-lo à Telebras. A
companhia pretende prestar o serviço por meio do satélite, em parceria com a VIASAT.
Para dispensar a licitação, o governo alegou que o satélite da Telebras é o que
possui a maior capacidade para o serviço e o único capaz de prover cobertura em
todo o território nacional.
O secretário de Telecomunicações do
Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações (MCTIC), André
Borges, disse que o governo não pretende renovar o contrato com as teles.
"Nossa intenção e confiança é de que o contrato será atendido pela
Telebras. A prorrogação seria a última alternativa, apenas para manter a
continuidade do sinal em regiões que dependem dele", afirmou. "E a
prorrogação, se ocorrer, seria por um prazo muito breve. Não tem como continuar
com a situação atual."
De acordo com Borges, a internet
fornecida pelo consórcio de teles tem velocidade dez vezes menor que a prevista
pela Telebras, mas o custo é três vezes maior. Segundo apurou o Broadcast, para
fornecer internet com velocidade de 1 megabit por segundo (Mbps) em cerca de 20
mil pontos, as teles cobram cerca de R$ 600,00 por MBps. Já o contrato com a
Telebras e a VIASAT, com velocidade de 10 Mbps em 13 mil pontos, cobra R$ 70,00
por Mbps.
O diretor jurídico do SINDITELEBRASIL, José Américo, disse que a
entidade vai recorrer da decisão que indeferiu a liminar. Sobre o contrato
firmado com as teles, ele disse não ser possível fazer essa comparação e voltou
a cobrar transparência no contrato firmado entre Telebras e VIASAT. "Se há
convicção de que é possível atingir um preço mais baixo do que o cobrado pelas
teles, por que não fazem uma licitação?", questionou. "Se mudaram as
condições propostas inicialmente no chamamento público, teriam que fazer uma
outra disputa, com essas novas condições. Só então será possível afirmar que
essa é a melhor opção", disse Américo.
O SINDISAT (Sindicato Nacional de Empresas de Telecomunicações por
Satélite) também entrou na Justiça Federal em Manaus para suspender o contrato.
A entidade informou que as críticas da Telebras às ações judiciais têm o
objetivo de "desviar o foco da discussão, que se resume à existência de
fortes indícios de ilegalidade na contratação". "O que o SINDISAT
pleiteia é transparência e um modelo de condições iguais para todos, em sintonia
com as transformações que se pretende para termos um Brasil cada vez melhor."
Fonte:
Site do Jornal O Estado de São Paulo
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