Alunos de Engenharia Aeroespacial da UFMG Se Destacam no Ciência Sem Fronteiras
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria um pouco antiga, é verdade, mas bastante
interessante que foi postada dia (11/04) no site “em.com.br”, destacando que Alunos
de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão
se destacando no “Programa Ciência Sem Fronteiras” do governo.
Duda Falcão
Alunos de Engenharia Aeroespacial da UFMG
Se Destacam no
Ciência Sem Fronteiras
Estudantes lideram a participação em intercâmbios na
área,
à frente de outros centros de referência
Márcia Maria Cruz e Landercy Hemerson
Postado em 11/04/2015 - 06:00
Atualizado em 11/04/2015 -
07:21
Fotos: em.com.br
Rodrigo Amorim Torres e Julliardy Matoso: experiências
nos Estados
Unidos e na Hungria deram base para criar empresa de monitoramento
aéreo.
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Se o inventor mineiro Alberto Santos Dumont conquistou o mundo ao fazer
o primeiro voo em seu 14 Bis, conterrâneos seus têm ido aos quatro cantos do
planeta levando o mesmo sonho de desafiar a gravidade. Alunos do curso de
engenharia aeroespacial da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) são
destaque do programa Ciência sem Fronteiras: dos 373 intercâmbios da área
aeroespacial, 71 são de estudantes da instituição mineira, superando outras
universidades de referência, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
com 37. Da primeira turma, que ingressou no curso criado em 2009, 90% tiveram
experiência no exterior.
Os voos podem ir mais longe. Sem recursos para o desenvolvimento de
grandes projetos aeroespaciais, a Agência Espacial Brasileira (AEB) tem
identificado vagas disponíveis em diversas instituições do exterior, que possam
qualificar os universitários por meio do Ciências sem Fronteiras. Entre as
instituições internacionais selecionadas pela agência brasileira para receber
estudantes estão ASI/Itália, CNES/França, CSA/Canadá, DLR/Alemanha, JAXA/Japão,
NASA/EUA, ROSCOMOS/Rússia e NSAU/Ucrânia. Entre os participantes, um dos
destaques é o estudante Mateus de Oliveira, de 22 anos, que participa de
projeto desenvolvido pela Saint Louis University, nos Estados Unidos,
patrocinado pela NASA.
Os amigos Julliardy Matoso e Rodrigo Amorim Torres, ambos de 23, fazem
parte do grupo que estudou em universidades no exterior. No nono período,
Julliardy atrasou um pouco sua graduação para passar um ano e três meses na
Universidade Budapest Tecnology, em Budapeste, na Hungria. Como uma das
experiências mais importantes em sua formação, o período no exterior
possibilitou contato com que é produzido na Europa. “É uma experiência
profissional e pessoal inigualável. Pude ver como funcionam as coisas em outra
universidade e também fiz estágio”, disse. Ao retornar ao Brasil, o jovem
resolveu dar asas ao seu lado empreendedor. Juntamente com Rodrigo, criou a
Advantage, empresa de monitoramento aéreo. Atualmente, a iniciativa está na
incubadora do Centro de Estudos Aeroespaciais (CEA) da UFMG.
Rodrigo escolheu a Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, no Arizona,
nos Estados Unidos. Foi em meados de 2012 e voltou um ano depois. “Foi uma
experiência única. Foi bom para vermos métodos de ensino, culturas diferentes”,
disse. Mas engana-se quem pensa que o intercâmbio serve apenas para ressaltar a
qualidade de outros países. Os jovens puderam comprovar que estudam em uma
universidade com padrões internacionais em nível de excelência. “É bom, para
vermos que somos tão capazes quanto o pessoal lá fora. Às vezes, tendemos a
pensar que não somos”, atesta Rodrigo.
Julliard lembra que os colegas e professores ficavam encantados ao saber
que o curso de engenharia conta com laboratório em que são executados os
projetos de aeronaves. “Não é comum ter laboratórios como o nosso, para que o
próprio aluno participe da fabricação de aviões. Um espaço em que o próprio
aluno projeta e constrói”, disse. Os países mais procurados por estudantes como
ele são Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha. Tem crescido também o
interesse pela Suécia, devido ao acordo para a fabricação dos caças GRIPEN, da
empresa SAAB, que vão proteger o espaço aéreo brasileiro.
De acordo com o painel de controle do programa Ciências sem Fronteiras,
373 alunos de universidades brasileiras participaram ou ainda estão em viagens
de intercâmbio no setor aeroespacial. Em Minas, a soma é de 105 estudantes
enviados ao exterior. Além da UFMG, foram 16 participantes da Universidade
Federal de Itajubá, 10 da Federal de Uberlândia, sete da FUMEC, de BH, e um de
instituição não identificada no painel. O destino principal são os Estados
Unidos, com total de 147 intercâmbios. A agência espacial do país, a NASA, este
ano investiu US$ 89 milhões do seu orçamento de US$ 17,4 bilhões na divisão de
educação, que incentiva as parcerias em projetos desenvolvidos por
universitários.
Eduardo Medeiros e Ricardo Utsch destacam
preparação dos
estudantes.
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Estrutura
Garante o Ensino de Excelência
Na UFMG, os laboratórios e o número de alunos fazem com que o
acompanhamento dos professores seja quase individual. No CEA, a qualquer hora
do dia é possível encontrar um estudante com instrumentos na mão para trabalhar
em protótipos. Mas o que faz com que haja tanto êxito no programa Ciência sem
Fronteiras é um conjunto de fatores. “Não é fácil destacar um motivo. Na média,
nossos alunos dominam bem a língua inglesa e são muito bem preparados. No
processo seletivo, a nota de corte para entrar é bem alta”, diz o professor
Ricardo Luiz Utsch de Freitas, que foi coordenador do curso. Outro fator tem a
ver com a natureza da área. “Um mesmo engenheiro que trabalha na manutenção de
uma companhia nacional conhece os padrões para atuar em uma companhia do
exterior. É intrínseca à área a cooperação internacional”, complementa o atual
coordenador, Eduardo Bauzer Medeiros.
Há duas entradas anuais no curso de engenharia aeroespacial – 25 alunos
por semestre, quantidade considerada compatível com a demanda do mercado. Na
formação específica, o diferencial são os laboratórios de aerodinâmicas,
projetos de aeronaves e ensaios em voos. Os alunos contam ainda com túnel de
vento, para fazer experiência de resistência de materiais sob diferentes
condições aerodinâmicas. O curso de engenharia aeroespacial tem ênfase em
aeronáutica e em astronáutica. Entre as diferentes competências, visa a
capacitar o aluno a projetar, desenvolver e fabricar veículos completos ou
parte deles. Mas é possível também trabalhar em outras áreas, como em projetos
de alternativas energéticas, como a eólica.
Entre as aeronaves desenvolvidas no CEA, duas recebem destaque e o
carinho dos alunos. O primeiro modelo fabricado foi CB-Gaivota, na década de
1960, projetado pelo professor já falecido Cláudio Pinto de Barros, fundador do
CEA e considerado pelo CREA-MG o engenheiro do século. Outro destaque é o
CEA-308, projetado pelo professor Paulo Iscold, que já bateu quatro recordes de
velocidade em sua categoria.
Mateus Oliveira: de Pará de Minas para a Saint Louis
University (EUA).
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Mineiro é Destaque
em Projeto da NASA
Dos alunos da UFMG
da área aeroespacial participantes do Ciência sem Fronteiras, o mais recente
destaque é mineiro Mateus Oliveira, de 22 anos, de Pará de Minas. Em 2011, ele
começou o curso de engenharia aeroespacial na universidade mineira. Em junho de
2014, seguiu para a Saint Louis University, nos Estados Unidos, onde atua em um
projeto patrocinado pela NASA, denominado RASCAL. Apesar da dificuldade inicial
com a língua inglesa, o jovem teve bom desempenho e passou a integrar a equipe
do Laboratório de Sistemas Espaciais da instituição. Para ele, a trajetória de
sucesso começou no time de aerodesign da UFMG, onde teve bom aproveitamento
acadêmico e conseguiu a vaga para intercâmbio.
“A UFMG tem uma
grande estrutura, com inúmeros laborátorios, projetos, professores e alunos
envolvidos em contribuir para o avanço científico. Lá aprendi elaboração de
projetos e construção de aeronaves radiocontroladas. Também pude aprimorar
competências, como a capacidade de trabalhar em equipe e fazer apresentações
técnicas em público”, avaliou.
Maria Cecilia
Pereira, uma das professoras de Mateus, que leciona a matéria Introdução à
Engenharia Aeroespacial e Dinâmica Orbital na UFMG, explica que o curso começou
há 51 anos, quando o professor Cláudio Barros deu início a projetos na área
aeronáutica. Mas foi em 2009 que ganhou o atual formato. Desde então, já se
formaram três turmas. “A trajetória de astronáutica é relativamente nova,
comparando com a experiência que a UFMG tem na área de aeronáutica. Atualmente,
são desenvolvidos motores de foguetes em um projeto; tivemos alunos
participando do projeto ‘Rumo ao Espaço’. Existe ainda uma linha de trabalho na
área de otimização de sistemas espaciais e estamos iniciando um projeto apoiado
pela Agência Espacial Brasileira”, descreve. A professora destaca que o
programa Ciência sem Fronteiras abre oportunidades para estudantes de todas as
universidades (não apenas públicas) do país.
Foi com a boa
qualificação oferecida na UFMG que Mateus conseguiu boas notas em Saint Louis e
chamou a atenção do professor Michael Swartwout, doutor em aeronáutica e
astronáutica e diretor do laboratório de sistemas espaciais da instituição, que
o ajudou a ingressar no projeto financiado pela NASA. “O RASCAL é um projeto
para desenvolvimento de duas pequenas naves espaciais para aprimorar
tecnologias de operações de proximidade e percepção no espaço. Meu trabalho
abrange várias partes, como construção, realização de testes e documentação.
Tem sido uma experiência fantástica participar de um projeto como esse. É uma
grande conquista para a minha carreira e consequentemente para a UFMG”, disse.
(Landercy Hemerson).
Fonte: Site em.com.br - http://www.em.com.br
Muito bom!
ResponderExcluirAqueles curtos momentos em que você ainda sente orgulho do país em que vive e esperança que dará certo.